O frontispício de Salvador e seu impacto na paisagem urbana da cidade no século XIX

Autores

  • Rodrigo Espinha Baeta Universidade Federal da Bahia
  • Luiz Antonio Fernandes Cardoso Universidade Federal da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.18830/issn.1679-0944.n13.2014.12046

Palavras-chave:

Salvador, Cidade Baixa, Frontispício, Paisagem e cenografia urbana

Resumo

Muitos foram os elementos que contribuíram para configurar a paisagem urbana de Salvador,bem como marcaram o desenvolvimento da sua cenografia urbana até finais do século XIX. A conjunção de alguns fatores que conformarama imagem da cidade promoveria um equilíbrio plástico coerente que caracterizaria os panorama surbanos desfrutados da Baía de Todos os Santos. Entre os elementos de maior relevânciana constituição da paisagem da primeira capital brasileira, se destacam as vistas da encosta de Salvador (o frontispício da cidade) tomadas do mar ou da Cidade Baixa. O visitante que adentrava a Baía de Todos os Santos e desembarcava emseu núcleo central pelo porto, podia se deleitar com o surgimento da área densamente habitada através da aparição do imponente frontispício, tendo seu ponto culminante na altura do Forte de São Marcelo ”“ alguns quilômetros após a idílica experiência de vislumbrar as fortificações que marcavam a entrada da baía. Na parte baixa, osdiversos cais ”“ com destaque para os conjuntosde arquitetura regular do Cais da Farinha e doCais das Amarras, bem como a sequência de edificações do Cais Dourado (mais à frente) ”“contrastavam com a massa verde da encosta do núcleo central, por sua vez coroada pela movimentada linha horizontal formada pelos fundos irregulares das construções encravadas no altoda falésia. Em meio a este panorama destacava-se, na parte superior do frontispício, a antiga Catedral da Sé com sua fachada monumental voltada para o mar, como a principal protagonista de um cenário que reafirmava o papel dacidade como símbolo privilegiado do poder da fé. Outros edifícios religiosos também apareceriam”“ ao menos parcialmente ”“, com suas torres voltadas de frente ou de costas para a baía, não ameaçando, contudo, a presença hegemônica da antiga catedral assentada no ponto médio do trecho mais densamente edificado.

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Biografia do Autor

Rodrigo Espinha Baeta, Universidade Federal da Bahia

Arquiteto, formado em 1994 pela EA-UFMG, especialista pelo Curso de Conservação e Restauração de Monumentos e Sítios Históricos (IX CECRE UFBA) e pelo Curso Ciudades y Viviendas de Iberoamérica, oferecido pelo Centro Nacional de Conservación, Restauración y Museología (CENCREM), La Habana, Cuba. Mestre e doutor pelo Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU-UFBA),”“ fez Estágio de Doutoramento no exterior junto ao Dipartamento di Storia dell’Architettura, Restauroe Conservazione dei Beni Architettonici da Università degli Studi di Roma, La Sapienza. Professor da Faculdade de Arquitetura e do PPGAU-UFBA. É coordenador do mestrado profissional em Conservaçãoe Restauração de Monumentos e Núcleos Históricos (MP-CECRE-UFBA) e um dos três diretores daAssociação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (ANPARQ). No ano de 2010 lançou, pela EDUFBA o livro O Barroco: a arquitetura e a cidade nos séculos XVII e XVIII (368 páginas), publicação que recebeu o Prêmio da ANPARQ 2012: melhor livro autoral. Em 2012 lançou, também pela EDUFBA, mas em parceria com o PPGAU-UFBA, o livro Teoria do Barroco.

Luiz Antonio Fernandes Cardoso, Universidade Federal da Bahia

Arquiteto (1980), Mestre (1991) e Doutor (2009) em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia, com Estágio Doutoral (PDEE-CAPES) de 12 meses na Universidade de Coimbra, Portugal. Desde 1992 é professor da área de história e teoria da arquitetura e do urbanismo na mesma universidade, onde também, a partir de maio de 2014, assumiu a Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU/UFBA). Foi Coordenador do Curso de Especialização em Conservaçãoe Restauração de Monumentos e Sítios Históricos (CECRE) de setembro de 1997 a abril de 2004 e do Mestrado Profissional em Conservação e Restauração e Monumentos e Núcleos Históricos (MP-CECRE)de março de 2012 a fevereiro de 2014. Tem experiência no campo da Conservação e do Restauro, atuando principalmente nas seguintes áreas: história da cidade e do urbanismo, preservação do patrimônio cultural,além de história, teoria e projeto de arquitetura.

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Como Citar

Baeta, R. E., & Cardoso, L. A. F. (2014). O frontispício de Salvador e seu impacto na paisagem urbana da cidade no século XIX. Paranoá, 7(13), 45–54. https://doi.org/10.18830/issn.1679-0944.n13.2014.12046

Edição

Seção

Teoria, História e Crítica

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