Regulação de emoções na pré-adolescência e a influência da conversação familiar

Autores

  • Lídia Suzana Rocha de Macedo Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Tania Mara Sperb Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

Psicologia; Psicologia do desenvolvimento, Regulação de emoções, Pré-adolescência, Conversação familiar

Resumo

Esse estudo analisa a relação entre conversação familiar sobre emoções e regulação de emoções no pré-adolescente. Participaram do estudo 74 pré-adolescentes (10 a 13 anos) de famílias de classe média que formaram dois grupos, o que conversa sempre em casa e o que não tem esse costume. Para acessar a regulação de emoções foram usadas duas histórias com final aberto que permitiram comparar os grupos quanto às estimativas de duração de emoções e estratégias para regulá-las e à ocorrência de reavaliações cognitivas. Há diferenças significativas na ocorrência de reavaliações cognitivas para lidar com a raiva, que ocorreram apenas no grupo que costuma conversar. Os resultados sugerem que conversação familiar sobre emoções pode auxiliar a desenvolver habilidades diferenciadas para regular emoções. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Bahls, S. C., & Bahls, F. (2002). Depressão na adolescência: Características clínicas. Interação em Psicologia, 6, 49-57.
Baptista, M., & Oliveira, A. (2004). Sintomatologia de depressão e suporte familiar em adolescentes: Um estudo de correlação. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 14, 58-67.
Benetti, S., Ramires, V. R., Schneider, A. C., Rodrigues, A. P., & Tremarin, D. (2007). Adolescência e saúde mental: Revisão de artigos brasileiros publicados em periódicos nacionais. Caderno de Saúde Pública, 23, 1273-1282.
Bohanek, J., Marin, K., Fivush, R., & Duke, M. (2006). Family narrative interaction and children’s sense of self. Family Process, 45, 39-54.
Breinbauer, C., & Maddaleno, M. (2005). Youth: Choices and change. Promoting healthy behaviors in adolescents. Scientific and Technical Publication nº 594. Washington, DC: Pan American Health Organization.
Bruner, J. (1997). Atos de significação (2ª ed., S. Costa, Trad.) Porto Alegre: Artes Médicas.
Burch, M., Austin, J., & Bauer, P. (2004). Understanding the emotional past: relations between parent and child contributions in emotionally negative and nonnegative events. Journal of Experimental Child Psychology, 89, 276-297.
Calkins, S., & Hill, A. (2007). Caregiver influences on emerging emotion regulation. In J. Gross (Ed.), Handbook of emotion regulation (pp. 229-248). New York: Guilford Press.
Costa, M., & Bigras, M. (2007). Mecanismos pessoais e coletivos de proteção e promoção da qualidade de vida para a infância e adolescência. Ciência e Saúde Coletiva, 12(5), 1101-1109.
Cruvinel, M., & Boruchovich, E. (2010). Regulação emocional: A construção de um instrumento e resultados iniciais. Psicologia em Estudo, 15, 537-545.
Cruvinel, M., & Boruchovich, E. (2011). Regulação emocional em crianças com e sem sintomas de depressão. Estudos de Psicologia, 16, 219-226.
Damasio, A. (2004). Em busca de Espinosa: Prazer e dor na ciência dos sentimentos. São Paulo: Companhia das Letras.
Dias, M. G., Vikan, A., & Gravas, S. (2000). Tentativas de crianças em lidar com as emoções de raiva e de tristeza. Estudos de Psicologia (Natal), 5, 49-70.
Dunn, J., Bretherton, I., & Munn, P. (1987). Conversations about feeling states between mothers and their young children. Developmental Psychology, 23, 132-139.
Fivush, R. (1991). The social construction of personal narratives. Merrill-Palmer Quartely, 37, 59-82.
Fivush, R. (2007). Maternal reminiscing style and children’s developing understanding of self and emotion. Clinic Social Work Journal, 35, 37-46.
Fivush, R., & Kuebli, J. (1997). Making everyday events emotional: The construal of emotion in parent-child conversations about past. In N. Stein, P. Ornstein, B. Tversky, & C. Brainerd (Eds.), Memory for everyday and emotional events (pp. 239-266). New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates.
Fivush, R., Haden, C., & Reese, E. (2006). Elaborating on elaborations: Role of maternal reminiscing style in cognitive and socioemotional development. Child Development, 77, 1568-1588.
Fivush, R., & Sales, J. (2002). Children’s memories of emotional events. In D. Reisberg, & P. Hertel (Eds.), Memory and emotion (pp. 242-271). New York: Oxford University Press.
Fivush, R., & Sales, J. (2006). Coping, attachment and mother-child narratives of stressfull events. Merrill-Palmer Quarterly, 52, 125-150.
