Existência e manifestação da recursividade em Libras

Autores

  • Amanda Oliveira Rocha UFRGS
  • Gabriel de Ávila Othero UFRGS
  • Ingrid Finger UFRGS

Palavras-chave:

recursividade, Libras, línguas de sinais, sintaxe

Resumo

A recursividade das línguas humanas tem sido um campo de discussão fértil por parte de estudiosos da linguagem desde, pelo menos, o séc. XVII. A maioria dos estudos se restringe, porém, às línguas orais (cf. Amaral et al. (2018) para uma discussão ampla recente, por exemplo). Em línguas de sinais (e em língua brasileira de sinais (Libras), particularmente), os estudos existentes são poucos e inconclusivos no que tange à existência da recursividade e sua manifestação. O objetivo deste squib é discutir algumas questões acerca da recursividade em Libras, tais como: 1) há recursividade em Libras?; 2) a manifestação recursiva em Libras é diferente da que costumamos encontrar em línguas orais (em função da modalidade espaço-visual das línguas de sinais)?; 3) há, em Libras, marcadores manuais e não manuais de recursividade?; e 4) a recursividade pode se manifestar na intensificação do parâmetro movimento?

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AMARAL, L.; MAIA, M; NEVINS, A.; ROEPER, T. (ed.). Recursion across domains. Cambridge: Cambridge University Press, 2018.

BELLUGI, U.; KLIMA, E. S. Sign Language. International Encyclopedia of the social and behavioral sciences, v. 21, p. 14066-14071, 2001.

BERWICK, R. B.; CHOMSKY, N. Por que apenas nós? Linguagem e evolução. Trad. de Gabriel de Ávila Othero e Luisandro Mendes de Souza. São Paulo: Unesp, 2017.

CHOMSKY, N. Aspects of Theory of Syntax. Cambridge: MIT Press, 1965.

CHOMSKY, N. O que é linguagem? In: CHOMSKY, N. Que tipo de criatura somos nós? Trad. de Gabriel de Ávila Othero e Luisandro Mendes de Souza. Petrópolis: Vozes, 2018.

EVERETT, D. Cultural constraints on grammar and cognition in Pirahã: another look at the Design Features of human language. Current Anthropology, v. 46, n. 4, p. 621-646, 2005.

EVERETT, D. You drink. You drive. You go to jail. Where’s recursion? Paper in UMass Conference on Recursion, may 2009.

EVERETT, D. Language: the cultural tool. New York: Panthenon Books, 2012.

EVERETT, D. Como a linguagem começou. São Paulo: Contexto, 2019.

EVERETT, D.; GIBSON, E. Review of Recursion across domains. Language, v. 95, n. 4, p. 777-790, 2019.

HAUSER, M. D.; CHOMSKY, N.; FITCH, W. T. The faculty of language: what is, who has it, and how did it involve? Science, v. 298, p. 1569-1579, 2002.

JACKENDOFF, R.; PINKER, S. The faculty of language: what’s special about it? Cognition, v. 95, p. 201-236, 2005.

KENEDY, E.; DIAS, A. F. Recursion in Brazilian Sign Language. In: RECURSION IN BRAZILIAN LANGUAGES & BEYOND, 2013, Rio de Janeiro. Anais […]. Rio de Janeiro: UFRJ, 2013. v. 1, p. 123-125.

KOCAB, A.; SENGHAS, A.; SNEDEKER, J. Recursion in Nicaraguan Sign Language. In: Annual Conference of the Cognitive Science Society, 38, 2016, Philadelphia. Proceedings […]. Philadelphia: Cognitive Science Society, 2016. p. 1343–1348. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/21bf/0613d327504a61da9d8c51317635706a6c16.pdf. Acesso em: 13 nov. 2018.

LIDDELL, S. K. American Sign Language Syntax. The Hague: Mouton, 1980.

NEVINS, A.; PESETSKY, D.; RODRIGUES, C. Pirahã exceptionality: a reassessment. Language, v. 85, n. 2, p. 355-404, 2009.

TANG, G.; LAU, P. Coordination and subordination. In: PFAU, R.; STEINBACH, M.; WOLL, B. (ed.). Sign Language: an International Handbook. Berlin: De Gruyter Mouton, 2012. p. 340-364.

QUADROS, R. M. de; KARNOPP, L. B. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.

QUADROS, R. M. de. Libras. São Paulo: Parábola Editorial, 2019.

Downloads

Publicado

02.11.2021