“Kawô Kabiyesi”: privilegios de blanquitud y las representaciones de la Justicia entre Themis y Xangô

Autores/as

Palabras clave:

Blanquitud, Descolonialidad, Epistemología jurídica y hermenéutica, Xangô

Resumen

El artículo presenta un análisis de los problemas de epistemología y hermenéutica jurídica derivados de la cosmovisión blanca resultante de la colonialidad, cuyos efectos persisten hasta la actualidad. El examen se realizó desde la perspectiva de las representaciones iconográficas de la Justicia de Temis (Divinidad de la Justicia en la mitología griega) y Shangó (Orisha de la Justicia en África y las diásporas). El estudio pretendía promover la discusión sobre la cuestión de la blanquitud y los obstáculos a la epistemología jurídica y la hermenéutica blanca desde la perspectiva de la Justicia de Themis, haciendo su contrapunto a partir de una hermenéutica jurídica basada en la perspectiva de la Justicia de Xangô. Así, metodológicamente, este es un artículo construido a partir del análisis de referencias bibliográficas relacionadas con el tema. Finalmente, se discute concisamente sobre posibles caminos para intentar deconstruir la blanquitud y considerar elementos para la descolonización de los sistemas constitucionales, en específico, y del derecho, en su conjunto.

Biografía del autor/a

Lilian Márcia Balmant Emerique, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Professora Associada de Direito Constitucional da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Doutorado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2004). Equivalência (revalidação do diploma) do Doutorado em Direito pela Universidade de Lisboa (Portugal – 2008).    Professora visitante e estágio pós-doutorado em Derecho Constitucional pela Universitat de València (Espanha – 2020), Estágio Pós-doutorado em Ciências Jurídico-Políticas pela Universidade de Lisboa (Portugal – 2007), Professora e pesquisadora na área de Direito, Ciência Política e Relações Internacionais. Foi bolsista Jovens Cientistas no Nosso Estado – Rio de Janeiro (FAPERJ – 2007). Coordenadora do Laboratório de Inovação, Pesquisa e Observação de Direito, Democracia e Representações na América Latina e Eixo Sul (INPODDERALES). Expert independente da Rede Harmony with Nature (ONU).   

Danilo Sardinha Marcolino, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Mestre em Direito pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com enfoque em Teorias Jurídicas Contemporâneas, na linha de Sociedade, Direitos Humanos e Arte. Bacharel em Direito pela Faculdade Nacional de Direito/UFRJ. Certificado em Direito Internacional pela Organização dos Estados Americanos (47 Curso de Direito Internacional da OEA). Pesquisador do Grupo de Pesquisa (CNPQ) Laboratório de Inovação, Pesquisa e Observação de Direito, Democracia e Representações na América Latina e Eixo Sul (INPODDERALES). Advogado inscrito na OAB/RJ.

Citas

ALMEIDA, Élida Lima. Anti-colonizar os afetos da branquitude no feminismo brasileiro. Brazilian Journal of Developement, Curitiba, v. 5, n. 1, p. 1603-1610, jan. 2019.

ALMEIDA, Philippe Oliveira de. A doença como metáfora racial: a pandemia de coronavírus à luz da Teoria Racial Crítica. REJUR: Revista Jurídica da UFERSA. Mossoró, v. 5, n. 09, p. 27-47, jan.-jun. 2021.

ALMEIDA, Philippe Oliveira de; ARAÚJO, Luana. DisCrit: os limites da interseccionalidade para pensar sobre a pessoa negra com deficiência. Revista Brasileira de Políticas Públicas, Brasília, v. 10, n. 2, p. 611-641, ago. 2020.

ALÓ, Ilana. Colonialidade e identidades, a experiência da emancipação por meio do Novo Constitucionalismo Latino-Americano. In: EMERIQUE, Lilian Márcia Balmant; BERNER, Vanessa; DALMAU, Rubén Martínez (Coords.). “Pés no presente e olhos no futuro”: Reflexões sobre direitos humanos, democracia e desenhos institucionais. São Paulo: Tirant lo Branch, 2022.

ALVES, A. F.; GARCIA-FILICE, R. C. Ancestralidad africana en la afrodiáspora: conocimiento, existencia y vida. RELACult - Revista Latinoamericana de Estudios en Cultura y Sociedad, v. 07, n. 01, jan./abr., 2021.

