A (ultra)precarização do trabalho como condição de acesso à Previdência Social

Autores

  • Laudicena Maria Pereira Barreto Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v18i39.14640

Palavras-chave:

Proteção Social, Previdência Social, Trabalho, Contribuintes Facultativos, Donas de Casa de Baixa Renda

Resumo

Este ensaio discute sobre a lei 12.470/11 que trata sobre os contribuintes facultativos da Previdência Social, na condição de donos e donas de casa de baixa renda, com redução da alíquota de contribuição. Consideramos que a criação destes novos segurados da Previdência são uma conquista, especialmente para as mulheres que são donas de casa de baixa renda. Todavia, ponderamos sobre as exigências estabelecidas na lei, pois desconsideram as condições reais de vida e de trabalho das mulheres das classes subalternas e pauperizadas. Estas mulheres são chefes de família e necessitam trabalhar para obter renda e sustentar as suas famílias, além de realizarem as tarefas domesticas como donas de casa. Em decorrência, levantamos a hipótese de que para se tornarem seguradas, as mulheres se submetem à (ultra)precarização do trabalho, o que torna o acesso à renda um caminho obscuro e aberto a todas as formas de trabalho precário, desumano e degradante

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Biografia do Autor

Laudicena Maria Pereira Barreto, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Assistente Social, Professora Assistente A (Dedicação Exclusiva) do Departamento de Serviço Social da UFPE. Doutoranda e Mestre em Serviço Social pelo Programa de Pós-graduação em Serviço Social - UFPE. Especialista em Políticas Públicas e Gestão de Serviços Sociais pela UFPE e Direitos Humanos pela UCB. Atuação, pesquisas e estudos na área de Serviço Social, Política Social, Seguridade Social, Previdência Social, Direitos Humanos e Gênero.

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Publicado

02/07/2017

Como Citar

BARRETO, Laudicena Maria Pereira. A (ultra)precarização do trabalho como condição de acesso à Previdência Social. SER Social, [S. l.], v. 18, n. 39, p. 689–704, 2017. DOI: 10.26512/ser_social.v18i39.14640. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/14640. Acesso em: 4 maio. 2024.