Educação Permanente e Intergeracionalidade: O Papel Transformador dos Projetos de Animação

Autores

  • Rosanna Barros Universidade do Algarve

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v22i46.22050

Palavras-chave:

Educação permanente. Intergeracionalidade. Projetos de animação socioeducativa. curso de vida e envelhecimento ativo.

Resumo

O conceito de envelhecimento sendo pluridisciplinar encontra-se explicado na literatura à luz de diversas perspetivas. Neste artigo de reflexão teórica e pesquisa bibliográfica, o envelhecimento é pensado segundo
o enfoque do curso de vida (life-course/life-span), que tem procurado contribuir para a mudança da concepção negativa do idoso, como um ser doente e passivo, colocando a tônica na possibilidade de desenvolvimento e pró-atividade durante todo o ciclo de vida. Neste sentido, há várias estratégias de intervenção educacional para promoção do envelhecimento ativo, optando-se, na reflexão aqui apresentada na segunda e terceira seções do texto, por um enfoque no contributo específico que as dinâmicas intergeracionais podem aportar quando integradas em projetos de animação socioeducativa. Da adoção deste prisma teórico-conceptual, resulta a possibilidade de pensar a animação como uma metodologia de intervenção para o desenvolvimento da qualidade de vida, tanto dos idosos, em contextos
comunitário ou institucional, como dos adultos, jovens e crianças.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABRAMS, P. Historical sociology. England: Shepton Mallet Open Books, 1982.

ALHEIT, P. Mentality and intergenerationality as framework conditions of ‘lifelong learning’ conceptional consequences of a multi-generational study in East Germany, Investigar em Educação. Número temático sobre: Intergeracionalidade e Educação ao Longo da Vida, II Série, n. 5, p. 29-51, 2016.

ALHEIT, P.; DAUSIEN, B. ‘Biographicity’ as a basic resource of lifelong learning. In: ALHEIT, P.; BECK, J.; KAMMLER, SALLING OLESEN, H.; TAYLOR, R. (Eds.). Lifelong learning inside and outside schools. V. 2, Roskilde: University of Roskilde, 2000, p. 400-422.

ANDER-EGG, E. El léxico del animador. Buenos Aires: Humanitas, 2006.

ANDER-EGG, E. Metodologia y prática del desarrollo de la comunidad. Buenos Aires: Humanitas, 2003.

ANDER-EGG, E.; AGUILAR IDÁNEZ, M. J. Como elaborar um projeto. Guia para desenhar projetos sociais e culturais. Lisboa: Centro Português de Investigação em História e Trabalho Social, 1999.

AZEVEDO, M. J.; TELES, R. Revitalize a sua mente. In: RIBEIRO, O.; PAÚL, C. (Eds.), Manual de envelhecimento ativo. Lisboa: Lidel, 2011, p. 77-112.

BALTES, P. B.; REESE, H. W.; LIPSITT, L. P. Life-span developmental psychology, Annual Review of Psychology, n. 31, p. 65-110, 1980.

BARROS, R. Subsídios breves para o debate de princípios e valores na formação política do(a) educador(a) social. Lisboa: Chiado, 2012.

BARROS, R. Genealogia dos conceitos em educação de adultos: da educação permanente à aprendizagem ao longo da vida. Um estudo sobre os fundamentos político-pedagógicos da prática educacional. Lisboa: Chiado, 2011.

BARROS, R.; CHOTI, D. (Orgs.). Abrindo caminhos para uma educação transformadora. Ensaios em Educação Social, Filosofia Aplicada e Novas Tecnologias. Lisboa: Chiado, 2014.

BJURSELL, C. Organizing for intergenerational learning and knowledge sharing, Journal of Intergenerational Relationships, n. 13, p. 285-301, 2015.

CANÁRIO, R. Adultos. Da escolarização à educação. Revista Portuguesa de Pedagogia, n. 35 (1), p. 85-100, 2001.

CANÁRIO, R. Educação de adultos. Um campo e uma problemática. Lisboa: Educa-Formação/Anefa, 2000.

CEBALLOS, P.; LARRAZABAL, M. Formación de animadores y dinamicas de la animación. Madrid: Popular, 1988.

CORREIA, E. Saúde do idoso. Polifonia de vozes. (Dissertação de mestrado). Viana do Castelo: Instituto Politécnico de Viana do Castelo, 2014.

CRUZ, M. T. La orientación y la animación com personas mayores. Huelva: Universidad de Huelva, 2003.

DELGADO, C.; BARROS, R. O papel dos projetos de animação sociocultural com idosos institucionalizados. In: ANICA, A. (Cood.). Envelhecer no Algarve. P. 153-166. Faro: Universidade do Algarve (E-Book), 2018.

DEWEY, J. Education and democracy. New York: The Free Press, 1916. FAURE, E.; HERRERA, F.; KADDOURA, A. R.; LOPES, H.; PETROVSKY, A. V. ; RAHNEMA, M. ; WARD, F. C. Learning to Be. The word of education today and tomorrow. Paris: Unesco, 1972.

FERNANDEZ-BALLESTEROS, R. Envejecimiento activo: contribuciones de la psicologia. España: Piramide, 2009.

FERNÁNDEZ, J. V. Programas de animación sociocultural. Tres instrumentos para su diseño y evaluación. Madrid: Narcea. 1997.

FONTAINE, R. Psicologia do envelhecimento. Lisboa: Climepsi, 2000.

FREIRE, P. Extensão ou Comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

FREIRE, P. Conscientização. São Paulo: Moraes, 1980.

FROUFE-QUINTAS, S.; SÁNCHEZ-CASTRAÑO, M. A. Animación sociocultural: nuevos enfoques. Salamanca: Amarú, 1998.

