O Branco estrangeiro
Contra-antropologias amazônicas do capitalismo colonial
DOI:
https://doi.org/10.26512/dasquestoes.v11i1.37232Palabras clave:
Contra-antropofagia, culto à carga, xamanismo, branquitude, colonialidadeResumen
A antropofagia, a deglutição do estrangeiro, enquanto relação fundamental com a alteridade predatora e potencialmente afim, que visa se metamorfosear no outro com o objetivo de traduzir, conhecer e prevenir a ameaça que constitui a humanidade que ele atualiza, é o modo próprio da contra-antropologia amazôniza — isto é: a antropologia dos Brancos praticada pelos povos da floresta, forçados, pela violência do contato colonial prolongado, à objetivar e tentar compreender a invasão de seus mundos pela ordem estéril do capitalismo europeu, para resistir a ela e, numa certa medida, transfigurá-la. O artigo procura analisar dois exemplos
significativos dessa ingestão contra-antropofágica da branquitude (whiteness) — isto é, da reflexividade de uma humanidade especista e escravista: o mito de Jurupari, no noroeste amazonense, e o culto de Tenkowa, na Guiana francesa.
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