A Religiosidade sustentada pelo medo: elementos de mudança no imaginário medieval a partir da peste do século XIV.
DOI:
https://doi.org/10.26512/emtempos.v0i29.14745Palavras-chave:
Peste Negra. Imaginário. Realidade.Resumo
A maior onda de Peste Negra da Europa, o fluxo de 1348, ocasionou mudanças no Imaginário de uma parcela considerável da população, proporcionando, a partir da realidade por ela imposta, alterações nas práticas religiosas vigentes. Os impactos demográficos e sociais causados pelas inúmeras mortes desafiaram as instituições do momento; os líderes citadinos com sua legislação, os reis com seus editais e o clero com suas orações não foram suficientes para conter o fluxo pestilento. O grau de contágio e a propagação da peste foi tão intenso que qualquer pessoa com sintomas manifestos tornava-se uma ameaça à vida. Nesse artigo, buscaremos entender de que maneira o medo da morte interferiu e mudou as práticas religiosas [religiosidade] da população no momento estudado. Procuraremos, ainda, analisar como a Igreja explicou a eclosão da Peste, justificou o clima de insegurança, consternação e desespero ocasionado pelo período pestilento. Para tal análise, situamo-nos na região da Península Itálica durante a Baixa Idade Média, mais especificamente, no período de transição da primeira para a segunda metade do século XIV. Embora essa delimitação seja predominante, não nos deteremos apenas a esse espaço temporal e geográfico, pois avanços e recuos serão recorrentes no texto a partir de exemplos pontuais.
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