Santo Estado, maldito mercado:

de certas esquerdas que são direitas

Autores/as

  • Pedro Demo

Palabras clave:

Estado, Mercado, Política social, Capitalismo

Resumen

É comum na discussão sobre política social e desenvolvimento preservar o Estado e sacrificar o mercado. Historicamente falando, a apreciação positiva do papel do Estado vincula-se ao welfare state, que, mesmo tendo sido fenômeno relativamente curto e restrito ”“ durou por volta de 30 anos e restringiuse a uma dúzia de países eurocêntricos ”“, foi marcante em termos de ganhos sociais frente às forças liberais de mercado. Quase sempre, encobre-se aí que o welfare state não redimiu o Estado capitalista, apenas ocasionou uma versão socialmente mais interessante. Do ponto de vista da questão social, as críticas ao mercado (neo)liberal, em geral, são adequadas, mas facilmente encobrem que mercado é instituição histórico-estrutural, tanto quanto o Estado. Assim como há que se distinguir entre Estado como tal e Estado capitalista, há que se distinguir entre mercado como tal e mercado capitalista. Mercado e Estado cumprem papéis essenciais para a política social e o desenvolvimento, em qualquer sociedade e sistema, estando em xeque sua configuração capitalista. Não são nem santos, nem malditos, porque sua qualificação histórica concreta depende da respectiva sociedade. Hoje vemos a tendência do pensamento único de apresentar o mercado capitalista liberal como solução única, como se fora dele não houvesse salvação. É apenas o outro lado da medalha do Estado santificado.

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Biografía del autor/a

Pedro Demo

Professor do Departamento de Sociologia, UnB.

Publicado

2011-05-06

Cómo citar

Demo, P. (2011). Santo Estado, maldito mercado:: de certas esquerdas que são direitas. Sociedade E Estado, 20(2). Recuperado a partir de https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5163