O que a Ciência Política (não) tem a Dizer sobre o Neogolpismo Latino-Americano?

Autores

  • Gabriel Eduardo Vitullo Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Fabricio Pereira da Silva Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.21057/10.21057/repamv14n2.2020.26975

Palavras-chave:

Ciência Política, Neogolpismo, América Latina

Resumo

Qual tem sido a reação da ciência política latino-americana, e especialmente da ciência política brasileira, diante dos processos de ruptura institucional de novo tipo sofridos por diversos países da região nesta última década? Ou, mais concretamente: como a disciplina vem se posicionando frente ao que aconteceu em Honduras em 2009, no Paraguai em 2012 e no Brasil em 2016? Qual a centralidade que ocupa este tema na agenda de investigação dos cientistas políticos dos nossos países? Procuramos responder a estas perguntas a partir da análise dos textos publicados nas principais revistas da área, assim como do exame dos artigos apresentados nos Congressos da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP) e nos Congressos da Associação Latino-Americana de Ciência Política (ALACIP), buscando por termos selecionados que guardam relação com a temática dos neogolpes. Partimos do pressuposto de que, diante de um fenômeno novo que põe em xeque a sobrevivência das democracias latino-americanas, a ciência política, sempre preocupada justamente com a questão democrática, deveria dar ao assunto o destaque que este merece, pondo-o, assim, no topo das suas preocupações acadêmicas e políticas. O artigo confirma a hipótese da quase ausência do tema na produção da ciência política latino-americana.

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Biografia do Autor

Gabriel Eduardo Vitullo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Professor Associado no Departamento de Ciências Sociais e no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Possui Graduação em Ciência Política (1994) e Graduação em Direito (1995), ambas pela Universidad de Buenos Aires (UBA), Mestrado em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 1999) e Doutorado em Ciência Política por essa mesma universidade (UFRGS, 2005). Fez Pós-Doutorado na Universidad Complutense de Madrid (2014-2015).

Fabricio Pereira da Silva, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Professor Adjunto do Departamento de Estudos Políticos e Professor do Quadro Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Colíder do Centro de Análise de Instituições, Políticas e Reflexões da América, África e Ásia (CAIPORA), Grupo de Pesquisa sediado na UNIRIO. Professor da Maestría en Estudios Contemporáneos de América Latina da Universidad de la República (UdelaR) do Uruguai. Graduou-se em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fez o Mestrado em História Social pela UFRJ e o Doutorado em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ). Fez Pós-Doutorado no Instituto de Estudios Avanzados da Universidad de Santiago de Chile (2019-2020)

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Publicado

2020-02-18 — Atualizado em 2020-12-04

Como Citar

Eduardo Vitullo, G., & Pereira da Silva, F. . (2020). O que a Ciência Política (não) tem a Dizer sobre o Neogolpismo Latino-Americano?. Revista De Estudos E Pesquisas Sobre As Américas, 14(2), 27–66. https://doi.org/10.21057/10.21057/repamv14n2.2020.26975

Edição

Seção

Dossiê Crises políticas na América Latina