Dispositivos de Escuta de Adolescentes Privados de Liberdade e de Agentes Socioeducativos
DOI:
https://doi.org/10.1590/0102.3772e36nspe9Palavras-chave:
Socioeducação, Plantão psicológico, Grupo, Violência, Psicodinâmica do trabalhoResumo
Este estudo objetivou evidenciar um método de intervenção triangular na socioeducação. Foram implementados três dispositivos metodológicos: um plantão psicológico de escuta individual, um de grupo de fala com adolescentes e uma intervenção em Psicodinâmica do Trabalho com os agentes socioeducativos. A escuta dos adolescentes apontou como a violência comparece na relação entre eles e os adultos, entre eles e os pares e no espaço institucional. Por outro lado, a escuta dos agentes possibilitou situar como a violência permeia as situações de trabalho. A clínica ampliada, no contexto institucional, permitiu vislumbrar o lugar da violência na dinâmica relacional intersubjetiva, seus impactos psíquicos e os riscos à saúde mental dos sujeitos.
Palavras-chave: socioeducação; plantão psicológico; grupo; violência; psicodinâmica do trabalho.
Downloads
Referências
Brasil, K. T. R., Ferreira, T. S., Ferreira, R. M. A., & Lima, H. T. S. (2016). Espaço escolar e violência: A fala dos adolescentes em situação de liberdade assistida. In K. T. Brasil & D. Drieu (Orgs.), Mediação, simbolização e espaço grupal: Propostas de intervenção com adolescentes vulneráveis (pp. 51-70). Liber Livro/UNESCO.
Brasil. (1990). Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União. http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm
Codinhoto, E. (2014). Cortinas de ferro: O trabalho real de socioeducadores de uma unidade socioeducativa do estado de Rondônia [Dissertação de mestrado]. Repositório da UNIR. http://www.ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/1313/1/Elizangela%20Codinhoto_Cortinas%20de%20ferro.pdf
Costa, J. E. M., Brasil, K. T., & Ganem, V. (2017). O desafio do trabalho com adolescentes em conflito com a lei: Uma intervenção em psicodinâmica do trabalho. Psicologia em Estudo, 22(2), 165-173. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v22i2.31869
Broide, J. (2010). Adolescência e violência: Criação de dispositivos clínicos no território conflagrado das periferias. Revista Psicologia Política, 10(19), 95-106.
Dejours, C. (2006). Aliénation et clinique du travail. Actuel Marx, 39(1), 123-144.
Dejours, C. (2007). Conjurer la violence. Travail, violence et santé. Payot.
Dejours, C. (2013). Subjetividade, trabalho e ação: Uma visão de conjunto. In Trabalho vivo: Trabalho e emancipação (tomo II, pp. 23-44). Paralelo 15.
Dejours, C., Abdoucheli, E., & Jayet, C. (1994). Psicodinâmica do trabalho: Contribuições da escola dejouriana à análise da relação prazer, sofrimento e trabalho. Atlas.
Dejours, C., & Delory-Momberger, C. (2010). Le travail entre souffrance individuelle, intelligence collective et promesse d’émancipation. Le Sujet dans la Cité, 1(1), 59-72.
Dejours, C. & Mello Neto, G. A. R. (2012). Psicodinâmica do trabalho e teoria da sedução. Psicologia em Estudo, 17(3),363-371. https://doi.org/10.1590/S1413-73722012000300002
Dias, A. R. F. (2003). O discurso da violência. Cortez.
Fagundes, C., & Almeida, S. F. C. (2016). A nova ordem simbólica e suas repercussões na função docente, no Ensino Superior. In C. P. de Medeiros & S. F. C. de Almeida (Orgs.), Psicanálise implicada: Educar e tratar o sujeito (pp. 65-89). Juruá.
Guattari, F., & Rolnik, S. (1996). Micropolítica: Cartografias do desejo (4ª ed.). Vozes.
