Composição em dança como crítica da imagem
DOI:
https://doi.org/10.26512/vis.v17i2.20641Palavras-chave:
Dança. Tecnologia. Imagem. Composição. Táticas.Resumo
Este artigo apresenta uma tomada crítica sobre a elaboração da imagem em obras de dança em afecção com as tecnologias. Rejeita a abordagem que considera somente as formas da imagem, visto que não há neutralidade na composição desta. Estamos diante da complexidade dos regimes da imagem que criam danças e das danças que criam imagens e, nesta criação-afecção, produzem-se conceitos. Nesse sentido, o artigo segue desde o desejo de evidenciar o modo como a dança simultaneamente faz par com as tecnologias da imagem e esboça uma crítica a certas imagens que seguem modelos fáticos. A partir da análise de algumas cenas de Sentidos da Presença (2012), obra coreográfica da autora, evidenciam-se outras possibilidades de composição que escapam aos componentes hegemônicos da imagem contemporânea, tais como a nitidez, a velocidade e a hipervisibilidade. Discutem-se algumas táticas que foram praticadas, a saber; o desenquadramento, o fora-de-campo e a invisibilidade, como possibilidade de compor a imagem na dança como um modo de crítica da imagem.
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