A contrarreforma da previdência e o retrocesso dos direitos previdenciários das mulheres
DOI:
https://doi.org/10.26512/ser_social.v25i52.37951Palavras-chave:
Política de previdência social., Questão de gênero., Contrarreformas da previdência social., Direitos Sociais.Resumo
Realizamos uma discussão sobre os impactos das contrarreformas da previdência brasileira, dando ênfase aos retrocessos dos direitos das mulheres, do governo de Fernando Henrique Cardoso ao governo de Bolsonaro. Tais contrarreformas vêm prejudicando a vida da classe trabalhadora, em especial das mulheres, no que se refere ao acesso à seguridade social. Além de representarem grandes perdas nos direitos, são contrarreformas que se opõem às condições de gênero, desconsiderando que as mulheres têm duplas ou triplas jornadas de trabalho, sofrem com desigualdades salariais, têm responsabilidades com a esfera doméstica e realizam um trabalho não reconhecido etc. Os direitos previdenciários das trabalhadoras ao longo desses anos têm sido esfacelados na medida em que os governos negam seus direitos. De perspectiva histórico-crítica, esta produção deu-se por meio de revisão e pesquisa bibliográfica e documental, com o objetivo de identificar como as contrarreformas da política previdenciária têm atingido as mulheres, particularmente no governo ultraconservador atual.
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