Questão social e mediação de gênero:

a marca feminina na Assistência Social

Autores

  • Gláucia Russo
  • Mirla Cisne
  • Tatiana Brettas

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v10i22.12949

Palavras-chave:

Assistência social, Gênero, Questão social

Resumo

A presença majoritariamente feminina na Assistência Social acompanha esta política desde a sua gênese. Todavia, ela não se desenvolve espontaneamente, ao contrário, possui determinações histórico-concretas fundadas em uma cultura de subordinação das mulheres, com nítidos interesses de classe. Este fato pode ser percebido por meio da responsabilização destas pela reprodução social, reforçando a naturalização de papéis conservadores de gênero. Nesta perspectiva, consideramos necessário apreender, criticamente, as formas de construção das relações entre gênero e Assistência Social na sociedade capitalista. Dessa forma, este artigo tem o objetivo de analisar, brevemente, a história da Assistência Social sob a perspectiva de gênero.

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Biografia do Autor

Gláucia Russo

Assistente Social, doutora em Sociologia, professora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e coordenadora do Laboratório de Estudos em Políticas Sociais (LEPS). 

Mirla Cisne

Assistente Social, mestre em Serviço Social, professora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), coordenadora do Núcleo de Estudos sobre a Mulher “Simone de Beauvoir”, pesquisadora e ativista feminista

Tatiana Brettas

Economista, mestre em Serviço Social, professora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). 

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Publicado

08/14/2009

Como Citar

RUSSO, Gláucia; CISNE, Mirla; BRETTAS, Tatiana. Questão social e mediação de gênero:: a marca feminina na Assistência Social. SER Social, [S. l.], v. 10, n. 22, p. 129–159, 2009. DOI: 10.26512/ser_social.v10i22.12949. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/12949. Acesso em: 3 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos Temáticos