Intencionalidade e Compromisso Lógico-Linguístico
Uma crítica a Roderick Chisholm
DOI:
https://doi.org/10.26512/rfmc.v8i2.35865Palavras-chave:
Chisholm. Intencionalidade. Intensionalidade. Atitudes proposicionais. Compromisso lógico-linguístico.Resumo
O objetivo deste artigo é o de analisar e criticar a concepção de intencionalidade de Roderick Chisholm que, historicamente, serviu como ponto de partida para muitas considerações da intencionalidade dentro da filosofia analítica. Minha meta é esclarecer o problemático “compromisso lógico-linguístico” pressuposto por Chisholm, segundo o qual conceitos mentais devem ser interpretados por meio de conceitos semânticos. Depois de abordar a diferenciação de Chisholm entre a tese ontológica (a ideia de que o objeto intencional pode não existir) e a tese psicológica (a concepção de que somente fenômenos mentais são intencionais) bem como o seu critério de definição para intencionalidade (implicação não-existencial, independência ou valor de verdade e referência indireta), me debrucei sobre os diversos problemas apresentados por sua teoria. Primeiro, os dois critérios iniciais acarretam uma confusão conceitual entre o coneito semântico de “intensionalidade” e o conceito mental de “intencionalidade”. Segundo, de acordo com esses critérios ”” e contra a intenção explícita de Chisholm ””percepção e outras atividades cognitivas não devem ser consideradas intencionais. Terceiro, não há fundamentos para a fusão artificial de intencionalidade e o conceito de “atitudes proposicionais””” uma equação que é um princípio explícito do compromisso lógico-linguístico. Em geral, sustento que uma interpretação da intencionalidade baseada nesse compromisso obscurece o verdadeiro significado do conceito de intencionalidade como apresentada, por exemplo, pela fenomenologia.
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