As redes editoriais do ILARI no Rio da Prata e a modernização das ciências sociais durante a Guerra Fria cultural latino-americana
DOI:
https://doi.org/10.26512/cmd.v6i1.21902Palavras-chave:
Guerra Fria cultural, história do livro e da ediçãoResumo
O Instituto Latino-Americano de Relações Internacionais (ILARI), financiado pela Fundação Ford e vinculado ao controverso Congresso pela Liberdade da Cultura (CLC), estimulou desde seu início, em 1965, a renovação das ciências sociais na América Latina por meio de encontros e pesquisas, bem como da publicação da revista Aportes e de acordos com editoras locais ”“ como Paidós e Jorge Álvares, de Buenos Aires, e Alfa, de Montevidéu. Este trabalho aborda as políticas editoriais do ILARI, que se transformaram em um canal de legitimação e promoção da figura do cientista social, cuja emergência deve ser compreendida no marco da Guerra Fria cultural, marcada pelos debates sobre as possíveis vias de desenvolvimento das sociedades periféricas. Essa figura, que acaba por suplantar a do ensaísta e disputa espaço com as do intelectual comprometido e do intelectual revolucionário, aparece legitimada por um discurso sobre a modernização, associado a uma produção “objetiva” de saberes.