ATTARD, María Elena Berillo. Un mate de coca y unas breves reflexiones dialógicas entre la diosa Themis y Mama Ocllo. ¿Es el Tribunal Constitucional Plurinacional un modelo polifónico de justicia constitucional? Anuario del Derecho Constitucional Latinoamericano, Colombia, Konrad-Adenauer Stiftung, 2019, p. 409-435.

BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 11, ago. 2013.

BENTO, Maria Aparecida. Branqueamento e branquitude no Brasil. In: CARONE, I.; BENTO, Maria Aparecida (Orgs.). Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2002.

BENTO, Maria Aparecida. Pactos narcísicos no racismo: branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder público. São Paulo: Instituto de (Doutorado em) Psicologia da Universidade de São Paulo, 2002.

BERNADINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson; GROSFOGUEL, Ramón (Coord.). Decolonialidade e pensamento afro-diaspórico. Belo Horizonte: Autêntica, 2018.

CARDOSO, Lourenço. Branquitude acrítica e crítica: a supremacia racial e o branco antirracista. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, niñez y juventud, v. 8, p. 607-630, 2010.

CARNEIRO, Sueli. A Construção do outro como não-ser como fundamento do ser. São Paulo: Programa de Pós-Graduação (Doutorado) em Educação da Universidade de São Paulo, 2005.

CRENSHAW, Kimberlé. On intersectionality. New York: The New Press, 2014.

ELIAS, Norbert; SCOTSON, John L. Os estabelecidos e os outsiders: sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.

HOOKS, bell. Feminist theory: from margin to center. Boston: South and Press, [1984] 2000.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.

EDDO-LODGE, Reni. Por que não converso mais com pessoas brancas sobre raça. Belo Horizonte: Letramento, 2019.

EMERIQUE, Lilian Balmant. Descolonizar el constitucionalismo de Abya Yala: vivencias desde la ancestralidad hasta la vanguardia. In: ESTUPIÑÁN-ACHURY, Liliana; EMERIQUE, Lilian Balmant (Coord.). Constitucionalismo de resitencia y de la integración desde y para Abya Yala. Bogotá: Universidad Libre, 2023.

EMERIQUE, Lilian Balmant. Descolonizar el Sistema Constitucional y Jurídico de los Privilegios de la Blancura. In: ESTUPIÑÁN-ACHURY, Liliana; EMERIQUE, Lilian Balmant (Coord.). Constitucionalismo en clave descolonial. Bogotá: Universidad Libre, 2022.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EdUFBA, 2008.

GÓES, Luciano. Manifesto negro por uma educação jurídica antirracista. In: KELNER, Lenice (Org.). Da Justiça da Desigualdade à Justiça da Diversidade. Blumenau: Edição dos Autores, 2023.

GÓES, Luciano. Por uma Justiça Afrodiaspórica: Xangô e as mandingas em busca do reconhecimento da dignidade humana negra. Revista Culturas Jurídicas, v. 8, n. 20, mai./ago., 2021, p. 487-512.

GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. Revista Tempo Brasileiro, n. 92/93, jan./jun. 1988, p. 69–82.

GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo Afro-Latino-Americano. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.

HOSHINO, Thiago. O Direito virado no Santo: enredos de nomos e axé. Curitiba: Programa de Pós-Graduação (Doutorado) em Direito da Universidade Federal do Paraná, 2020.

MBEMBE, Achilles. Necropolítica. 3. ed. São Paulo: N-1 Edições, 2018.

MENESES, Maria Paula; SANTOS, Boaventura de Sousa. Epistemologias do Sul. 2. ed. Coimbra: Almedina, 2018.

MOREIRA, Adilson José. O Mito da Inocência Branca no Debate Brasileiro sobre Ações Afirmativas. In: JUBILUT, L. L.; MAGALHÃES, J. L. Q.; BAHIA, A. G. M. F. (Org.). Direito à Diferença: Aspectos de Proteção Específica às Minorias e Grupos Vulneráveis. v. 2. São Paulo: Saraiva, 2013.

MOREIRA, Adilson José. Pensando como um negro: ensaio de hermenêutica jurídica. Revista de Direito Brasileira, São Paulo, v. 18, n. 7, p. 393-421, set./dez. 2017.

