v. 6 n. 1 (2018): Dossiê Práticas Editoriais e Intermediações da Cultura
O dossiê Práticas Editoriais e Intermediações da Cultura, organizado por Andréa Borges Leão e José de Souza Muniz Jr., centra-se no espaço social no qual os agenciamentos editoriais (que se traduzem em práticas de mediação) manifestam um ponto tão nevrálgico quanto estratégico da esfera cultural. Dos artigos reunidos no dossiê, evade a percepção de que tais práticas intermediárias, na tocada das décadas, mesmo dos séculos, deixam em questão os imperativos de autofechamento nacional, no instante em que revelam como as dinâmicas de trocas implementadas nesses agenciamentos instauram itinerários cujos rastros sugerem outras fronteiras geoculturais e geopolíticas. De acordo com os organizadores do dossiê: "Os textos procuram mostrar como os editores e outros agentes desse universo ”“ considerado ora como mercado, ora como campo ”“ operam no intermédio das trocas, empréstimos e apropriações entre diversos territórios da produção cultural, delimitando tanto as fronteiras do (im)publicável quanto os contornos dos distintos campos nacionais e mercados linguísticos. Ao mesmo tempo, as práticas editoriais, por meio das importações, traduções e adaptações, incidem sobre a circulação seletiva de modelos estéticos, políticos e intelectuais, definindo modos heterogêneos de apropriação tanto das produções de caráter restrito como massivo. Assim, com sua força de intervenção pública, essas práticas mostram-se decisivas na formação de redes e espaços de relações de forças em escala local, nacional e transnacional".