Formiga, N. (2004). A explicação dos comportamentos desviantes a partir dos indicadores da relação familiar. Psicologia Argumento, 22, 45-52.
Formiga, N., Cavalcante, C., Araújo, T., Lima, S., & Santana, R. (2007). Comportamento agressivo e busca de sensação em jovens. Psicologia Argumento, 25, 289-302.
Gross, J. (1998). The emerging field of emotion regulation: An integrative review. Review of General Psychology, 2, 271-299.
Gross, J., Richards, J., & John, O. (2006). Emotion regulation in everyday life. In D. K. Snyder, J. A. Simpson, & J. N. Hughes (Eds.). Emotion regulation in couples and families: pathways to dysfunction and health (pp. 13-35). Washington DC: American Psychological Association.
Gross, J., & Thompson, R. (2007). Emotion regulation: Conceptual foundations. In J. Gross (Ed.), Handbook of emotion regulation (pp. 3-24). New York: Guilford Press.
Grusec, J. E. (2002). Parental socialization and children’s acquisition of values. In M. H. Bornstein (Ed.), Handbook of parenting: Practical issues in parenting (Vol. 5, pp. 143-167). Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates.
Harris, P., & Lipian, M. (1989). Understanding emotion and experiencing emotion. In P. L. Harris, & C. Saarni (Eds.), Children’s understanding of emotion (pp. 241-258). New York: Cambridge University Press.
Macedo, L. S. R. (2011). Conversações sobre experiências envolvendo emoções no contexto familiar e o desenvolvimento de pré-adolescentes. (Tese de Doutorado não-publicada). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Markus, H., & Kitayama, S. (1991). Culture and the self: Implications for cognition, emotion and motivation. Psychological Review, 98, 224-253.
Mauss, I., Cook, C., Cheng, J., & Gross, J. (2007). Individual differences in cognitive reappraisal: Experiential and physiological responses to an anger provocation. International Journal of Psychophysiology, 66, 116-124.
Oliveira, S. G., Dias, M. G., & Roazzi, A. (2003). O lúdico e suas implicações nas estratégias de regulação das emoções em crianças hospitalizadas. Psicologia: Reflexão e Crítica, 16, 1-13.
Pavarini, G., Loureiro, C., & Souza, D. (2011). Compreensão de emoções, aceitação social de atributos comportamentais em crianças escolares. Psicologia: Reflexão e Crítica, 24, 135-143.
Piaget, J. (1972). Problemas de psicologia genética. Lisboa: Dom Quixote.
Reppold, C., & Hutz, C. (2003). Prevalência de indicadores de depressão entre adolescentes no Rio Grande do Sul. Avaliação Psicológica, 2, 175-184.
Roazzi, A., Dias, M. G., Silva, J., Santos, L., & Roazzi, M. (2011). O que é emoção? Em busca da organização estrutural do conceito de emoção em crianças. Psicologia: Reflexão e Crítica, 24, 51-61.
Sales, J., & Fivush, R. (2005). Social and emotional functions of mother-child reminiscing about stressful events. Social Cognition, 23, 70-90.
Sales, J., Fivush, R., Parker, J., & Bahrick, L. (2005). Stressing memory: Long-term relations among children’s stress, recall and psychological outcome following hurricane Andrew. Journal of Cognition and Development, 6, 529-545.
Santos, S. (2005). Raciocínio emocional e regulação afetiva numa perspectiva desenvolvimental na infância. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia.
Schore, A. (2001). Effects of a secure attachment relationship on right brain development, affect regulation and infant mental health. Infant Mental Health Journal, 22(1-2), 7-66.
Shaffer, D., & Kipp, K. (2009). Developmental psychology: Childhood and adolescence. Belmont, CA: Cengage Learning.
Sillars, A., Canary, D. J., & Tafoya, M. (2004). Communication, conflict and the quality of family relationships. In A. Vangelisti (Ed.), Handbook of family communication (pp. 413-446). Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates.
Soares, K., Almeida, N., Coutinho, O., & Mari, J. (1999). Sintomas depressivos entre adolescentes e adultos de uma amostra populacional de três centros urbanos brasileiros: análise dos dados do Estudo Multicêntrico de Morbidade Psiquiátrica. Revista de Psiquiatria Clínica, 26, 218-224.
Wagner, A., Falcke, D. Silveira, L., & Mosmann, C. (2002). A comunicação em famílias com filhos adolescentes. Psicologia em Estudo, 7, 75-80.

Downloads

Publicado

2013-07-04

Como Citar

de Macedo, L. S. R., & Sperb, T. M. (2013). Regulação de emoções na pré-adolescência e a influência da conversação familiar. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 29(2), 133–140. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/17600

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)