Entre o ético e o estético: uma reflexão sobre o personagem Brás Cubas, de Memórias póstumas de Brás Cubas, e a personagem Sofia, de Quincas Borba

Resumo

O presente trabalho propõe uma reflexão sobre a estratégia adotada pelos narradores dos livros Memórias Póstumas de Brás Cubas (2014) e Quincas Borba (2001), ambos de Machado de Assis, ao apresentarem personagens com atitudes que trazem duas faces que se contrapõem entre o ético e o estético. A reflexão, portanto, terá como foco as personagens Brás Cubas e Sofia. Para pensar essa contraposição, voltaremos a discussão para, em um primeiro momento, a face voltada para a sociedade em que viviam e os seus contemporâneos e, portanto, atitudes virtuosas e dignas de admiração; e em um segundo momento, as faces que representam atitudes que não eram tão virtuosas como aparentavam esteticamente. Para contribuir com esta reflexão, o presente artigo transitará pelos seguintes textos: A Racionalidade Estética (1991), de Jayme Paviani; Verbetes da Epistemologia do Romance (2019), Volumes I e II, referentes às discussões da teoria da Epistemologia do romance; Textos Básicos de Ética: De Platão a Foucault (2007), de Danilo Marcondes e Crítica da Razão Prática (2016), de Immanuel Kant.