Crenças indicativas de resiliência parental no contexto do Autismo

Autores

  • Marcia Rejane Semensato Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Cleonice Alves Bosa Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

Autismo, Pais, Casal, Resiliência, Diagnóstico

Resumo

A resiliência parental refere-se a uma parentalidade sensível e cuidadosa nas situações críticas, como em processos diagnósticos de autismo envolvendo os filhos. Trata-se de um processo que permite aos pais desenvolver uma relação protetora frente às necessidades dos filhos e às do próprio casal, e elaborar o diagnóstico recebido. No atual estudo investigaram-se indicativos de resiliência parental através da Análise de Conteúdo de seis entrevistas com casais, cujo filho apresenta autismo. Os resultados revelaram que (a) a busca e a atribuição de sentido ao comportamento do filho e ao próprio termo “autismo” e (b) a capacidade de desenvolver um empoderamento nessa vivência, foram indicativos de resiliência parental importantes no processo de elaboração do diagnóstico de autismo do filho.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcia Rejane Semensato, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Psicóloga, especialista em psicologia clínica, mestre e doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Cleonice Alves Bosa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Psicóloga, doutora em psicologia pelo Institute of Psychiatry- University of London. Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia - UFRGS.

Referências

Amar, J., Gonzáles, M., & Utria, L. (2013). Nuevo abordaje de la salud considerando la resiliência. Salud, Barranquilla, 29(1), 124-133.

American Psychiatric Association. (2013). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V). Porto Alegre: Artmed.

Barnhill, G., Polloway, E., & Sumutka, B. (2011). A survey of personnel preparation practices in autism spectrum disorders. Focus on Autism and other Developmental Disabilities, 26(2), 75-86.doi:10.1177/1088357610378292.

Bayat, M.,& Schuntermann, P. (2009). Enhancing resilience in families of children with autism spectrum disorders. In D. Becvar (Org.), Handbook of Family Resilience (pp. 409-425). New York: Springer.

Biasoli-Alves, Z. M. M. (2000). Continuidades e rupturas no papel da mulher brasileira no século XX. Psicologia Teoria e Pesquisa,16(3), 233-9.doi:0.1590/S0102-37722000000300006.

Bruder, M., Kerins, G., Mazzarella, C., Sims J., & Stein, N. (2012). Brief report: The medical care of adults with autism spectrum disorders: Identifying the needs. Journal of Autism and Other Developmental Disorders, 42(11), 2498-2504.doi:10.1007/s10803-012-1496-x.

Connolly, C. M. (2006). A feminist perspective of resilience in lesbian couples. Journal of Feminist Family Therapy, 18(1/2), 137-162.doi:10.1300/J086v18n01-06.

Dardennes, R., Al Anbar, N., Prado-Netto, P., Kaye, K., Contejean, Y., & Al Anbar, N. (2011). Treating the cause of illness rather than the symptoms: Parental causal beliefs and treatment choices in autism spectrum disorder. Developmental Disabilities, 32(3), 1137-1146. doi:10.1016/j.ridd.2011.01.010.

Fleischmann, A. (2004). Narratives published on the internet by parents of children with autism: What do they reveal and why is it important? Focus on Autism and Other Developmental Disabilities, 19(1), 35”“43. doi:10.1177/10883576040190010501.

Gardner, J., & Harmon, T. (2002); Exploring resilience from a parent’s perspective: A qualitative study of six resilient mothers of children with an intellectual disability. Australian Social Work, 55(1), 60”“68.doi: 10.1080/03124070208411672.

Harrington, J. Patrick, P., Edwards, K.,& Brand, D. (2006). Parental beliefs about autism: Implications for the treating physician. Autism, 10(5), 452-462.doi: 10.1177/1362361306066609.

Hartling, H. (2008). Strengthening resilience in a risky world: It’s all about relationships. Women & Therapy, 31(2), 51-70. doi:10.1080/02703140802145870

Heidgerken, A., Geffken, G., Modi, A., & Frakey, L. (2005). A survey of autism knowledge in a health care setting. Journal of Autism and Developmental Disorders, 35(3), 323-330.doi: 10.1007/s10803-005-3298-x.

Hendricks, D. (2010). Employment and adults with autism spectrum disorders: Challenges and strategies for success. Journal of Vocational Rehabilitation, 32(2), 125-134.doi:10.3233/JVR-2010-0502.

Herbert, E., & Koulouglioti, C. (2010). Parental beliefs about cause and course of their child’s autism and outcomes of their beliefs: A review of the literature. Comprehensive Pediatric Nursing, 33(3), 149-163.doi:10.3109/01460862.2010.498331.

Hutton, A. M., & Caron, S. L. (2005). Experiences of families with children with autism in rural New England. Focus on Autism and Other Developmental Disabilities, 20(3), 180”“189.doi:10.1177/10883576050200030601.

Jasmin, E., Couture, M., McKinley, P., Reid, G., Fombonne, E., & Gisel, E. (2009). Sensori-motor and daily living skills of preschool children with autism spectrum disorders. Journal of Autism and Developmental Disorders, 39(2), 231-241.doi:10.1007/s10803-008-0617-z.

Koller, S., Dell’Aglio, D.,& Yunes, M. A. (2006). Resiliência e psicologia positiva: Interfaces do risco à proteção. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Lamanna, M., & Riedmann, A. (2009). Marriages and families: Making choices in a diverse society. Belmont, CA: Thomson.

López, M. J. (2009). Una mirada integradora de la resiliencia parental: Desde el contexto hasta la mente de las madres y los padres en riesgo psicosocial. Psicologia da Educação, 28, 51-71.

