Discursos sobre a Surdez:

Deficiência, Diferença, Singularidade e Construção de Sentido

Autores

  • Cláudia Bisol Universidade de Caxias do Sul; Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Tania Mara Sperb Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

Surdez, Psicologia, Psicanálise, Estudos surdos, Narrativa

Resumo

O objetivo deste artigo é discutir diferentes abordagens teóricas que têm orientado o estudo da surdez. Publicações dos campos da psicologia, psiquiatria, psicanálise, estudos surdos e teorias da narrativa são utilizadas como base para discussão. Os modelos clínico-terapêutico e socioantropológico, já tradicionais, são apresentados inicialmente e exemplificados por meio da questão da inteligência e da saúde mental. Em seguida, apresenta-se a crescente contribuição da psicanálise e das teorias da narrativa para a compreensão do sujeito surdo. Argumenta-se que essas duas perspectivas teóricas redimensionam a centralidade de alguns conceitos, contribuindo para ampliar a compreensão da surdez.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Altshuler, K. Z. (1977). Evolución social y psicológica del niño sordo: Problemas y tratamiento. Em P. J. Fine (Org.), La sordera en la primeira y segunda infancia (pp. 51-68). Buenos Aires: Médica Panamericana.
Bahan, B. (2008). Upon the formation of a visual variety of the human race. Em H-Dirksen L. Bauman (Org.), Open your eyes: Deaf studies talking (pp. 83-99). Minneapolis: University of Minnesota.
Bailly, D., Lenclave, M-B. de C., & Lauwerier, L. (2003). Déficience auditive et troubles psychopathologiques chez l’enfant et l’adolescent: Revue da la littérature récente. L’Encéphale, 23, 329-337.
Bauman, H-D. L. (2004). Audism: Exploring the metaphysics of oppression. Journal of Deaf Studies and Deaf Education, 9, 239-246.
Bauman, H-D. L. (2008). Introduction: Listening to deaf studies. Em H-Dirksen L. Bauman (Org.), Open your eyes: Deaf studies talking (pp. 1-34). Minneapolis: University of Minnesota.
Bisol, C. A. (2008). Adolescer no contexto da surdez. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Breivik, J-K. (2005). Deaf identities in the making. Washington, DC: Gaulladet University.
Bremm, E. S., & Bisol, C. A. (2008). Sinalizando a adolescência: narrativas de adolescentes surdos. Psicologia: Ciência e Profissão, 28, 272-287.
Colin, D. (1980). Psicología del niño sordo. Barcelona: Toray-Masson.
Courser, T. G. (1997). Recovering bodies: Illness, disability, and life writing. Madison: University of Wisconsin.
Davis, L. (1995). Enforcing normalcy: Disability, deafness, and the body. New York: Verso.
Davis, L. (2008). Postdeafness. Em H-Dirksen L. Bauman (Org.), Open your eyes: Deaf studies talking (pp. 314-236). Minneapolis: University of Minnesota.
Góes, M. C. R. (1999). Linguagem, surdez e educação (2ª ed). Campinas: Autores Associados.
Hindley, P. A. (2005). Mental health problems in deaf children. Current Pediatrics, 15, 114-119.
Johnstone, D. (2001). An introduction to disability studies. London: David Fulton.
Keller, H, (1990). The story of my life. New York: Bentam Books. (Trabalho original publicado em 1902)
Laborit, E. (1994). O vôo da gaivota. (L. de Oliveira, Trad.) São Paulo: Best Seller. (Trabalho original publicado em 1993)
Lane, H. (2008). Do deaf people have a disability? Em H-Dirksen L. Bauman (Org.), Open your eyes: Deaf studies talking (pp. 277-292). Minneapolis: University of Minnesota.
Martins, R.V. (2004). Identificação, exclusão e língua de sinais. Em A. S. Thoma & M. C. Lopes (Orgs.), A invenção da surdez: cultura, alteridade, identidade e diferença no campo da educação (pp. 191-207). Santa Cruz do Sul: Edunisc.
Meadow-Orlans, K. (1990). Research on developmental aspects of deafness. Em D. F. Moores & K. P. Meadow-Orlans (Orgs.), Educational and developmental aspects of deafness (pp. 283-298). Washington, DC: Gallaudet University.