MÜLLER, Tânia; CARDOSO, Lourenço. (Coord.). Branquitude: estudos sobre a identidade branca no Brasil. Curitiba: Appris, 2017. PIRES, Thula; FLAUZINA, Ana. Constitucionalismo da inimizade. Direito & Práxis, Rio de Janeiro, v. 13, n. 4, p. 2815-2840, 2022.

OLIVEIRA, Eduardo. Cosmovisão africana no Brasil: elementos para uma filosofia afrodescendente. Rio de Janeiro: Ape’Ku, 2021.

PIRES, Thula; LYRIO, Caroline. Teoria Crítica da Raça como referencial teórico necessário para pensar a relação entre direito e racismo no Brasil. In: CONPEDI/UFS. (Org.). Direitos dos conhecimentos. Florianópolis: CONPEDI, 2015, p. 01-24.

PIRES, Thula. Direitos humanos e Améfrica Ladina: Por uma crítica amefricana ao colonialismo jurídico. Forum Latin American Studies Association, v. 50, n. 3, p. 69-74, 2019.

PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder, Eurocentrismo y América Latina”. In: QUIJANO, Aníbal. Ensayos en torno a la colonialidad del poder. Buenos Aires: Ediciones del Signo, 2019.

RAMOS, Chiara; PRAZERES, Lucas dos; ARAÚJO, Márvila. Justiça de Xangô: uma proposta ético-jurídica a partir da orixalidade: Será que as decisões seriam as mesmas se a magistratura brasileira decidisse sob a lâmina do machado de Xangô? Carta Capital, 06 nov. 2020. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/justica/justica-de-xango-uma-proposta-etico-juridica-a-partir-da-orixalidade/. Acesso em: 15 de fev. de 2023.

RAMOS, Luciana de Souza. O Direito Achado na Encruzilhada: Territórios de luta, (re)construção da justiça e reconhecimento de uma epistemologia jurídica afro-diaspórica. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2018.

SAAD, Layla F. Eu e a supremacia branca: como reconhecer seu privilégio, combater o racismo e mudar o mundo. São Paulo: Rocco Digital, 2020.

SANTOS, Maria do Carmo Rebouças da Cruz Ferreira dos. Descolonizando os estudos do direito constitucional: o constitucionalismo haitiano de 1801 a 1816. Abya-yala: Revista sobre Acesso à Justiça e Direitos nas Américas, Brasília, v. 6, n. 2, p. 22-43, 2023.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Na oficina do sociólogo artesão: aulas 2011 – 2016. São Paulo: Cortez, 2018.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Refundación del Estado en América Latina: perspectivas desde una epistemologia del Sur. Lima: Instituto Internacional de Derecho y Sociedad, 2010.

SÃO BERNARDO, Sérgio dos Santos. Direito e Filosofias Africanas no Brasil: ancestralidades e o pensamento Kalunga como formadores do repertório ético-jurídico brasileiro. Belo Horizonte: Nandyala, 2022.

SÃO BERNARDO, Sérgio dos Santos. Xangô e Thêmis: estudos sobre filosofia, direito e racismo. Salvador: J. Andrade, 2016.

SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: branquitude, hierarquia e poder na cidade de São Paulo. São Paulo: Veneta, 2019.

SODRÉ, Muniz. Pensar Nagô. Petrópolis: Vozes, 2017.

SOVIK, Liv. Aqui ninguém é branco: hegemonia branca e mídia no Brasil. In: WARE, V. (org.). Branquitude, identidade branca e multiculturalismo. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.

SPIVAK, Gayatri. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

Publicado

13.06.2024

Cómo citar

EMERIQUE, Lilian Márcia Balmant; SARDINHA MARCOLINO, Danilo. “Kawô Kabiyesi”: privilegios de blanquitud y las representaciones de la Justicia entre Themis y Xangô. InSURgência: revista de direitos e movimentos sociais [InSURgência: revista de derechos y movimientos sociales], Brasília, p. 1–23, 2024. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/insurgencia/article/view/50422. Acesso em: 26 jun. 2024.

Número

Sección

Em Defesa de la Investigación

Artículos similares

1 2 3 4 5 6 7 > >> 

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.