Políticas educacionais com perspectiva de gênero nos governos de Michelle Bachelet e Dilma Rousseff
DOI:
https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202136010007Palavras-chave:
Políticas Educacionais, Perspectiva de gênero, DemocraciaResumo
Nas últimas décadas, as desigualdades de gênero foram reconhecidas como um problema social a ser enfrentado pelos governos nacionais, por meio de políticas públicas com transversalidade de gênero, em todos os setores estatais. O presente artigo tem por objetivo analisar as políticas educacionais com perspectiva de gênero promovidas pelo Estado brasileiro e chileno, no governo de Michelle Bachelet e Dilma Rousseff, identificando avanços, especificidades, desafios e disputas políticas protagonizadas com a emergência de atores reacionários e conservadores. Trata-se de uma pesquisa comparativa de caráter qualitativo, cujos dados são levantados por meio de pesquisa documental e entrevistas com ex-ministras e integrantes de ONGs Feministas. Para a análise dos dados elegemos os referenciais teóricos dos estudos feministas, de gênero e de políticas públicas. Resultados apontam especificidades tanto das disputas na agenda pública quanto das políticas implementadas que estão diretamente vinculadas aos contextos cultural, político e social desses países.
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