Futuros traçados e experiências poéticas: cartografia, performance e vigilância

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/rici.v13.n1.2020.29530

Palavras-chave:

arte digital. inteligência artificial. cartografia. vigilância.

Resumo

A partir da noção do capitalismo de vigilância, caracterizado pela coleta massiva e análise de dados, apresentaremos como esse tipo de sistema ultrapassa as discussões da tecnologia, tendo forte configuração política e resultados estéticos que instauram novas formas de visibilidade. Com os, cada vez mais comuns, algoritmos de aprendizado de máquina, e a grande quantidade de informações que esses sistemas podem extrair das mais diversas ações cotidianas, é realizada uma construção de perfil detalhada de cada indivíduo, com objetivos de análises, predições de decisão e exposição mediada ao conteúdo mais adequado. Passa-se à construção de uma subjetividade calcada no futuro, mas atualizada no presente com experiências já previstas e calculadas por um sistema de informação. Numa dualidade de informação e sensação, a experiência dá lugar a predição. Partindo de uma contextualização bibliográfica de teóricos que estudam esses assuntos será estabelecido o cenário de discussão. Em seguida, utilizando-se da pesquisa poética em desenvolvimento pelo autor, será apresentado o projeto “Em busca de um lugar”: uma performance audiovisual que utiliza sistemas comerciais de inteligência artificial como dispositivos disparadores de ações poéticas. Na performance, realiza-se aproximações algorítmicas de lugares geograficamente distantes, a partir de imagens de vigilância feitas pelo artista. Como resultado, são criadas novas cartografias de um espaço que é construído com os mecanismos de vigilância, mas que, de certo modo os subverte, tirando a função e a objetividade esperadas pelo sistema. Desse modo, conclui-se, apresentando a subversão das funcionalidades da lógica algorítmica para a criação poética.

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Biografia do Autor

Matheus da Rocha Montanari, Universidade de São Paulo, Escola de Comunicação e Arte, São Paulo, SP, Brasil

Bacharel em Tecnologias Digitais pela Universidade de Caxias do Sul, com período na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Portugal. Atualmente é mestrando no programa de Artes Visuais da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Atua principalmente nos seguintes temas: arte digital, arte eletrônica, interatividade, poéticas algorítmicas, memória.

Referências

BRUNO, Fernanda et al. (Org.). Tecnopolíticas da vigilância: perspectivas da margem. São Paulo: Boitempo, 2018.

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ROUVROY, Antoinette, BERNS, Thomas. Governamentalidade algorítmica e perspectivas da emancipação: o díspar como condição de individuação pela relação? In: BRUNO, Fernanda et al. (Org.). Tecnopolíticas da vigilância: perspectivas da margem. São Paulo: Boitempo, 2018.

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Publicado

2020-02-06

Como Citar

Montanari, M. da R. (2020). Futuros traçados e experiências poéticas: cartografia, performance e vigilância. Revista Ibero-Americana De Ciência Da Informação, 13(1), 289–300. https://doi.org/10.26512/rici.v13.n1.2020.29530

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