Questão social no Brasil: racismo estrutural e superexploração do trabalho
structural racism and superexploitation of work
DOI:
https://doi.org/10.26512/ser_social.v25i52.38767Palavras-chave:
Questão Social. , Racismo. , Superexploração.Resumo
O artigo ora apresentado tem como objetivo realizar uma reflexão acerca da relação entre a questão social, a questão racial e a condição de superexploração da classe trabalhadora no Brasil. A abordagem aqui desenvolvida tem como opção teórico-metodológica pensar a questão social a partir de dois núcleos determinantes da nossa formação social: o racismo estrutural e a superexploração da força de trabalho. A expressão de dominação/exploração racial está dialeticamente relacionada com a superexploração da classe trabalhadora, sedimentando o ódio de classe (ao pobre); afinal, os sujeitos que são alvos desse ódio são aqueles cujo lugar social é muito bem delimitado. Em geral, esses sujeitos configuram a maior parcela da população, que é a que vivencia as expressões da questão social no Brasil, como o desemprego, a pobreza, a precarização do trabalho, a violência urbana etc., composta majoritariamente por negras/os. O método de análise empreendido no artigo é o materialismo histórico-dialético, com metodologia assentada em revisão bibliográfica e análise documental.
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