Biblioteca Comunitária Linha Viva: democratização da leitura e inclusão social
DOI:
https://doi.org/10.26512/rici.v17.n2.2024.53835Palavras-chave:
Inclusão social, Bibliotecas comunitárias, Extensão universitária, Biblioteconomia, LeituraResumo
A leitura e o acesso à informação são diretos de todos os cidadãos sendo dever do Estado garanti-las, mas na prática, não é isso que acontece. Neste contexto, as bibliotecas comunitárias são importantes instrumentos para minimizar esta carência, proporcionar maior democratização informacional e contribuir para a inclusão social. São espaços de troca de informações, construídos pelas comunidades e para as próprias comunidades nas quais se inserem. Representam ambientes de resistência e articulação institucional que geralmente ocupam locais onde há poucos equipamentos culturais públicos, socialmente marginalizados e carentes de acesso à informação. Este trabalho apresenta o projeto de extensão desenvolvido no curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande- FURG, denominado “Colaborando com a Biblioteca Linha Viva”. Tal biblioteca é fruto de um projeto mais amplo, denominado “Linha Viva”, que é resultado de uma série de ações comunitárias com moradores do bairro Fragata, na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, Brasil. É um espaço comprometido com a formação integral de crianças e adolescentes, que a partir de atividades como reforço escolar, oferece à comunidade um ambiente de alfabetização e letramento contínuo. Além disso, o “Linha Viva” tem promovido ações de inclusão digital e cuidados de saúde integral para as famílias das crianças e adolescentes envolvidos no projeto. Após tratativas com a Universidade, da troca de saberes e do compartilhamento de ideias com representantes desta comunidade, foi concebido o projeto de extensão que visa contribuir para a criação e desenvolvimento da Biblioteca Comunitária do projeto Linha Viva. O acervo é composto por doações feitas pela comunidade e parceiros. As ações do projeto de extensão inicialmente concentraram-se na instrumentalização de agentes de leitura e na orientação da organização do acervo com o auxílio de professores e estudantes do curso de Biblioteconomia. O projeto previu três fases de execução: 1) capacitação de estudantes do curso de Biblioteconomia; 2) organização e informatização do acervo; 3) orientação à comunidade para uso da biblioteca e da informação e atividades de leitura. Até o momento, a primeira etapa está concluída estando, as fases 2 e 3 em desenvolvimento. Conclui-se que este projeto, além de proporcionar aos estudantes o exercício da extensão universitária, tem contribuído no combate às desigualdades de acesso à informação, tendo em vista que uma democracia participativa necessita de espaços que permitam a todos os cidadãos acesso à informação, ao conhecimento e às manifestações da cultura e da arte.
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