Mary Ann Shadd e a tradução como reescrita no espaço-tempo: analisando o processo tradutório de A Plea for Emigration (1852)
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v13.n1.2024.48865Palavras-chave:
Estudos da Tradução. Tradução Cultural. Reescrita. A Plea for Emigration. Mary Ann Shadd.Resumo
Ancorado no conceito de Reescrita de Lefevere (1993), junto aos estudos de Arrojo sobre a tradução como palimpsesto (1986), esse artigo objetiva a análise e reflexão do processo tradutório da obra da escritora, e primeira editora negra dos Estados Unidos, Mary Ann Shadd intitulada A Plea for Emigration, publicada em 1852 e traduzida pelos autores como Um Apelo à Emigração. O exercício de traduzir um texto do século XIX da língua inglesa para o Português do Brasil do século XXI passa pela concepção de reexistência de Souza (2009), que dá fôlego, justifica e caracteriza nosso projeto de tradução e os debates em relação ao tom arcaico da obra. Como método, realizamos uma extensa pesquisa em relação a questões sociológicas, histórico-geográficas e políticas sobre os EUA e o Canadá, igualmente, pesquisas de cunho etimológico, semântico, gramaticais e hermenêuticos, e por fim, os exemplos práticos envolvendo fatores ambientais, clima, e economia do Canadá. Como pano de fundo, são colocadas em perspectiva teorias feministas da tradução, como a de Castro (2017) e o conceito de epistemicídio de Carneiro (2005), destacando as razões da escolha e da importância de Shadd e sua obra. Os dados foram captados através da leitura do texto fonte e de materiais adicionais como jornais de época, Estatutos e Leis. Os resultados mostram um projeto de tradução ético, que analisa e se atém ao objetivo do panfleto na época. Termos utilizados no passado foram mantidos e notas de rodapé inseridas quando necessário para não incorrer no risco de serem anacrônicos, construindo uma tradução acessível.
Downloads
Referências
Adichie, C. N. (2019). O perigo de uma história única. Companhia das Letras.
Arrojo, R. (1986). Oficina de tradução: a teoria na prática. Ática.
Bassnett, S., & Trivadi, H. (Eds). (1999). Post-colonial translation: Theory and practice. Psychology Press.
Carneiro, A. S. (2005) A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. [Tese de doutorado]. Universidade de São Paulo (USP).
Eco, U. (2016). Obra aberta: forma e indeterminação nas poéticas contemporâneas. Editora Perspectiva SA.
Even-Zohar, I. (1990). The literary system. Poetics Today. International Journal for Theory and Analysis of Literature and Communication, 11(1), 27-44.
Even-Zohar, I. (1990) Polysystem Studies. Poetics Today. International Journal for Theory and Analysis of Literature and Communication, 11(1), 9-26.
Even-Zohar, I. (2013). Teoria dos polissistemas. (Tradução de Luis Fernando Marozo, Carlos Rizzon, Yanna Karlla Cunha) Translatio, (5), 1-21.
Lefevere, A., & Bassnett, S. (Eds.). (1992). Translation, rewriting, and the manipulation of literary fame. Taylor & Francis.
Lefevere, A. (2007). Tradução, reescrita e manipulação da fama literária. (Tradução de Márcio Seligmann). EDUSC.
Lukacs. G. (2023). The Real Geord Büchner and his Fascist Misrepresentation (Tradução de Anton P.) Marxists Internet Archive. Disponível em https://www.marxists.org/archive/lukacs/works/buchner/lukacs.htm
Pellatt, V. (2013). Text, Extratext, Metatext and Paratext in Translation. Cambridge Scholars Publishing.
Provinical Freeman masthead. TPL Virtual Exhibits, accessed March 5, 2024, http://omeka.tplcs.ca/virtual-exhibits/items/show/174. Disponível em: http://omeka.tplcs.ca/virtual-exhibits/items/show/174. Acesso em 2 de maio, 2023.
Shadd, M. A. (1852). A Plea for Emigration, Or Notes of Canada West: In Its Moral, Social, and Political Aspect: with Suggestions Respecting Mexico, West Indies, and Vancouver's Island, for the Information of Colored Emigrants. Impresso por George W. Pattinson.
Shadd. M. A. (2023) Um apelo à emigração. (Organização e tradução de Alison Silveira Morais, Fabricio Leal Cogo, Hislla S.M. Ramalho). Cultura e Barbárie.
Silva, F. A. (2011). Aula Magna: Arqueologia como tradução do passado no presente. Amazônica – Revista de Antropologia, 3(2), 260-267. http://dx.doi.org/10.18542/amazonica.v3i2.768
Souza, A. L. S. (2009). Letramentos de reexistência: culturas e identidades no movimento hip hop. [Tese de doutorado]. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Toury, G. (1981). Translated literature: System, norm, performance: Toward a TT-oriented approach to literary translation. Poetics Today. International Journal for Theory and Analysis of Literature and Communication, 2(4), 9-27.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 CC BY
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Dado ao acesso público desta revista, os textos são de uso gratuito, com obrigatoriedade de reconhecimento da autoria original e da publicação inicial nesta revista
A revista permitirá o uso dos trabalhos publicados para fins não comerciais, incluindo direito de enviar o trabalho para bases de dados de acesso público. As contribuições publicadas são de total e exclusiva responsabilidade dos autores.
Os autores, ao submeterem trabalhos para serem avaliados pela revista Belas Infiéis, mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho licenciado sob a Creative Commons Attribution License Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0).