Tornar a Revolta Impossível

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.26512/rfmc.v8i3.36260

Mots-clés :

Normatividade. Desobediência. Governamentalidade Algorítmica.

Résumé

Neste artigo, publicado originalmente na França (Rendre la révolte impossible, Rue Descartes, 2013/1, n. 77, pp. 121-128), Thomas Berns reflete sobre um novo tipo de normatividade, que se afasta do modelo jurídico-discursivo e subverte um aspecto fundamental daquilo que entendemos tradicionalmente por norma: a possibilidade de desobediência. O autor procura discernir, nas normatividades contemporâneas, uma nova relação com a realidade, uma pretensão de governar a partir do real. Diferentemente da norma jurídica, que expressa um ato de vontade que procura governar o real, tais normatividades são concebidas como imanentes ao real, permitindo que as práticas de governo se tornem mais insidiosas, quase imperceptíveis, como vemos na “governamentalidade algorítmica”. A tradução deste artigo para o português procura contribuir para a difusão, no Brasil, desse importante debate sobre a política e o direito na contemporaneidade.

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Bibliographies de l'auteur-e

Thomas Berns, Université Libre de Bruxelles

Professor de filosofia política e ética na Université Libre de Bruxelles, autor de livros como Violence de la loi à la Renaissance (Paris, Kimé, 2000), Droit, souveraineté et gouvernementalité (Paris, Léo Scheer, 2005), Gouverner sans gouverner: une archéologie politique de la statistique (Paris, PUF, 2009) e La guerre des philosophes (Paris, PUF, 2019). Desenvolve, entre outros temas, estudos sobre as novas formas de normatividade e controle estatístico, tendo desenvolvido, justamente com Antoinette Rouvroy, a noção de “governamentalidade algorítmica”.

Maria Cecília Pedreira de Almeida, Universidade de Brasília, UnB

Professora do departamento de filosofia da Universidade de Brasília (UnB). Doutora em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP).

Marco Antonio Sousa Alves, Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG

Professor da faculdade de direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Doutor em filosofia pela UFMG.

Références

BERNS, T. « Not individuals, Relations: What Transparency is really about. A theory of algorithmic Governmentality », Transparency, Society, Subjectivity ”“ Critical Perspectives, ed. Springer, 2018.

BERNS, T. Gouverner sans gouverner. Une archéologie politique de la statistique, PUF, 2009.

BERNS, T. ; ROUVROY, A. « Gouvernementalité algorithmique et perspectives d’émancipation. Le disparate comme condition d’émancipation par la relation ? », Réseaux, 2013/1, n° 177, La Découverte, p. 163-196; [tradução para o português publicada na Revista Eco Pós, vol. 18, n. 2, 2015, p. 35-56, https://revistas.ufrj.br/index.php/eco_pos/article/view/2662]

BERNS, T.; JEANMART, G. « Le rapport comme réponse de l’entreprise responsable : promesse ou aveu (Ã partir d’Austin et Foucault) », Dissensus, 3, 2010, pp. 117-137, http://popups.ulg.ac.be/dissensus/document.php?id=701).

BERNS, T.; JEANMART, G. « Reporting / Confession », in Multitudes, n° 36, 2009.

FOUCAULT, M. Sécurité, territoire, population. Cours au Collège de France, 1977-1978, Seuil / Gallimard, 2004, leçon du 18 janvier 1978, p. 8 ou 21-22 [tradução para o português de Eduardo Brandão publicada em São Paulo, Martins Fontes, 2008, aula de 18 de janeiro de 1978].

FULLER, L. The morality of Law, Yale Univ. Press, 1969.

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Publié-e

2021-01-31

Comment citer

BERNS, Thomas; ALMEIDA, Maria Cecília Pedreira de; ALVES, Marco Antonio Sousa. Tornar a Revolta Impossível. Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea, [S. l.], v. 8, n. 3, p. 29–37, 2021. DOI: 10.26512/rfmc.v8i3.36260. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/fmc/article/view/36260. Acesso em: 23 nov. 2024.

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