Rap indígena
uma poética da sobrevivência
DOI:
https://doi.org/10.26512/cerrados.v33i65.52888Palavras-chave:
rap indígena, crítica social, poética da sobrevivência, resistênciaResumo
Este artigo propõe uma discussão crítico-analítica sobre o rap produzido por sujeitos e sujeitas indígenas na atualidade. Sustenta que tal produção pode ser compreendida como uma ‘poética da sobrevivência’, isso na medida em que atua, na esfera pública, como instrumento de intervenção política, de autorrepresentação, estético, de resistência e denunciativo. Ademais, amplifica e fortalece as lutas e reivindicações históricas dos povos nativos brasileiros por seus direitos: de (co)existirem, pela posse definitiva de seus territórios originários e pelo respeito às suas cosmovisões e tradições socioculturais. No limite, ao representarem à violenta realidade factual em que estão envoltos, os e as MCs indígenas ressignificam e transformam essa realidade em elemento estético nos seus raps. Para tanto, utiliza teóricos da crítica literária e da sociologia como auxílio para analisar algumas letras de raps produzidas por MC Anarandá, Brô MCs, Kunumim MC, Oz Guarani, Atentado Suburbano (Big Jhow), oriundos das reservas Jaguapiru e Bororó de Dourados (MS), Krukutu e Jaraguá de São Paulo (SP) e das periferias da cidade fronteiriça de Corumbá (MS).
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