Liberdade e vontade: Schelling, leitor de Lutero

Autores

  • Luís H. Dreher Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

DOI:

https://doi.org/10.26512/rfmc.v5i2.12588

Palavras-chave:

Liberdade, Vontade, Schelling, Lutero, Deus, Ser humano

Resumo

A presente contribuição reproduz, sem grandes mudanças de conteúdo e estilo, a conferência de abertura da 45ª Semana de Filosofia da UnB. Após uma aproximação geral ao tema, delineia-se um problema fundamental para o estudo comparativo de Schelling e Lutero: aquele da necessidade e liberdade na compreensão do  ser humano e de Deus. Quanto a isso, aborda-se primeiro o conceito do humano como ser de liberdade e fundado na própria vontade. Este traz à luz o cerne antropológico e ético em que teologia positiva e filosofia especulativa à primeira vista podem convergir. Por outro lado, mostram-se especificidades e pressupostos de fundo que tanto aproximam quanto distanciam as perspectivas de Lutero e de Schelling, a partir de seus respectivos contextos e interesses. Entre estes pressupostos, está a luta pela especificidade e lugar do conceito de Deus à medida que, ao menos no caso de Schelling, move-se entre teísmo e panteísmo da liberdade e da vontade. Conclui-se que a posição de Schelling, embora próxima daquela de Lutero, reflete  uma leitura antes indireta, e no essencial sobrepujante, que em muito excede o ponto de  partida e chegada de Lutero.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BENZ, E.Schellings theologische Geistesahnen. Abhandlungen der Geistes-und Sozialwissenschaftlichen Klasse ”“ Akademie der Wissenschaf-ten und der Literatur 1955/Nr. 3. Wiesbaden: Steiner, 1955.

BORNKAMM, H.Luther und Böhme.Bonn: Marcus und Weber, 1925.______.Luther im Spiegel der deutschen Geistesgeschichte. Heidelberg:Quelle & Meyer, 1955.

DEWS, Peter. “Theory construction and existential description in Schel-ling’s treatise on freedom”.British Journal for the History of Philo-sophy, v. 25, n. 1, p. 157”“178, 2017.

DREHER, L. H. “Dependência e liberdade: Schleiermacher, Schelling eos modos da relação com o Absoluto”.Numen, Juiz de Fora,v. 7,n. 2, p. 59-77, 2004, jul.-dez.

EBELING, G.O pensamento de Lutero: uma introduçãoSão Leopoldo:Sinodal, 1988.

EGLOFF, L.Das Böse als Vollzug menschlicher Freiheit: Die Neuausri-chtung idealistischer Systemphilosophie in Schellings Freiheitsschrift.Berlin; Boston: de Gruyter, 2016.

FICHTE, J. G.Sämmtliche Werke.Hg. I. H. Fichte. 8 v. Berlin: Veit & Comp., 1845/1846.

FUHRMANNS, H. Schellings letzte philosophie. Die negative und positive Philosophie im Einsatz des Spätidealismus.Berlin: Junker undDünnhaupt, 1940.

______. “Einleitung”. In: SCHELLING, F. W. J.Über das Wesen dermenschlichen Freiheit. Stuttgart: Reclam, 1977, p. 3-38

GROSSHANS, H.-P.“Fé e razão segundo Lutero: a luz da razão no cre-púsculo do mundo”. In: HELMER, C. (Ed.)Lutero:um teólogo paraos tempos modernos. Trad. G. Korndörfer. São Leopoldo: Sinodal; EST, 2013, p. 197-212.

HARE, J. E.The moral gap: Kantian ethics, human limits, and God’s assis-tance.Oxford; New York: Clarendon Press ; Oxford UniversityPress, 1996.

HEGEL, G. W. F.Vorlesungen über die Geschichte der Philosophie. In:Werke. Bd. 20. Frankfurt a. M.: Suhrkamp, 1986.

HENRICH, D. “Andersheit und Absolutheit des Geistes: Sieben Sch-ritte auf dem Wege von Schelling zu Hegel”. In : Selbstverhältnisse. Stuttgart: Reclam, 1982, p. 142”“72.

HESSEN, J.Lutero visto pelos católicos.2. ed. Coimbra: ArménioAmado, 1951.

HIRSCH, E.Geschichte der neuern evangelischen Theologie im Zusamme-nhang mit den allgemeinen Bewegungen des europäischen Denkens.Bd. 4. Gütersloh: Gerd Mohn, 1952.

HOLL, K.Gesammelte Aufsätze zur Kirchengeschichte. Bd. 1: Luther.Tübingen: Mohr, 1948.

