Eduardo Lourenço e Severino Elias Ngoenha em diálogo: uma leitura decolonial

Autores

  • Doris Wieser

Palavras-chave:

Colonialismo. Decolonialidade. Desprendimento. Identidade nacional.

Resumo

Partindo da ainda recente história da descolonização portuguesa e dos silenciamentos em torno da mesma, este ensaio põe em diálogo dois críticos da política dos seus respectivos países: os filósofos Eduardo Lourenço (Portugal) e Severino Elias Ngoenha (Moçambique). Ambos se preocupam profundamente com o impacto identitáriodo colonialismo bem como do neocolonialismo e procuram tomar uma atitude ética e responsável. As suas propostas serão discutidas numa perspectiva decolonial, na linha de Walter D. Mignolo, Aníbal Quijano e Boaventura de Sousa Santos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ADICHIE, ChimamandaNgozi. The danger of a single story. (TED Talk).Junho 2009 (vídeo da comunicação disponível eminúmeras páginas de Internet).

CASTELO, Cláudia. “O modo português de estar no mundo”: O luso-tropicalismo e a ideologia colonial portuguesa (1933-1961). Porto: Edições Afrontamento, 2011 [1999].

CASTRO-GÓMEZ, Santiago, GROSFOGUEL, Ramón (org.). El giro decolonial Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del hombre editores, 2007.

FANON, Frantz.Os condenados da terra. (Prefácio de Jean-Paul Sartre, tradução de José Laurênio de Melo). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.

GELLNER, Ernest. Nationalism. London: Weidenfeld&Nicolson, 1997.

KHOSA, Ungulani Ba Ka. Memórias perdidas, identidades sem cidadania(comunicação apresentada no Colóquio Internacional “Portugal entre Desassossegos e Desafios”, 17 e 18 de fevereiro de 2011, Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra). Jornal Notícias, Suplemento Cultural, 23 e 30/03/2012. Disponívelem: <http://gm54.wordpress.com/2011/04/06/memorias-perdidas-identidades-sem-cidadania/>(data de acesso 19.01.2016).

LOURENÇO,Eduardo.Do Colonialismo como Nosso Impensado(org.: M. Calafate Ribeiro / R. Vecchi). Lisboa: Gradiva, 2014.

LOURENÇO, Eduardo.Portugal como Destino seguido de Mitologia da Saudade. Lisboa:Gradiva,2012[1999].

MALDONADO-TORRES, Nelson. Against War. Durham/London: Duke University Press, 2006.

MENESES,Maria Paula. Images Outside the Mirror?: Mozambique and Portugal in World History.Human Architecture: Journal of the Sociology of Self-Knowledge, 10:1, 2012, p. 121-136.

MIGNOLO, Walter. “El pensamientodecolonial: desprendimiento y apertura. Un manifiesto”. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago, GROSFOGUEL, Ramón (org.). El giro decolonial Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del hombre editores, 2007a, p. 25-46.

MIGNOLO, Walter D.“Delinking. The rhetoric of modernitiy, the logic of coloniality and the grammar of de-coloniality”.Cultural Studies, 21:2, 2007b,p.449-514.

NGOENHA, Severino Elias.Das independências à s liberdades: filosofia africana. Prior Velho: Paulinas Editora,2014.

NGOENHA,Severino Elias.Por uma dimensão moçambicana da consciência histórica. Porto: EdiçõesSalesianas, 1992.

NGŨGĨ waThiong’o. Decolonising the Mind. The Politics of Language in African Literature. London: James Currey / Nairobi: EAEP / Portsmouth N.H.: Heinemann, 1997 [1986].

QUIJANO, Aníbal.Colonialidad y modernidad/tracionalidad.Perú Indígena, 13 (29), 1992, p. 11-20.

SANTOS, Boaventurade Sousa.Entre Próspero e Caliban: colonialismo, pós-colonialismo e interidentidade.Novos Estudos, 66, 2003, p. 23-52.

SANTOS, Boaventura de Sousa.Para além do Pensamento Abissal: Das linhas globais a uma ecologia de saberes.Revista Crítica de Ciências Sociais, 78, 2007, p. 3-46.

WIESER, Doris.Ê»O conceito de branco como branco não existe na cultura bantuʼ, entrevista a Ungulani Ba Ka Khosa.Mulemba, 12,2015a,p. 4-20.Disponível em: <http://setorlitafrica.letras.ufrj.br/mulemba/artigo.php?art=artigo_12_1.php>(data de acesso 19.01.2016).

WIESER, Doris.“Os anjos de Deus são brancos até hoje”. Entrevista a Paulina Chiziane. In: Rodrigues-Moura,Enrique / Wieser, Doris (orgs.).Identidades em Movimento. Construções identitárias na África de língua portuguesa e seus reflexos no Brasil e em Portugal. Frankfurt am Main: TFM (Biblioteca Luso-Brasileira 28), 2015b, p. 273-294.

WIESER, Doris.Ê»Eu não sei o que é o Moçambique profundo ou verdadeiroʼ Entrevista a Mia Couto.Navegações,v. 7, n. 2, 2014b, p. 214-220.Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/navegacoes/article/view/21055/13166>(data de acesso 19.01.2016).

WIESER, Doris.Ê»A língua portuguesa usa capulanaʼ: provavelmente a última entrevista de Eduardo White.Buala, 2014a.Disponível em: <http://www.buala.org/pt/cara-a-cara/a-lingua-portuguesa-usa-capulana-provavelmente-a-ultima-entrevista-de-eduardo-white>(data de acesso 19.01.2016).

WIESER, Doris.Ê»A língua é a própria carne do pensamentoʼ:Entrevista a João Paulo Borges Coelho.Cadernos de Estudos Africanos(no prelo),2016.

Downloads

Publicado

02-08-2016

Como Citar

Wieser, D. (2016). Eduardo Lourenço e Severino Elias Ngoenha em diálogo: uma leitura decolonial. Revista Cerrados, 25(41). Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/cerrados/article/view/25400

Edição

Seção

C - Nação, história, memória e teorias

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.