HENDRY, L. Developmental transitions across the lifespan: selected works of Leo B. Hendry. New York: Psychology Press, 2015.

HOLSTEIN, J.; GUBRIUM, J. Constructing the life course. New York: General Hall, 2000.

JACOB, L. Animação de idosos. Porto: Âmbar, 2007.

JARDIM, J. O método de animação. Porto: Ave, 2002.

KOLB, D. Experiential learning. Experience as the source of learning and development. New Jersey: Prentice-Hall, 1984.

LARA, T.; CUBERO, M. V. Las personas mayores. Perspectivas desde la animación. Madrid: C.C.S, 1993.

LENGRAND, P. Introdução à educação permanente. Lisboa: Horizonte, 1970.

LINDEMAN, E. C. The meaning of adult education. New York: New Republic, 1926.

LOPES, M. DE S. Animação sociocultural em Portugal. Chaves: Intervenção. Associação para a Promoção e Divulgação Cultural, 2008.

MANNHEIM, K. The problem of generations, In: P. KECSKEMETI. Essays on the sociology of knowledges. New York: Routledge & Kegan Paul, p. 251-273, 1952.

MERRILL, B.; BARROS, R.; FERNANDES, P.; SEIXAS, A. M. Editorial. Investigar em Educação (número temático sobre: Intergeracionalidade e Educação ao Longo da Vida, II Série, n. 5, p. 7-10, 2016.

MORTIMER, J.; SHANAHAN, M. (Eds.). Handbook of the life course. New York: Kluver Academic/Plenum, 2003.

OSÓRIO, A. Animação sociocultural na terceira idade. In: JAUME TRILLA (Coord.) Animação sociocultural. Teorias, programas e âmbitos. Lisboa: Instituto Piaget, 2004, p. 250-263.

OSÓRIO, A. Planes gerontologicos y proyectos de animación sociocutural para las personas mayores. Ediciones Universidad de Salamanca Teor. Educ., n. 12, p. 85-105, 2000.

OSÓRIO, A.; PINTO, F. (Coord.) As pessoas idosas, contexto social e intervenção educativa. Lisboa: Instituto Piaget, 2007.

PAES, P.; GUEDES, O. Emancipação humana e o debate dos direitos humanos. SER Social, v. 17, n. 37, p. 310-325, 2016.

PEREIRA, J. D.; LOPES, M. S. As fronteiras da animação sociocultural. Chaves: Intervenção ”“ Associação para a Promoção e Divulgação Cultural, 2011.

PÉREZ-SERRANO, G.; GUZMÁN-PUYA, M. V. P. Qué es la animación sociocultural: epistemología y valores. Madrid: Narcea, 2006.

POZA-VILCHES, F.; FERNÁNDEZ-GARCÃA, A.; FERREIRA-DELGADO, P. La práctica profesional de los agentes sociales en materia de ocio juvenil: estrategias para la intervención. Pedagogía Social, n.31, p. 93-105, 2018.

RIBEIRO DIAS, J. A educação de adultos como objectivo da educação escolar no contexto da educação permanente. In: ANTÓNIO INÁCIO; JOAQUIM MORAIS (Eds.). CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE ADULTOS, I. Coimbra: Associação Portuguesa para a Cultura e Educação Permanente, p. 35-41, 1986.

SALANOVA, M. P. La participación de las personas mayores ”“ apuntes para una agenda de intervenciones gerontológicas. Revista Interuniversitaria de Formación del Professorado, n. 45, p. 21-32, 2002.

SANTOS, S. Concepções teórico-filosóficas sobre envelhecimento, velhice, idoso e enfermagem gerontogeriátrica. Revista Brasileira de Enfermagem, n. 63 (6), p.1035-1039, 2010.

SCORALICK-LEMPKE, N.; BARBOSA, A. Educação e envelhecimento: contribuições da perspectiva Life-Span. Estudos de Psicologia, n. 29 (Supl.), p. 647-655, 2012.

SILVA, G. G., SILVA, L. G.; SIMÕES, M. E. Apoio a atividades educativas e culturais. Lisboa: Direcção-Geral de Extensão Educativa, 1992.

SMITH, A. Adult Education Committee Final Report. Nottingham: Department of Adult Education of the University of Nottingham, 1919.

SOUSA SANTOS, B., GONELHA, M.; BRUTO DA COSTA, A. Uma visão solidária da reforma da segurança social. Coimbra: Centro de Estudos Sociais/União das Mutualidades Portuguesas, 1998.

UCAR, X. A avaliação da animação sociocultural. In: TRILLA, J. (Coord.) Animação sociocultural. Teorias, programas e âmbitos. Lisboa: Instituto Piaget, 2004, p. 189-206.

UNESCO. Learning together across generations. Guidelines for family literacy and learning programmes. Hamburg: Unesco. Institute for Lifelong Learning, 2017.

WHITEHOUSE, P. The challenges of cognitive aging: integrating approaches from science to intergenerational relationships. Journal of Alzheimer’s Disease, n. 36, p. 225-232, 2013.

WHO. Active ageing: a policy framework. Geneva: World Health Organization, 2002.

WITHNALL, A. Lifelong learning comes of age: intergenerational perspectives. Investigar em Educação. (número temático sobre: Intergeracionalidade e Educação ao Longo da Vida, II Série, n. 5, p. 11”“ 27, 2016.

Downloads

Publicado

01/27/2020

Como Citar

BARROS, Rosanna. Educação Permanente e Intergeracionalidade: O Papel Transformador dos Projetos de Animação. SER Social, [S. l.], v. 22, n. 46, p. 171–190, 2020. DOI: 10.26512/ser_social.v22i46.22050. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/22050. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Temas Livres