HORSTMANN, R.-P.Die Grenzen der Vernunft. Eine Untersuchung zuZielen und Motiven des Deutschen Idealismus. 3. Aufl. Frankfurt a.M.: Klostermann, 1991/2004.

KANT, I.Fundamentação da Metafísica dos Costumes.Lisboa: Edições 70,1948/2007.

______.A religião nos limites da simples razão.Lisboa: Edições 70, 1992.

KILE, F. O.Die theologischen Grundlagen von Schellings Philosophie derFreiheit. Leiden: Brill, 1965.

LIMA VAZ, Henrique Cláudio de, Senhor e escravo: uma parábola doa filosofia ocidental,Síntese, v. 8, n. 21, 198, p. 7-29.

LUTERO, M. A Epístola do Bem-aventurado Apóstolo Paulo aos Roma-nos Inicia (1515/1516). In:Obras Selecionadas.V. 8: InterpretaçãoBíblica. Princípios. Porto Alegre; São Leopoldo: Concórdia; Sino-dal, 2003a, p. 254-330.

______. Da vontade cativa (1525). In:Obras Selecionadas.V. 4: Debates eControvérsias, II. Porto Alegre; São Leopoldo: Concórdia; Sinodal,1993, p. 11-216.

______.D. Martin Luthers Werke. Kritische Gesamtausgabe. Weimar:H. Böhlaus Nachfolger, 1883-2009.

______. Prefácio à Epistola de S. Paulo aos Romanos (1522/1546). In:Obras Selecionadas.V. 8: Interpretação Bíblica. Princípios. PortoAlegre; São Leopoldo: Concórdia; Sinodal, 2003b, p. 129-141.

______. Tratado sobre a liberdade cristã (1520). In:Obras Selecionadas.V. 2: O Programa da Reforma. Escritos de 1520. Porto Alegre; SãoLeopoldo: Concórdia; Sinodal, 1989, p. 435-460.

PINOMAA, L. Sieg des Glaubens: Grundlinien der Theologie Luthers. Göt-tingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 1964.

HÜHN, H. “Wille. III. 19. und 20. Jh. ”“ A. Idealismus und Nachidealismus”. In:RITTER, J. ET ALII (Hrsg.) Historisches Wörterbuchder Philosophie. Bd. 12. Basel: Schwabe, 2004.

POTHAST, U.Freiheit und Verantwortung. Eine Debatte, die nicht sterbenwill-und auch nicht sterben kann. Frankfurt am Main: Klostermann, 2011.RITSCHL, Albrecht. Geschichtliche Studien zur christlichen Lehre vonGott. In:Gesammelte Aufsätze. Neue Folge. Freiburg i. Br.; Leipzig: J. C. B. Mohr (Paul Siebeck), 1896, p. 76-89.

RÖD, W.Benedictus de Spinoza. Eine Einführung.Stuttgart: Reclam,2002.

SCHELLING, F. W. J. Sämmtliche Werke. Hrsg. von K. F. Schelling.Stuttgart und Augsburg: Cotta, 1856-1861.

______. Investigações filosóficas sobre a essência da liberdade humana e os assuntos com ela relacionados. Trad. C. Morujão. Lisboa: Edições70, 1993.

______.Philosophie der Offenbarung 1841/42. Hrsg. M. Frank. Frank-furt a. M.: Suhrkamp, 1977.

SCHULZ, W.Die Vollendung des deutschen Idealismus in der Spätphilo-sophie Schellings.2. Aufl. Pfullingen: Neske, 1975.

SPINOZA, B. Ethica. In Opera. Lateinisch und deutsch. Hrsg. K. Blu-menstock. 2. Aufl. Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesells-chaft, 2011, p. 84-557.

STEINVORTH, U.Freiheitstheorien in der Philosophie der Neuzeit.2.Aufl. Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 1994.THEUNISSEN, Michael. “Schellings Anthropologischer Ansatz”. Archiv für Geschichte der Philosophie, v. 47, 1965, p. 174-189.

TROELTSCH, E.El protestantismo y el mundo moderno.3. ed. México:Fondo de Cultura Económica, 1924/1967.

WINDELBAND, W. Lehrbuch der Geschichte der Philosophie. 6. Aufl.Tübingen:J.C.B. Mohr, 1892.

ZELTNER, H. Schelling-Forschung seit 1954.Darmstadt: Wissenschaf-tliche Buchgesellschaft, 1975.

Downloads

Publicado

10-08-2018

Como Citar

DREHER, Luís H. Liberdade e vontade: Schelling, leitor de Lutero. Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea, [S. l.], v. 5, n. 2, p. 43–76, 2018. DOI: 10.26512/rfmc.v5i2.12588. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/fmc/article/view/12588. Acesso em: 24 abr. 2024.