Brincar no Hospital:

Assunto para Discutir e Praticar

Autores

  • Cátia Olivier Mello Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Cláudia Maria Teixeira Goulart Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Raquel Almeida Ew Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Ana Maria Moreira Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Tânia Mara Sperb Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

Brincar, Hospital, Concepções de profissionais

Resumo

Cento e dezoito profissionais que trabalham com crianças hospitalizadas em 7 hospitais de Porto Alegre (RS) foram entrevistados a respeito das concepções que tinham acerca do brincar no hospital por intermédio de um estudo transversal. Os participantes responderam a um questionário e a uma entrevista semi-estruturada. O resultado dos questionários salientou que as crianças deveriam brincar com outras crianças e com brinquedos comuns, fornecidos pelo hospital, em uma sala de recreação. Desenvolver-se, relacionar-se e aprender foram as categorias reveladas pela Análise de Conteúdo para a questão "para que serve brincar na vida de uma criança?"; características da situação hospitalar, amenizar o sofrimento através de um passatempo e relacionar-se, as indicadas para a questão "para que serve brincar no hospital?" . Além disso, particularidades entre os hospitais foram elucidadas pela Análise de Correspondência. As autoras discutem maneiras de auxiliar os profissionais a transformar suas concepções sobre o brincar desde o nível intuitivo até o conceitual, a fim de sistematizar a utilização do brincar na rotina hospitalar.

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Publicado

2012-08-31

Como Citar

Mello, C. O., Goulart, C. M. T., Almeida Ew, R., Moreira, A. M., & Sperb, T. M. (2012). Brincar no Hospital:: Assunto para Discutir e Praticar. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 15(1), 065–074. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/17343