RAÇA E A “TESE DA EXCEPCIONALIDADE BRASILEIRA”
uma reflexão à luz das ações afirmativas
Palabras clave:
Racismo no Brasil, Ação afirmativa, ModernidadeResumen
Seria adequado codificar as políticas de ação afirmativa em universidades brasileiras como “ideias fora do lugar”, estranhas a contornos e padrões de sociabilidade “caracteristicamente brasileiros”? Em linhas gerais, há duas percepções que, a despeito de contrastantes, apoiam-se sobre a imagem do Brasil como um caso marcadamente excepcional: por um lado, fala-se deste como um cenário isento das asperezas e fricções raciais observadas em outros países; por outro, alude-se a uma condição na qual conflitos e preconceitos raciais permaneceriam na maior parte do tempo velados e obscurecidos, razão maior da dificuldade de identificá-los. Eis a questão orientadora do artigo: a tese da “excepcionalidade brasileira” ”“ que encontra na noção de democracia racial um de seus pilares fundamentais - é capaz de apreender as experiências recentes de ação afirmativa no Brasil? Ao nos debruçarmos sobre alguns dos processos sociais, políticos e históricos que desaguaram na formulação e implementação dessas políticas, buscamos identificar os desafios teórico-metodológicos enfrentados por tal tese.
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