Estudo sobre a situação histórica e a identificação étnica dos tapuios do Carretão/Goiás
Mots-clés :
Etnicidade. reconhecimento étnico. políticas indigenistas.Résumé
Ao se reconhecer a situação identitária dos tapuios como uma situação de “caboclismo”, pode-se compreender porque os tapuios são representados pelos agentes indigenistas como ocupando o extremo oposto de uma curva de indianidade que partiria dos mais “autênticos”, “puros” ou “selvagens” de um lado, se fechando, no outro lado deste continuum, nos mais “integrados” ou “assimilados” à sociedade nacional. É que estes não seriam mais índios, e sim “caboclos”, “tapuios” (no sentido regional), “trabalhadores nacionais” (no sentido do Serviço de Proteção aos Índios ”“ órgão que antecede a FUNAI na promoção de um indigenismo burocrático-rotinizado). Por outro lado, a caracterização do “caboclo” proposta por Cardoso de Oliveira nos permite reconhecer os tapuios como a expressão mesma da permanência de uma condição étnica em oposição ao branco. (Cardoso de Oliveira, 1996: 141)
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