Divisão corponormativa do trabalho no âmbito da Pessoa Transplantada
DOI:
https://doi.org/10.26512/ser_social.v27i57.47739Palavras-chave:
Corponormatividade, Capitalismo, TransplanteResumo
Este artigo objetiva caracterizar como a divisão corponormativa do trabalho, sob o capitalismo, condiciona a vida de pessoas transplantadas. Para tal, evidencia a estigmatização e divisão do trabalho no que concerne a corponormatividade capitalista, bem como aponta o impacto desses processos na vida de pessoas transplantadas. Este estudo, teórico, qualitativo, dialético, fundamentado em pesquisa documental e bibliográfica, demonstra a inter-relação de categorias ontológicas, compondo sínteses críticas basilares para o entendimento de como as dinâmicas corponormativas, sob o capitalismo, engendram as insídias sociais que recaem sobre pessoas transplantadas. Como resultado, caracteriza-se a divisão corponormativa do trabalho, opressão corpo-classista intrínseca à mercantilização capitalista que, por vezes, é invisibilizada como opressão a corpos taxados como desviantes, o que engloba e impacta diretamente a pessoa transplantada.
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