Reforma Psiquiátrica brasileira e Questão Racial:
contribuições marxianas para a Luta Antimanicomial
DOI:
https://doi.org/10.26512/ser_social.v19i41.14943Palavras-chave:
Saúde Mental, Questão Racial, Luta Antimanicomial, RacismoResumo
O presente artigo é oriundo das inquietações dos/as autores/as a despeito da interlocução, bem como do debate entre a saúde mental e a questão racial. Objetiva aproximar e relacionar as afinidades existentes entre a luta antimanicomial e a luta antirracista. Aborda sobre a composição do campo da saúde mental e da atenção psicossocial, enfatizando os projetos societários que estão em disputa na Reforma Psiquiátrica e na Luta Antimanicomial, problematizando os caminhos percorridos até o momento. Em seguida estabelece a discussão acerca das bases da formação sócio-histórica brasileira, a qual está assentada no patriarcado, no colonialismo e na ideologia racista, pontuando os resquícios escravocratas presentes na contemporaneidade, contextualizando a situação de segregação/subalternização/violência vivenciada pela população negra até os dias atuais, evidenciando os seus rebatimentos no campo da saúde mental. Finda com reflexões que convocam à necessidade imperativa de radicalização da luta política que vislumbre o horizonte estratégico de outra ordem social.
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