Uma nova tradução para Ovídio, Amores 1.8
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v9.n2.2020.27209Palavras-chave:
Tradução poética. Experimentos de versificação. Ddístico elegíaco. Emulação do ritmo antigo. Elegia latina.Resumo
A presente tradução é parte uma primeira revisão do trabalho tradutório apresentado em dissertação de mestrado (SOUZA, 2016). A proposta foi traduzir os dísticos elegíacos de Ovídio em uma forma que ecoasse o ritmo original do poema latino. Para isso, partiu-se da proposta de Carlos Alberto Nunes, a substituição de longas em posição princeps por tônicas. Porém, nesta tradução, ao contrário da de Nunes, permitiu-se também o seguimento desta tônica por apenas uma átona, formando troqueu que pode ser executado em performance como espondeu. Dessa maneira, a possibilidade de variação no metro foi mantida, mas os dátilos foram mantidos fixos no quinto pé do hexâmetro e segundo hemistíquio do pentâmetro. A cesura obrigatória do pentâmetro datílico foi executada com a aproximação de duas tônicas e enfatizada com espaçamento obrigatório, que induz o leitor ao reinício do ritmo. Para manter o andamento do metro, foram utilizados recursos como deslocamento de tônica, elisão entre o fim do hexâmetro e início do pentâmetro, elisões em geral. A presente revisão apresenta alterações no hexâmetro, que procura executar as suas cesuras, porém com o resultado de várias cesuras femininas. Além disso, o tom do poema procurou maior leveza e fluidez, com a eliminação de hipérbatos radicais e o rearranjo de informações dentro do dístico, que é a unidade dentro do poema. O poema traduzido, oitavo do livro 1, apresenta a figura da alcoviteira, personagem comum na comédia nova latina, que aqui é a presentada como uma bruxa que influencia a amada a extorquir os seus amantes e a desprezar o eu-poético, que sendo poeta, não tem como dar presentes valiosos além dos próprios poemas.
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Referências
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