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  • OBRA Título: Museu das Missões, São Miguel das Missões/RS Ano: 2022 Autor: Vânia Lima Gondim

    Arquitetura e Museus
    Vol. 13 No. 25 (2024)

    O espaço seria o conjunto indissociável de sistemas de objetos, naturais ou fabricados, e de sistemas de ações, deliberadas ou não. A cada época, novos objetos e novas ações vêm juntar-se às outras, modificando o todo, tanto formal quanto substancialmente. (Milton Santos, Técnica, Espaço, Tempo, 2008, p. 46).  A museologia, enquanto campo de conhecimento, se propõe a contribuir para compreensão da sociedade a partir de um olhar específico que contempla as relações entre seres, objetos e realidades. O campo de estudos e pesquisas se expande a cada dia com os aportes de reflexões descentradas dos antigos cânones, suscitando uma reconsideração dos agentes envolvidos nas diferentes etapas dos processos de musealização. De acordo com Brulon (2018), musealizar um objeto significa muda-lo de lugar, seja simbólico ou físico, e reapresenta-lo em uma nova forma que potencialize os seus sentidos. Os lugares e, portanto, a arquitetura são elementos incontornáveis para a discussão da museologia, não podendo ser considerados somente como os envoltórios físicos de uma instituição museológica. Por consequência, a realidade investigada passa a contar com objetos materiais e imateriais, a considerar seres humanos e não-humanos e também a examinar ambiências e paisagens.

  • Arte da Capa:  Nicólly Ayres

    Museologias, Coleções e Arqueologias
    Vol. 12 No. 24 (2023)

    A relação entre Arqueologia e Museologia é de longa data, tendo sido os museus o palco das primeiras pesquisas arqueológicas. Essa trajetória nos legou coleções e instituições marcadas pela colonialidade, bem como uma estratigrafia de abandono da Arqueologia no âmbito das instituições museológicas. Da mesma forma, evidenciam-se descompassos na legislação patrimonial. Não obstante, na contemporaneidade observa-se a ampliação significativa das abordagens museológico-curatoriais dessas coleções, bem como das reflexões acadêmicas. Emergem desse esgarçamento, ao mesmo tempo epistêmico e aplicado, desafios e descompassos a serem equacionados.

    Os processos de musealização de coleções arqueológicas deslocam e enquadram materialidades por meio de rotinas de classificação, normatização e conservação, apresentando-as ao público a partir de discursos expositivos e educativos, compondo um campo específico de estudo e intervenção. No compasso desses processos observa-se a emergência de questionamentos éticos, políticos e epistêmicos de tais enquadramentos, bem como de práticas que têm evidenciado um movimento em direção à interdisciplinaridade e à interculturalidade no tratamento dos acervos.

    O Dossiê  integra reflexões sobre as novas éticas, teorias e práticas museológicas no tratamento de coleções arqueológicas, custodiadas ou não em museus e instituições de guarda. Em especial, centenas de pesquisas realizadas no âmbito do licenciamento de empreendimentos diversos têm trazido desafios de monta e diversos estudos no âmbito da Musealização da Arqueologia, os quais interessam a esse dossiê. Da mesma forma, a musealização de sítios arqueológicos, em suas dimensões curatoriais, colaborativas e educativas, compõe o campo da proposta. Os trânsitos, diásporas e êxodos das coleções de seus territórios e coletivos, bem como as novas políticas de restituição e repatriação, também estão no cerne do debate proposto.

    Prof.ª Dra. Camila A. de Moraes Wichers (UFG)

    Prof. Dr. Diego Lemos Ribeiro (UFPEL)

    Prof.ª Dra. Maria Cristina Oliveira Bruno (USP)

    Organizadoras/es do Dossiê

  • Título da obra: Para não esquecer quem somos. Autor Nelson Fernando Inocencio da Silva

    Museu e Patrimônio das culturas afrodiaspóricas
    Vol. 11 No. 22 (2022)