Marques, M., & Dixe, M. A. (2011). Crianças e jovens autistas: Impacto na dinâmica familiar e pessoal de seus pais. Revista de Psiquiatria Clínica, 38(2), 66-70. doi: 10.1590/S0101-60832011000200005.

Marturano, E., Linhares, M. B., & Loureiro, S. (2004). Vulnerabilidade e proteção: Indicadores na trajetória do desenvolvimento do escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Meimes, M. (2014). A interação mãe-criança e autismo contribuição dos fatores psicossociais (Dissertação de mestrado não publicada). Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Melillo, A.,& Ojeda, E. (2005). Resiliência: Descobrindo as próprias fortalezas. Porto Alegre: Artmed.

Milshtein, S., Yirmiya, N., Oppenheim, D., Koren-Karie, N., & Levi, S. (2010). Resolution of the diagnosis among parents of children with autism spectrum disorders: Associations with child and parents characteristics. Journal of Autism and Developmental Disorders, 40, 89-99. doi:10.1007/s10803-009-0837-x.

Minayo, M. C. (2006). O desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec-Abrasco.

Muller, C. (2012). Conhecimento dos estudantes de medicina acerca do autismo em uma universidade do Rio Grande do Sul (Dissertação de mestrado não publicada). Faculdade de Medicina. Programa de Pós-graduação em Saúde da Criança e do Adolescente, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS.

Núcleo Integrado de Estudos e Pesquisa em Transtornos do Desenvolvimento. (2004). Roteiro para entrevista conjunta sobre a coparentalidade. (Unpublished instrument). Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.

Osborne L. A., & Reed P. (2008). Parents’ perceptions of communication with professionals during the diagnosis of autism. Autism, 12(3), 309-324. doi:10.1177/1362361307089517.

Patterson, J (2002). Understanding family resilience. Journal of Clinical Psychology, 58(3), 233”“246.doi:10.1002/jclp.10019.

Paula Júnior, W., & Zanini, D. (2011). Estratégias de coping de pacientes oncológicos em tratamento radioterápico. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 27(4), 491-497.doi: 10.1590/S0102-37722011000400013.

Pinker S. (2004). Tabula rasa: A negação contemporânea da natureza humana. São Paulo.

Poletto, M. (2008). Resiliência: Nova perspectiva sobre as potencialidades humanas. Polêmica Revista Eletrônica, 7(3), 76-81.

Reppold, C., Mayer, J., Almeida, L., & Hutz, C. (2012). Avaliação da Resiliência: Controvérsia em torno do uso das escalas. Psicologia: Reflexão e Crítica, 25(2), 248-255.doi: 18822935004.

Rooke, M., & Pereira-Silva, N. (2012). Resiliência familiar e desenvolvimento humano: Análise da produção científica. Psicologia em Pesquisa/ UFJF, 6(2), 179-186.doi: 10.5327/Z1982-12472012000200011.

Ruini, C., & Fava, G. (2013). The polarities of psychological well being and their response to treatment. Terapia Psicológica, 31(1), 49-57. doi:78525710005.

Scheuermann, B., Webber, J., Boutot, E., & Goodwin, M. (2003). Problems with personnel preparation in autism spectrum disorders. Focus on Autism and Other Developmental Disabilities, 18, 197-206.doi:10.1177/10883576030180030 801.

Schmidt, C.,& Bosa, C. (2007). Estresse e auto-eficácia em mães de pessoas com autismo. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 59(2), 179-191.doi:229017529008.

Selkirk, C., Veach, P. M., Lian, F., Schimmenti, L., & LeRoy, B. (2009). Parents’ perceptions of autism spectrum disorder etiology and recurrence risk and effects of their perceptions on family planning: Recommendations for genetic counselors. Journal of Genetic Counseling, 18(5), 507-519.

Semensato, M., Schmidt, C., & Bosa, C. (2010). Grupo de familiares de pessoas com autismo: Relatos de experiências parentais. Aletheia, 32, 183-194.doi:115020838015.

Semensato, M., & Bosa, C. (2014). Apego em casais com um filho com autismo. Fractal, Revista de Psicologia, 26(2), 379-400. doi: 10.1590/1984-0292/839.

Serra, D. (2010). Autismo, família e inclusão. Polêm!ca, 9(1), 40-56.

Sifuentes, M., & Bosa, C. (2010). Criando pré-escolares com autismo: Características e desafios da coparentalidade. Psicologia em Estudo, 15(3), 477-485.

Singh, N. (1995). In search of unity: Some thoughts on familyprofessional relationships in service delivery systems. Journal of Child and Family Studies, 4, 3-18. doi:10.1007/BF02233951.

Sperry, L. E., & Shafranske, E. P. (2005). Spiritually oriented psychotherapy. Washington, US: American Psychological Association.

Walsh, C., & O’Leary, D. (2013). A comparative study of the marital relationship between parents with children with autism and those with children without children with autismo. Good Autism Practice, 14(1), 28-33.

Walsh, F. (2012). Family resilience: Strengths forged through adversity. In Normal family processes (pp. 339-427). New York: Guilford Press.

Yunes, M., & Juliano, M. (2010). A bioecologia do desenvolvimento humano e suas interfaces com educação ambiental. Cadernos de Educação PPGE/UFPel, 37, 347 ”“ 379.

Zanon, R., Backes, B., & Bosa, C. (2014). Identificação dos primeiros sintomas do autismo pelos pais. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 30(1), 25-33. doi: 10.1590/S0102-37722014000100004

Downloads

Publicado

2017-08-29

Como Citar

Semensato, M. R., & Bosa, C. A. (2017). Crenças indicativas de resiliência parental no contexto do Autismo. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 33(1). Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/19474

Edição

Seção

Estudos Empíricos