Estratégia de articulação e estratégia de aliança:

possibilidades para a luta política

Autores

  • Marco Aurélio Máximo Prado Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) / Professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia
  • Frederico Alves Costa Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) / Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia

Palavras-chave:

Ciências Sociais, Sociologia, Estratégia de articulação, Estratégia de aliança, Lógica da equivalência, Lógica da diferença, Democracia

Resumo

Este artigo tem por objetivo discutir estratégias de luta política desenvolvidas por movimentos sociais que atuam na sociedade brasileira, tendo como problema: quais as possibilidades de democratização social frente ao escentramento do espaço político e a pluralidade de sujeitos políticos que caracterizam as últimas décadas das sociedades ocidentais contemporâneas? Foram entrevistados representantes de grupos do movimento feminista (Marcha Mundial das Mulheres - MMM), do movimento negro (Negras Ativas - NA), do movimento camponês (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST), do movimento sindical (Central Única dos Trabalhadores - CUT), do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) e da Brigadas Populares (BP). Além disso, foram entrevistadas a secretária da Assembleia Popular Metropolitana de Belo Horizonte (AP-MBH) e a vice-presidente “Trans” da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), entidades que, na pesquisa, denominamos de espaços de vínculos entre sujeitos políticos. Também coletamos, junto aos grupos, materiais referentes a ações desenvolvidas por eles, à história dos grupos, às suas bandeiras políticas. Para a análise dos dados, nos concentramos teoricamente em uma teoria democrática específica, denominada Teoria Democrática Radical e Plural, desenvolvida por Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, desde meados da década de 1980. A partir da leitura das entrevistas, dos documentos coletados junto aos grupos e das considerações da Teoria Democrática Radical e Plural, construímos categorias analíticas referentes ao problema proposto na pesquisa. Discutimos, neste artigo, duas estratégias de luta política, denominadas estratégia de articulação e estratégia de aliança. A estratégia de articulação é concebida como a construção de uma relação de equivalência (“nós”) entre diferentes sujeitos políticos, de modo a se construir um projeto contra-hegemônico. Já estratégia de aliança é definida como a construção de vínculo, em torno de demandas especificas, entre sujeitos políticos na construção de ações conjuntas, sem que isso implique, necessariamente, na promoção de uma relação de equivalência entre os grupos. Entendemos essas duas formas de estratégia política não como opostas, a priori, mas como modos complementares de se construir a mudança social. As estratégias debatidas podem ser úteis para pesquisas no campo dos movimentos sociais, sobretudo, na análise dos modos de construção da luta política.

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Biografia do Autor

Marco Aurélio Máximo Prado, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) / Professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia

Doutor em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Estágios internacionais como pesquisador: City University of New York (1997-1998); Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra (2004-2005); Universidade Nacional de San Luis na Argentina como professor visitante (2009) e Universidade de Massachusetts/Fundação Fulbright na Cátedra de Estudos Brasileiros (2015). Foi secretário da Sociedade Brasileira de Psicologia Política, sendo um dos Editores da Revista Psicologia Política (2001-2007) e foi também Presidente da Associação Brasileira de Psicologia Política (2009-2011). Secretário executivo da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (2010-2012). Tem colaborado como consultor e membro de conselhos científicos em vários periódicos científicos e editoras. Foi um dos editores da Revista Psicologia & Sociedade da Associação Brasileira de Psicologia Social (2012-2013). É professor associado III da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (2009-2010) da UFMG. É professor junto ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia e pesquisador junto ao Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT (NUH/UFMG). Possui "grant" pesquisador pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), é bolsista pesquisador do CNPq e possui grant pela Fundação Fulbright (2015). Membro da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (2014/2015). Participou como membro das Comissões de Área da Psicologia e da Área Interdisciplinar da Capes. Atua principalmente nos seguintes temas: psicologia social, ações coletivas, preconceito, género, identidade coletiva e movimentos sociais, políticas públicas e participação social, estudos LGBT, sexualidades.

Frederico Alves Costa, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) / Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia

Doutor em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (Bolsista CAPES). Doutoramento-Sanduíche no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (CAPES/PDSE). Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (Bolsista CAPES). Graduado em Psicologia (bacharel e psicólogo) pela Universidade Federal de Minas Gerais.Secretário Regional na Vice-Presidência Regional Minas Gerais da ABRAPSO - Associação Brasileira de Psicologia Social (2012-2013). Representante-Estudante na Vice-Presidência Regional Minas Gerais da ABRAPSO (2008-2008). Coordenador do Núcleo ABRAPSO UFMG (2010-2011). Atualmente é Professor Colaborador no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Alagoas, no qual realiza estágio pós-doutoral (PNPD/CAPES).Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social e Psicologia Política, atuando principalmente nos seguintes temas: teoria democrática, movimentos sociais, subjetivação política, participação política, análise de produção científica. 

OBS: Informações coletadas do Lattes em 27/10/2015

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Publicado

23-02-2016

Como Citar

Prado, M. A. M., & Costa, F. A. (2016). Estratégia de articulação e estratégia de aliança:: possibilidades para a luta política. Sociedade E Estado, 26(3), 32. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5624

Edição

Seção

Artigos

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