    O presente Dossiê tem como objetivo reunir artigos  multidisciplinares que reflitam os processos de musealização e patrimonialização de culturas negras. Ao causar  estranheza, os corpos e objetos de origem africana sempre tiveram lugar nos acervos de colecionadores europeus, dando ideia da existência “dos outros”. Transferidos posteriormente para os museus, eles foram classificados como exóticos e bizarros colaborando com a pavimentação de uma história humana hierarquizada e que ajudou a justificar o colonialismo, o escravismo e o racismo. Assim, os bens patrimoniais de origem africana e de sua diáspora forçada foram apagados, invisibilizados e reduzidos a uma ressignificação da escravização que teve como auge a miscigenação e a construção do  “mito da democracia racial” brasileira. Mas nas últimas décadas, por conta da força do movimento social negro cobrando o cumprimento dos marcos legais internacionais antirracistas, as ações afirmativas alteraram esse panorama forçando a releitura da representação e apresentação de objetos afro-brasileiros nas instituições museológicas de cunho tradicional e, por outro lado registrando o surgimento de diversificadas experimentações museológicas que se detêm “na utilização do poder da memória, do patrimônio e do museu a favor das comunidades populares, dos povos indígenas, negros e quilombolas e dos movimentos sociais” (Chagas e Gouveia,2014:17). Portanto este Dossiê pretende unir pesquisadores em torno do papel da preservação da memória e do patrimônio das culturas negras como estratégia política de combate ao racismo e de promoção da igualdade racial.

  • Título: Entidade Maré Autor(a): Matheus Affonso Museu/Local: Maré

    Dossiê: Museus e Museologia LGBT+
    Vol. 11 No. 21 (2022)

    Na última década, paradigmas identitários dissidentes passaram a questionar a matriz heterossexual hegemônica nos museus e no debate museológico. Neste cenário, valendo-se da sigla vigente no escopo das políticas públicas brasileiras, emerge uma Museologia LGBT, então interessada na superação das fobias à diversidade sexual no campo em que se aplica. Com a afirmação, problematização e análise das múltiplas identidades existentes por de trás da sigla LGBT, amplia-se o debate sobre a memória, patrimônio, salvaguarda e sentidos da manutenção de suas referências materiais e simbólicas. Assim, novas abordagens teóricas relacionadas a políticas públicas, direitos humanos, teoria Queer e interseccionalidade (gênero, identidade de gênero, orientação sexual, cor/raça e classe), bem como práticas inovadoras expressas na criação de museus com perfil específico, estudos de musealização de acervos representativos da comunidade LGBT, releituras de acervos musealizados, promoção de memórias marginalizadas, agremiações intelectuais em rede, entre outras possibilidades, demonstram a potencialidade e os limites do tema e sua ampla diversidade de atuação. Neste sentido, o presente dossiê pretende reunir autorias interessadas neste debate, de modo a ilustrar e aprofundar um pensamento crítico sobre a relação entre museus, Museologia e população LGBT.

  • Tema: Inclus-olhar. Vinícius de Moraes Monção, 2021

    Inclusão em Museus e Diversidade: entre conceitos e práticas.
    Vol. 10 No. 20 (2021)

    A organização do Dossiê “INCLUSÃO EM MUSEUS e DIVERSIDADE: CONCEITOS, POLITICAS E PRÁTICAS” tem como objetivo levar aos leitores o conhecimento sobre as políticas públicas voltadas para segmentos notadamente invisibilizados na sociedade brasileira, assim como estimular a reflexão sobre as concepções que devem fundamentar as ações e programas de caráter inclusivo nos museus e instituições culturais com foco na Educação e Comunicação para a valorização da diversidade.

     

  • MIS Experience - instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo Foto: Carmen Silva - dez/2019 Exposição “Leonardo da Vinci - 500 anos de um gênio”, realizada no MIS Experience, novo espaço do Museu da Imagem e do Som.

    Museologia e Cultura digital
    Vol. 10 No. Especial (2021)

    A proposta do Dossiê Museologia e Cultura Digital é reunir pesquisas, análises sobre o uso, desenvolvimento, história e aplicação do virtual e das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) em espaços culturais e museológicos.  São pertinentes temas  e discussões sobre:  o virtual, o digital, e a hiperconexão em rede e interfaces com museus e patrimônio, a acessibilidade e usabilidade  propondo reflexões sobre  subjetividades, sociabilidades e relações de poder nesses espaços.

    A intenção é disponibilizar um panorama sobre as formas e possibilidades de uso desses recursos para o enriquecimento dos espaços de cultura, bem como discutir as implicações e consequências desse uso em termos de sustentabilidade e recepção dessas experiências, elucidando as condições materiais e contextos sociais em que essas tecnologias são produzidas e aplicadas. Além disso, busca-se entender como elas estão afetando os saberes, os usos e as práticas em ambientes museais e de vivência do patrimônio, on-line ou off-line.

