Percepção de agricultores familiares e empresariais de Tomé-Açu, Pará, Brasil sobre os Sistemas de Agrofloresta
DOI:
https://doi.org/10.18472/SustDeb.v8n3.2017.24197Palavras-chave:
Amazônia, Agrofloresta, Sustentabilidade, Uso da TerraResumo
Neste artigo avalia-se a percepção agroflorestal dos agricultores da agricultura familiar e empresarial do município de Tomé-Açu, estado do Pará. A percepção dos agricultores foi importante para construir relações com a natureza durante a implantação e manejo dos sistemas agroflorestais (SAF), no entanto, reconhecemos que essa percepção precisa ser mais bem investigada. Para o desenvolvimento da pesquisa, foram realizadas abordagens quantitativa e qualitativa, aplicadas entrevistas com roteiro semiestruturado, realizadas caminhadas transversais com observação direta e anotações em um diário de campo. Analisaram-se os dados pela estatística descritiva no programa SPSS 19.0. As percepções dos agricultores sobre os SAF são distintas. O caráter ambiental é considerado pelos agricultores familiares, devido sua visão histórico-cultural de manejo dos sistemas e por identificarem a necessidade de sombreamento e valorização dos serviços ecossistêmicos. Já os agricultores empresariais baseiam-se em observações econômicas. Diante das análises, ressaltamos que o apoio da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta), Associação dos Produtores e Produtoras Rurais da Agricultura Familiar do Município de Tomé-Açu (Apprafamta) e instituições de ensino e pesquisa é importante na difusão da informação e intercâmbio de experiências para a transição agroecológica.
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