Estética, pragmatismo e um ideal de habitar ecológico
DOI:
https://doi.org/10.18830/1679-09442025v18e57114Palavras-chave:
Teoria da arquitetura, Arquitetura ecológica, Estética, PragmatismoResumo
Neste artigo, interessamo-nos por desenvolvimentos do conhecimento arquitetônico contemporâneo concomitantes ao contexto de crise ambiental, assinalando a necessidade de revisão dos fundamentos da arquitetura, em seu propósito de mediar a experiência de habitar o mundo. Partimos do reconhecimento de que a ecologia se consolida como um elemento da cultura global, fomentando essa crítica. Assim, ao conduzir essa reflexão, consideramos, inicialmente, a influência do pensamento ecológico sobre a teoria recente da arquitetura, desdobrando-se na revisão das definições convencionais de arquitetura e natureza. Admitindo, além disso, que essas ideias encontram continuidade no âmbito da prática, observamos, em especial, a importância atribuída à dimensão estética da arquitetura na busca por modelos coerentes com um ideal ecológico, entendendo que este exige uma postura não-antropocêntrica, não-dualista e não limitada a um racionalismo. Propomos, então, que a filosofia pragmatista de Charles Sanders Peirce, na relação que estabelece entre pragmatismo e estética, adequa-se a orientar esse olhar sobre ecologias arquitetônicas possíveis. Em seguida, portanto, analisamos conceitos da filosofia peirciana, com ênfase no papel da estética em relação aos ideais que guiam nossos sentimentos, ações e pensamentos. Consideramos, então, a relevância do pragmatismo, articulado na interação entre teoria e prática, para refletir sobre a manifestação de um ideal ecológico como um estágio do conhecimento em arquitetura.
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