    Serão bem-vindas as investigações com explorações teóricas, críticas e empíricas, agregando trabalhos em campos de estudos como das humanidades digitais, ciências da informação, história e crítica da arte, filologia com abordagens e discussões que atrelem o uso das Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDIC) aos seus impactos sociais por meio de perspectivas da teoria crítica e pós- colonialista, em contextos globais e regionais. Acolheremos ainda questões relativas à democratização e regulamentação deste campo e, mais especificamente, às transformações que podem ocorrer nos processos museológicos e na interação com a sociedade, inclusive diante dos desafios contemporâneos que impõem repensar práticas e conhecimentos. Poderão ser descritas pesquisas sobre o virtual, o digital, a videoarte, a arte digital, o vídeo mapping, digitalização de acervos, estudos e práticas em Realidade Virtual, Realidade Aumentada ou games, Inteligência Artificial, tratamento e preservação de acervos nato digitais, exposições imersivas em ambientes 2D e 3D, virtualização do patrimônio cultural, experiências de curadoria compartilhada on-line, museus digitais, plataformas digitais para divulgação e preservação cultural, desenvolvimento de apps e outros produtos característicos do uso das tecnologias digitais da informação e comunicação nos espaços culturais, assim como temas atrelados a Big Data, hiperexpansão da memória e outras experiências digitais do patrimônio como  os cibermuseus ou museus digitais, ativismo digital, diáspora digital etc. Entendemos que, assim, o dossiê acolherá reflexões e problematizações epistemológicas, transdisciplinares, na interface entre Museologia e Cultura Digital.

  • Museu da Língua Portuguesa. Foto: Luan Batista Exposição permanente do Museu da Língua Portuguesa. Obra: Instalação Palavras Cruzadas

    Acervos museológicos em ambiente digital
    Vol. 10 No. Especial (2021)

    Observa-se que no Brasil, nos últimos anos, novas possibilidades tecnológicas auxiliaram não somente na divulgação das instituições museais, mas também em atividades técnicas como conservação e documentação/representação da informação, permitindo a difusão de  conteúdos importantes, científicos, artísticos, históricos e culturais, de diversos países.

  • Jorge Méndez Blake El castillo / The Castle, 2007 Ladrillos, edición de El castillo de Franz Kafka / Bricks, edition of Franz Kafka’s The Castle 2300 x 175 x 40 cm Imágen cortesía del artista / Image courtesy of the artist Vista de la instalación en la exposición After Babel, Annex M, Athens, 2018 / Installation view at the exhibition After Babel, Annex M, Athens, 2018

    Indigenous protagonism and museum: approaches and methodologies / Museums, Museology and Literature: representations of the world and narrative techniques
    Vol. 10 No. 19 (2021)

    Indigenous protagonism and museum: approaches and methodologies
    The dossier aims to bring together articles in which the indigenous role in the
    museum is the essential point to be disseminated, we can say, the participation
    of groups or communities takes place, with indigenous people as active actors
    in the curation process. The proposal revolves around the relations between indigenous peoples and museums,
    considering revisionist and decolonial post-colonial approaches , positioning
    indigenous protagonism in contemporary museum processes as a right to musealization. It is in the dossier's interest to know and widely disseminate curation actions
    promoted by museum professionals and indigenous people together, favoring the
    self-representation and participation of these actors in the elaboration of museum
    discourses and in reflective elaborations. For a better understanding, curatorship is considered as all actions around the museological
    object - formation of collections, research, conservation, documentation, exhibition and
    education. Thus, contributions from the most diverse curators will be welcome, that is,
    professionals who make up or integrate the curatorial process in museums, namely: researchers
    from different fields, conservatives ), documentalists, museologists, educators, architects,
    designers etc. Likewise, contributions are expected from different areas (museology, anthropology, arts,
    archeology, psychology, education, architecture, social communication and others) and museum
    typologies (anthropological/ethnological/ethnographic, artistic, archeological, historical,
    science & technology, from popular culture and folklore, city, community etc.). Another aspect to be considered is the methodologies adopted in curating with indigenous people,
    to be considered: collaboration, action research, shared curation, collection requalification,
    ethnomuseology, ethno-archaeology and others that bring us elements for discussion on interactions
    between indigenous and non-indigenous agents in curatorial procedures, power relations and decision-making,
    considering disputes and conflicts, as well as the negotiations and agreements established to reach results,
    which we hope to know in the texts presented. Making the idea more original, the proposal of the dossier covers
    indigenous texts prepared by them about
    their realities, experiences, visions, curators and museum management.
    Our testimony is inspired by:
    My name is Inã which means mother. I am Kujã [shaman], I am Kaingang. What it means
    to us, the book [released with her articles], is us telling our story, ourselves
    telling our story, the way we say it, and the book will be written the way we talk
    about ours culture, of our people, because this is very important for us who speak
    of our culture, it is not other people, what is written in the book is the same way,
    the same language we speak, it is not the voice of the non-Indian , it's the
    indigenous voice, it's our voice, we indigenous people, this is very important to us,
    because it's not other people who are telling the indigenous story, we're actually
    telling our story, this is very important to me , not only for me but for our people
    this is very important and we are very proud to talk about ourselves. That's so proud!" Dirce Jorge Lipu Pereira, Kaingang, TI Vanuíre, SP, May 18, 2020.  

