Violetas em Desmontagem
Voltar a Falar é Voltar a Viver
DOI:
https://doi.org/10.26512/vozcen.v4i01.48315Palavras-chave:
Voz, Silenciamento, Violência de Gênero, Feminismo, Escrita de SiResumo
O presente artigo é um recorte de minha pesquisa de doutorado pela Universidade do Estado de Santa Catarina, orientada pela Prof.ª Dr.ª Daiane Dordete Steckert Jacobs. Nessa pesquisa, compartilho o processo de desmontagem de Violetas, envolvendo o relato e a reflexão sobre a criação desse espetáculo teatral, abrangendo a costura de uma nova dramaturgia tanto escrita como corpórea-vocal, assim como a escrita da própria tese. Todas essas dimensões são consideradas nesse trabalho como uma “escrita de si” (Rago, 2013). Este artigo, ou pequeno recorte, tem o objetivo de tratar a voz em uma perspectiva feminista, como a capacidade de ser autora de si mesma e de narrar a própria história. A voz como seu poder pessoal, como seu lugar no mundo e seu prazer de viver. Por séculos as mulheres foram silenciadas e oprimidas para um lugar de inferioridade e subalternidade. A obra Um Teto Todo Seu de Virginia Woolf é utilizada como referência, bem como escritos das historiadoras Letícia Milan e Michelle Perrot. Traço um paralelo com o conceito de “Escrita de Si”, de Margareth Rago. Observo efeitos nocivos do silenciamento nos aspectos fisiológicos e comunicativos da voz através das autoras Anna Alice Almeida e Naomi Wolf. Busco uma conceituação da voz através das obras de Freya Jarman-Ives e especialmente de Adriana Cavarero. Através dos escritos de Leonor Arfuch e bel hooks encontro e reflito sobre a urgência e importância de soltar a voz. Por fim, apresento o convite e o apelo para soltarmos juntas as nossas vozes, na luta pelo fim da violência de gênero e por uma sociedade mais justa.
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Referências
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