Gurski, R., & Strzykalski, S. (2018). A escuta psicanalítica de adolescentes em conflito com a lei: Que ética pode sustentar esta intervenção? Tempo Psicanalítico, 50(1), 72-98.
Gutton, P. (1990). Le pubertaire. PUF.
Herculano, J. A. H., & Gonçalves, M. C. (2011). Educador social: Segurança e socioeducador, a conciliação. Serviço Social Revista, 14(1) 74-101. https://doi.org/10.5433/1679-4842.2011v14n1p74
Jeammet, P. (2006). As patologias do agir na adolescência. In M. Amaral (Org.), Educação, psicanálise e direito (pp. 22-56). Casa do Psicólogo.
Lancman, S., & Uchida, S. (2003). Trabalho e subjetividade: O olhar da psicodinâmica do trabalho. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 6, 79-90. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37172003000200006&lng=pt&tlng=pt
Marco, C. M., & Mendonça, R. L. (2017). A pesquisa-intervenção psicanalítica com adolescentes: O que elas nos dizem sobre gravidez e maternidade a partir da conversação. Psicologia em Revista, 23(2) 707-727. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/per/v23n2/v23n2a11.pdf
Mahfoud, M. (Org.). (1999). Plantão psicológico: Novos desafios. Companhia Ilimitada.
Marty, F. (2012). A função do agir na adolescência. In D. Amparo, S. F. C. Almeida, K. T. Brasil, M. I. G. Conceição, & F. Marty (Orgs.), Adolescência e violência: Intervenção e estudo clínico, psicossociais e educacionais (pp 17-29). Liber Livros/Editora Universidade de Brasília.
Marty, F. (2006). Adolescência, violência e sociedade. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, 9(1), 119-131. https://doi.org/10.1590/S1516-14982006000100009
Miller, J.-A. et al. (2003). La pareja y el amor: Conversaciones clinicas com Jacques-Alain Miller en Barcelona. Paidós.
Patias, N. D., Silva, D. G., & Dell'Aglio, D. D. (2016). Exposição de adolescentes à violência em diferentes contextos: Relações com a saúde mental. Temas em Psicologia, 24(1), 205-218. https://doi.org/10.9788/TP2016.1-14
Pellegrino, H. (1986). Psicanálise da criminalidade brasileira. In P. S. Pinheiro & E. Braun (Orgs.), Democracia x violência: Reflexões para a Constituinte (pp. 96-110). Paz e Terra/Comissão Teutônio Vilela.
Rebelo, T., & Thomas, M. (2016). O trabalho de narratividade com adolescentes em uma residência terapêutica. In T. K. Brasil & D. Drieu (Orgs), Mediação, simbolização e espaço grupal (pp. 152-171). Liberlivros.
Rocha, M. C. (2011). Plantão psicológico e triagem: Aproximações e distanciamentos. Revista do NUFEN, 3(1), 119-134. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-25912011000100007&lng=pt&tlng=pt.
Scisleski, A. C., Coelho, B., Galeano, G. B., Santos, S. N., & Silva, J. L. C. (2015). Medida socioeducativa de internação: Estratégia punitiva ou protetiva?. Psicologia & Sociedade, 27(3), 505-515. https://doi.org/10.1590/1807-03102015v27n3p505
Vidal, A., Freitas, J., & Oliveira, M. (2017). Medida de prestação de serviços à comunidade: Responsabilização, educação e liberdade. In M. C. Craidy & K. Szuchman (Orgs.), Socioeducação: Fundamentos e Práticas (pp. 191-203). Editora da UFRGS.
Waiselfisz, J. J. (2015). Mapa da violência: Adolescente de 16 e 17 anos no Brasil. Flacso. http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2015/mapaViolencia2015_adolescentes.pdf
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Katia Tarouquella Brasil, Sandra Francesca Conte de Almeida, Jéssica Emanoeli Moreira da Costa, Valerie Ganem
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.