     

    Museums, Museology and Literature: representations of the world and narrative techniques

    Museums, Museology and Literature intertwine in different ways. The connections go back to the etymological root of the word museum, referring to the Temple of Muses - many of them directly linked to Literature - and to the mythological root of Museum, son of the poet Orpheus, as recalled by Marília Xavier Cury (1999). But relations are not restricted to classical origins: liable to be approximated by their potential for humanization, their functions of representing the world and their very concrete encounters in literary museums and the homes of writers, museological institutions and literary works have much to exchange.
    In the Brazilian context, Mário de Souza Chagas lists a series of intellectuals from different areas of Museology who dealt with museums, memory and collections. Among them, poets like Mário de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Cecília Meirelles and Carlos Drummond de Andrade (CHAGAS, 2015). If, inspired by your list, we set out to look for examples beyond Brazil, the inventory of authors and literary works that addressed museums and themes close to Museology tends to grow and diversify in terms of literary genres. In Argentina, Fernandez Macedonio launched, in 1975, the novel The Romance Museum of the Eternal; in France, Georges Perec writes the novel The Private Collection in 1979. On a trip to Portugal, from 1981, José Saramago introduces us to a character who not only visits the Museum of Archeology and Ethnology in Lisbon, but makes a concrete suggestion of how a particular piece of the collection should be exposed.
    In the years 2000 and 2010 we found new examples. In Japan, Yoko Ogawa launched in 2001 The Museum of Silence, narrated by a museologist; in Turkey, in 2010, we met Orhan Pamuk, with his Museum of Innocence - which is a novel and museum, accompanied by a catalog; that same year, the novel Ten Thousand Guitars, in which French writer Catherine Clément portrays Rodolfo I's curiosity office, is made public; in 2013, in the United States, Donna Tart published O Pintassilgo, whose plot has important relations with the homonymous work housed in the Metropolitan Museum of Art.
    In what ways do these - and others - representations of museums in literature influence - or reflect - the work of professionals in the field and the research of museologists? What echoes can the emergence of new museums and the transformations in museological thought have in literature and literary studies? You can see everything from numerical impacts - like the booming audience at the New York Frick Museum after the publication of Donna Tart's novel on the work O Pintassilgo, which the museum received in a traveling exhibition1 - to academic connections - such as the Manifesto about museums, released by Orhan Pamuk at the ICOM General Conference in Milan in 2016.
    Inverting the perspective, we move from these various museums in literary works to the presence of literatures in museums. Just like the museum, the collection and memory can be an object of interest to writers, so they can also become essential for certain museological institutions. Within the scope of ICOM, the International Committee of Literary Museums - the ICLM - emerged in the 1970s, bringing together especially houses of writers. In Germany, the Association of Literary Societies and Literature Museums (ALG) was created in 1986; in France, after a series of events and documents dating back to 1993, the National Federation of Houses of Writers and Literary Heritage was born in 1997. In 2003, the LitHouses group of British literary houses and museums was created. In 2016, the Literary Museums Network is formed in Brazil. All of these organizations are active, with periodic meetings that generate publications on the themes of the homes of writers and literary museums, in addition to reflecting, at times, on the presence of literature in non-literary museums, such as historical and art museums.
    The reflection on how we represent literature in our museums leads to a third point of interest in this thematic dossier: the museological narrative. Many studies in the field of Museology use the term narrative and deal with the possibility of composing speeches, critical perspectives or even plots using objects, complementary texts and various expographic resources. However, from what we have been able to investigate, there have not yet been many theorizations in this regard. In his Dictionary of Literary Terms, Massaud Moisés (1982) indicates that "the narration consists of the account of events or facts, and therefore involves action, movement and the passage of time". This is to use a very succinct definition, among the vast bibliography that discusses narrative in the literary medium. Is this concept of narration the same as that used in our practice and theory in museums? How can literature narrative procedures be studied by museologists and bring them new ideas and perspectives? How can Museology enrich critical analyzes around literature?