Meynard, A. (1993). Un enfant est sourd. Psychanalystes, 46-47, 135-154.
Nunes, L. M. (2004). A escrita em gesto: um caso de surdez. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
Ohna, S. E. (2004). Deaf in my own way: Identity, learning and narratives. Deafness and Educational International, 6, 20-38.
Perlin, G. T. (2004). O lugar da cultura surda. Em A. S. Thoma & M. C. Lopes (Orgs.), A invenção da surdez: cultura, alteridade, identidade e diferença no campo da educação (pp. 73-82). Santa Cruz do Sul: Edunisc.
Polkinghorne, D. E. (1988). Narrative knowing and the human sciences. Albany: State University of New York.
Pollard, R. Q. (1998). Pychopathology. Em M. Marschark & D. Clark (Orgs.), Psychological perspectives on deafness, Vol. 2 (pp. 171-195). Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum.
Quadros, R. M., & Sutton-Spence, R. (2006). Poesia em língua de sinais: traços da identidade surda. Em R. M. Quadros (Orgs.), Estudos surdos I (pp. 110-165). Petrópolis: Arara Azul.
Ricoeur, P. (1991). O si-mesmo como um outro (C. M. César, Trad.). Campinas: Papirus. (Trabalho original publicado em 1990)
Ricoeur, P. (1994). Tempo e narrativa. Tomo I (C. M. Cesar, Trad.). Campinas: Papirus. (Trabalho original publicado em 1983)
Ricoeur, P. (1997). Tempo e narrativa. Tomo III (R. L. Ferreira, Trad.). São Paulo: Papirus. (Trabalho original publicado em 1985)
Riessman, C.K. (2002). Analysis of personal narratives. Em J. F. Gubrium & J. A. Holstein (Orgs.), Handbook of interviewing (pp. 695-710). Thousand Oaks: Sage.
Schlesinger, H. S. (2000). A developmental model applied to problems of deafness. Journal of Deaf Studies and Deaf Education, 5, 349-361.
Schorn, M. E. (1997). El niño y el adolescente sordo: Reflexiones psicoanalíticas. Buenos Aires: Lugar.
Shakespeare, T. (2000). Disabled sexuality: Towards rights and recognition. Retirado em 25/05/2005, de http://www.bentvoices.org/culturecrasch/shakespeare.htm.
Skliar, C. (1997). Uma perspectiva sócio-histórica sobre a psicologia e a educação dos surdos. Em C. Skliar (Org.), Educação & exclusão: abordagenssócio-antropológicas em educação especial (pp. 105-153). Porto Alegre: Mediação.
Skliar, C. (1998). Os estudos surdos em educação: problematizando a normalidade. Em C. Skliar (Org), A surdez: um olhar sobre as diferenças (pp. 7-32). Porto Alegre: Mediação.
Solé, M. C. (2004). A surdez e a Psicanálise: O que é dito. Em A. S. Thoma & M. C. Lopes (Orgs.), A invenção da surdez: cultura, alteridade, identidade e diferença no campo da educação (pp. 208-232). Santa Cruz do Sul: Edunisc.
Squire, C. (2005). Reading narratives. Group Analysis, 38, 91-107.
Thoua, Y. (2003). La surdité au chant du signe. Cahiers de psychologie clinique, 20, 203-215.
Vernon, M. (2005). Fifty years of research on the intelligence of deaf and hard-of-hearing children: A review of literature and discussion of implications. Journal of Deaf Studies and Deaf Education, 10, 225-231. (Trabalho original publicado em 1965)
Virole, B. (2001). Développement psychologique de l’enfant sourd: Moments critiques. Retirado em 16/01/2004, de www.benoitvirole.com.
Wallis, D., Musselman, C., & MacKay, S. (2004). Hearing mothers and their deaf children: The relationship between early, ongoing mode match and subsequent mental health functioning in adolescence. Journal of Deaf Studies and Deaf Education, 9, 2-14.

Downloads

Publicado

2010-05-11

Como Citar

Bisol, C., & Sperb, T. M. (2010). Discursos sobre a Surdez:: Deficiência, Diferença, Singularidade e Construção de Sentido. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 26(1), 7. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/17454

Edição

Seção

Revisão da Literatura

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)