A antropologia Xamanística de Michel Taussig e as desventuras da etnografia

Autores/as

  • Carlos Fausto

Palabras clave:

Antropologia, Crítica

Resumen

Shamanism, Colonialism and the Wild Man de Michael Taussig (1986) é antes de tudo um belo livro e deve ser lido como tal. O leitor seduzido saberá percorrer com alguma destreza os tortuosos caminhos discursivos que Taussig trilha na rota do terror e da cura xamânica no sudeste colombiano. Ao contrário, o leitor que, como Ulisses, resistir ao canto das sereias, arrisca a perder-se no meio do caminho. O autor nos convida a um duplo mergulho - mergulho na lama da floresta e nas visões produzidas sob o efeito alucinógeno do yagé. Duas rotas alternativas, embora complementares, que constituem partes distintas do livro - este mosaico inacabado onde os pedaços e fragmentos dialogam entre si numa polifonia generalizada. Dupla linguagem também: o discurso brutal do terror e o discurso finamente nuançado do xamanismo. No meio deles e por meio deles, o discurso do antropólogo busca uma forma de existir na própria impossibilidade de atingir plenamente seu objeto: “um modo de explanação que solapa seu ponto de partida, enquanto o ponto de partida leva inelutavelmente a seu solapamento” (:465). Para compor esta colagem épica que é Shamanism, Colonialism, and the Wild Man, Taussig recusa a preeminência da mão direita; é com a mão esquerda que ele recorta os pedaços e fragmentos para montar urna das mais bem-sucedidas monografias no conjunto das experiências renovadoras que vem caracterizando certa antropologia americana.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

CLASTRES, Pierre. 1982. “DoEtnocídio” jn Arqueologia da Violência. Sáo Paulo: Brasiliense
KANT. 1974. Critica da Razão Pura. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural.
LÉVI-STRAUSS, C. 1975. “A Eficácia Simbólica” In Antropologia Estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.
------------------ 1986. “Canibalismo e Disfarce Ritual” In Minhas Palavras, São Paulo: Brasiliense.
MAUSS, Marcel. 1979. “Ofício de Etnógrafo, Método Sociológico" In/Wauss. Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ática.
SAHLINS, M. 1985. Islands o lHistory. Chicago: The University of Chicago Press.
SARTRE. 1966. Questão de Método. São Paulo: DIFEL.
TAUSSIG, M.T. 1980. The Devil and Commodity Fetishism in South America. Chapel Hill The University of North Carolina Press.
------------------ 1986. Shamanism, Colonialism and the Wild Man: a Study in Terror and Hea ling. Chicago: University of Chicago Press.
VELHO, Otávio. 1986. O Cativeiro da Besta Fera. Religião e Sociedade 13/4
VIVEIROS DE CASTRO, E. 1986. Araweté: Os Deuses Canibais. Rio de Janeiro: Zahar.

Publicado

2018-01-25

Cómo citar

Fausto, Carlos. 2018. «A Antropologia Xamanística De Michel Taussig E As Desventuras Da Etnografia». Anuário Antropológico 11 (1):183-98. https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6382.

Artículos similares

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 > >> 

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.