  • Instalação - Museu de Arte Sacra - Olinda - PE  Foto: Teresa Scheiner, fevereiro de 2020

    Museums, Museology, Communication, Reception
    Vol. 9 No. Especial (2020)

    Este número especial da Revista Museologia e Interdisciplinaridade ”“ Museus, Museologia, Comunicação, Recepção - celebra a essência do Museu como instancia comunicacional absoluta, fenômeno que se configura simultaneamente em processo e como produto muito especial das interfaces entre o humano e o real, ou suas diferentes “dobras”, a que chamamos realidades. É um tema que permanece atual, considerando a avassaladora presença das mídias ”“ especialmente as mídias digitais - em nosso cotidiano e sua influencia na cultura do presente. É importante lembrar sempre onde e como se colocam os museus, na Atualidade; e como vêm-se adaptando às novas linguagens comunicacionais. Museus se conectam com todos os tempos e espaços, mas é no hoje que se comunicam: o uso de linguagens atualizadas (incluindo a linguagem do marketing) é fundamental para que suas narrativas possam verdadeiramente impactar as sociedades do presente.

    A teoria nos ensina que o Museu é um fenômeno social, de profundo significado educativo: em suas formas instituídas, quaisquer que sejam, museus atuam de forma dinâmica, não apenas no estudo e conservação da cultura em todos os tempos e espaços, mas também propiciando novos conhecimentos e experiências de vida que contribuem, de modo positivo, para o desenvolvimento humano e o bem estar social. E o fazem oferecendo experiências vivenciais de observação, estudo e experimentação dos processos e produtos da natureza e da ação humana em toda a sua trajetória. Nesse contexto ocupam lugar especial os museus universitários, que dão a conhecer os modos e formas pelos quais se constrói o saber formal sobre as coisas do mundo e as coisas “das gentes”; e desenvolvem experiências de compartilhamento democrático do saber formal, onde o conhecimento acadêmico é interpretado nas suas interfaces com o conhecimento informal de todos os grupos sociais.

    Como dispositivos comunicacionais plenos, museus permitem uma ampla conexão com todos os planos perceptuais e com as diferentes dimensões da razão e dos sentidos. Essa comunicação se dá especialmente através das exposições. Entende-se aqui a exposição como o produto de um ato de criação coletiva, que reúne as percepções de mundo de todos aqueles que, de alguma forma, foram e são responsáveis pela sua realização: toda exposição oferece um recorte de mundo que possibilita a cada individuo uma experiência transformadora. Os graus de transformação irão variar, dependendo da experiência imersiva de cada pessoa no espaço da exposição. 

    Do ponto de vista da recepção, toda exposição é um objeto semiótico, polivalente, e configura um texto a ser reconhecido e percebido como “entidade comunicacional” ”“ um mecanismo que precisa ser atualizado por um destinatário, através de um processo interpretativo. O texto expositivo captura os sentidos e provoca alguma forma de “leitura”, a partir de dispositivos combinatórios próprios a cada experiência. Toda exposição se articula assim como espaço de linguagem, que se dirige a indivíduos reais, e não a entidades teóricas designadas como “publico alvo”, “visitante”, ou “publico geral”. Empreender a análise sistemática de audiências constitui, portanto, um movimento necessário para o desenvolvimento de uma museologia dialógica (ou dialogal), isto é, uma experiência comunicacional ”“ já que o diálogo é a matriz e a essência mesma da comunicação.

    T. Scheiner, dezembro de 2020

  • Dance with me (2018), de autoria de Élle de Bernardini. Créditos: cortesia da artista

    Performativity Musealization in Public and Private Collections
    Vol. 9 No. 18 (2020)

    It is known that the intention, the acquisition and the contextual-temporal processes in a collection set what we consider musealization ”“ action / act / transitive gesture ”“; in a constant feedback with the trajectories of the objects and narratives in an essential relationship with the audience that observe and resignify them.

