Detenciones en flagrante por delitos de drogas: análisis de la cuestión racial en dos metrópolis brasileñas
DOI:
https://doi.org/10.1590/s0102-6992-20243902e48073Palabras clave:
Seguridad Pública, Policia, Drogas, Política de drogas, Racismo InstitucionalResumen
En diálogo con la literatura sobre racismo institucional en el campo de la Seguridad Pública, este artículo analiza la actuación cotidiana de las organizaciones policiales en los llamados "crímenes de drogas". A partir de dos grandes bases de datos sobre detenciones en flagrante de personas sospechosas de estar involucradas con estupefacientes, en las ciudades de São Paulo (SP) y Belo Horizonte (MG), se buscó medir en qué medida las dimensiones de racialidad y territorialidad afectan el proceso de toma de decisiones de las policías en clasificar estos casos como "posesión de drogas para uso personal" o "tráfico de drogas".
La elección de trabajar con este tipo de delito se debe a que son los que la legislación define como "crímenes sin víctimas": la represión a las redes de comercio y consumo de estupefacientes se debe casi exclusivamente a la iniciativa y operatividad policial. En este sentido, las "ocurrencias de drogas" evidencian, como pocas modalidades criminales, los procesos de construcción de sospecha racializada y territorializada que orientan la actividad policial ostensiva en Brasil.
En general, los datos indican que, específicamente en São Paulo, parece haber una directriz institucional para que las policías clasifiquen casi todos los casos que involucren estupefacientes como "tráfico de drogas". En Belo Horizonte, la dimensión territorial explica buena parte de la decisión clasificatoria de las policías: las detenciones realizadas en favelas y barrios pobres de la periferia tienen probabilidades desproporcionadamente más altas de recibir la tipificación más grave. En ambas capitales, el perfil racial de las personas detenidas es un factor importante para explicar la tipificación criminal ofrecida por las policías a las ocurrencias.
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