O trabalho em domicílio no Brasil pré-pandemia: mudanças no setor de atividade e no perfil das/os trabalhadoras/es
DOI:
https://doi.org/10.1590/s0102-6992-20243903e53040Palabras clave:
trabalho em domicílio, Teletrabalho, gênero, raça, setor de serviçosResumen
O trabalho remoto atingiu 11% da população ocupada do Brasil no contexto da pandemia da COVID-19: uma maioria de mulheres, pessoas brancas, com nível superior de escolaridade, e atuantes no setor de educação e serviços. Esse perfil é distinto do padrão predominante de trabalhadores em domicílio: mulheres negras com baixo nível de escolaridade e atuantes na indústria de transformação. Mas, ao revisar os dados da PNAD entre 1992 e 2019, encontramos algumas transformações nos setores da economia e atividades ocupacionais realizados em domicílio, bem como uma mudança no perfil do trabalhador em domicílio: crescimento na participação de homens com maior nível de escolaridade e remuneração e atuantes no setor de serviços e de comunicação. Defendemos, neste artigo, que essas mudanças no trabalho em domicílio observadas na pré-pandemia contribuem para compreender o espaço que o trabalho remoto ganhou durante e após a pandemia para se fortalecer enquanto modalidade de trabalho e se justificar enquanto alternativa de organização de espaço de trabalho.
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