    If the narrative condition about the objects’ existence is tied to the immateriality, the performativity is the key element to understand the intentions and the processes that involve agents and agencies: museums, cultural heritages, collections, social groups and individuals. The performativity is associated to survival, something which provides continuity, which perpetuates, which remains, which is vestigial. It is also a metalanguage, as an expression that articulates the meanings and the narratives about something, that which transmutes and sets up as a connection point between genealogies and temporalities. In this regard, the purpose of this dossier is to contemplate texts about performativity in relation to museological practices and collections, and vice-versa. Therefore, the dossier seeks to gather texts that present the musealization performativity towards the Visual Arts, the traditional knowledge, the Dance, the Theatre Arts, the Music and which may also present staging, ritual and corporeality. Thereby, the following thematic axes are suggested: (1) History of immaterial heritage preservation policies; (2) The notion of perfomativity in private and public collections of Visual Arts, traditional knowledge, Dance, Theatre Arts and Music; (3) Relation between performance, ritual and corporeality; (4) The performativity musealization of collection in museological processes.

  • Museus e Museologia: aportes teóricos na contemporaneidade
    Vol. 9 No. 17 (2020)

    Tiriyó-Kaxuyana beadwork ”“ Acervo do Memorial dos Povos Indígenas (MPI) ”“ Brasília/DF

    Foto: Daderot

     
  • Museus e Educação: História e Perspectivas Transnacionais
    Vol. 8 No. 16 (2019)

    Foto: Mão de Rosella Andreassi - Autor: Giorgio Calabrese  - Università degli Studi del Molise Local: Museo della Scuola e dell’Educazione popolare - Campobasso  Data: 23/05/2017 Evento: "Vite maestre tra libri, registri e quaderni. La dimensione locale della ricerca e il patrimonio storico educativo" 
  • Claudia Andujar, Gisele Motta e Leandro Lima, Yano-a, 2005, instalação (detalhe). Acervo da Pinacoteca de São Paulo. Foto: E.Dionisio, 2016.

    Dossiê: Cinema, museu e patrimônio
    Vol. 8 No. 15 (2019)

    Organizadores: José Quental (Doutorando em Cinema Université Paris 8/Cinemateca do MAM) e Alda Heizer (JBRJ)

    Capa: Claudia Andujar, Gisele Motta e Leandro Lima, Yano-a, 2005, instalação (detalhe).

    Acervo da Pinacoteca de São Paulo.

    Foto: E.Dionisio, 2016.

  • Os Museus e o Mar
    Vol. 7 No. 14 (2018)

    Mercedes Lachmann, Área de Emergência, 2014, instalação - casco de barco de madeira sobre banco de areia. I Mostra Rio Esculturas Monumentais, Praça Paris, Glória, RJ.

  • Vol. 7 No. 13 (2018)

    Ida Hannemann de Campos,

    Voltando da feira 2, série Transeuntes, 1964

    Coleção da Artista

    Foto: E.Dionisio

  • Vol. 6 No. 12 (2017)

    Henrique de Oliveira

    Transarquitetônica, 2014, instalação (detalhe)

    Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo

    Foto: E.Dionisio

  • Vol. 6 No. 11 (2017)

    Nelson Leirner

    Terra à vista, 1998.

    MAC, Niterói, RJ

  • Vol. 5 No. 10 (2017)

    Túlio Pinto

    Cumplicidade #7, 2016.

    Foto do artista.

  • Vol. 5 No. 9 (2017)

    Laura Lima e José Barattino

    Comida, 2012

    Encontros de arte e gastronomia, MAM - SP

    Foto: Edouard Fraipont

  • Vol. 4 No. 8 (2015)

    Elida Tessler

    Você me dá a sua palavra?, 2004-2013, instalação

    Foto: Carlos Stein

  • Vol. 4 No. 7 (2015)

    Ana Ruas

    Plano B

    Intervenção no Museu de Arte Contemporânea do Mato Grosso do Sul, 2014.

  • Vol. 3 No. 6 (2014)

    Jac Leirner

    Cantos, 2014, níveis de precisão sobre parede

    foto:Museo Tamayo, México. 

  • Vol. 2 No. 3 (2013)

    Corpos Informáticos

    Encerando a chuva, 2012

    Pirangy, RN. 
    foto: Bia Medeiros
    performer: Maria Eugênia Matricardi

  • Gê Orthof,  Escuto, 2009  Espaço Marcantonio Vilaça, Brasília.

    Vol. 1 No. 2 (2012)

    Gê Orthof,

    Escuto, 2009

    Espaço Marcantonio Vilaça, Brasília.

  • Elder Rocha  Paisagens Instáveis, 2008  Intervenção no Torreão, Porto Alegre

    Vol. 1 No. 1 (2012)

    Elder Rocha

    Paisagens Instáveis, 2008

    Intervenção no Torreão, Porto Alegre