Memória e identidade: os imaginários urbanos de Santiago de Cuba
DOI:
https://doi.org/10.18830/issn.1679-0944.n33.2022.15%20%20%20%20Palavras-chave:
Santiago de Cuba, Memória, Identidade, Território, imaginários urbanosResumo
Este artigo apresenta o resultado de uma pesquisa realizada com moradores da cidade de Santiago de Cuba sobre os imaginários urbanos. A partir do aporte teórico de autores como Armando Silva e Néstor García Canclini, que vêem no estudo dos imaginários urbanos um caminho heterodoxo para o entendimento de processos culturais e de comunicação nas cidades, a pesquisa apresenta uma reunião de elementos que ampliam e revelam outros significados para comportamentos, escolhas, relações de identidade e memória de grupos. Buscou-se, neste artigo, sintetizar os resultados de um questionário realizado com moradores da cidade cubana, cuja estrutura sociocultural é permeada por valores coletivos construídos a partir de discursos oficiais. A metodologia adotada é a histórico-crítica, em cruzamento com resultados de levantamentos empíricos e de entrevistas com os moradores. Os resultados evidenciaram que o consenso não é resultado de escolhas espontâneas. A memória coletiva e os imaginários se fundamentam em uma permanente refundação da história do país, onde fatos não associados aos períodos de lutas pela independência ou pela revolução foram e são reiteradamente suprimidos do cotidiano e das rememorações.
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