Além do individualismo psicológico: Repensando a intuição clínica em uma era pós-covid
DOI:
https://doi.org/10.1590/s0102-6992-20243903e53579Palavras-chave:
autismo; gênero; mascaramento; autotranscendência; preconceitoResumo
A ciência psicológica tem frequentemente insistido numa perspectiva individualista. Essa compreensão atomizada do self penetrou profundamente na psicologia, não apenas em seus ramos teóricos e experimentais, mas também na prática clínica. Aqui damos um exemplo de como desconstruir esse mito no nível micro: dentro do consultório do terapeuta. Para tanto, descrevemos o caso de Renata, de 28 anos, musicista e cantora. O relato do caso seguiu as recomendações da CARE. Sugerimos três níveis de análise: a. Compreender e diagnosticar o Transtorno do Espectro do Autismo; b. Neurodivergência e preconceito; c. Autismo em mulheres: preconceito e mascaramento; d. Autodirecionamento e intuição: superando a cegueira social. A conclusão aponta para a importância do Autodirecionamento e da Autotranscendência para acurácia clínica, quando há um problema de viés de gênero no Espectro do Autismo. Acima de tudo, o estudo de caso apresenta consequências mais amplas do despertar da psicoterapeuta enquanto agente de mudança social.
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