Da posse à Reserva Extrativista Rio Xingu:
ameaças conflitos e mobilização social na Terra do Meio, Pará, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.18472/SustDeb.v8n2.2017.24036Palavras-chave:
Amazônia, Expropriação de Terras, Grilagem, Populações Tradicionais, Mosaico de Unidades de Conservação da Terra do MeioResumo
Este artigo faz uma análise sobre a situação de grilagem de terras ocupadas por populações tradicionais, destacando a participação de movimentos sociais e das famílias locais na construção do processo de resistência, que foi determinante para a criação de uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável na região da Terra do Meio, estado do Pará. Foram feitas 23 entrevistas semiestruturadas com famílias residentes na área, que foram foram gravadas e as narrativas transcritas. Na região, as populações tradicionais sempre viveram sob constantes pressões e ameaças aos seus modos de vida e ao direito à terra, seja por seringueiros, fazendeiros, grileiros, posseiros, madeireiros ou especuladores. O cenário de coerção e expropriação de terras desencadeou um processo de lutas e reivindicações, incidindo na criação da Reserva Extrativista Rio Xingu, que visa a garantia do território e manutenção dos modos de vida das famílias locais.
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