O papel do trabalho no cárcere
discursos institucionais de Tribunais estaduais brasileiros sobre o trabalho na prisão
Paraules clau:
Prisão;Trabalho; Ressocialização; Tribunal de Justiça; Economia Política da Pena.Resum
Qual é a função do “trabalho” na prisão? Esta pergunta orienta a produção do presente estudo que se propõe a problematizar o “trabalho no cárcere” através dos discursos institucionais dos 27 Tribunais de Justiça brasileiros. A partir das notícias encontradas nos sites oficiais dos Tribunais, buscou-se analisar três blocos de questões: i) discursos sobre as “funções” do trabalho no cárcere; ii) avaliação qualitativa e quantitativa dos trabalhos oferecidos; iii) como a “economia política da pena” aparece nas notícias analisadas. Os tópicos, em síntese, dão os contornos de como o judiciário é agência central para a complexificação da análise e compreensão sobre o complexo-industrial-prisional brasileiro.
Descàrregues
Referències
AMARAL, Thaísa Vilela Fonseca; BARROS, Vanessa Andrade de; NOGUEIRA, Maria Luísa Magalhães. Fronteiras trabalho e pena: Das casas de correção às PPPs prisionais. psicologia: ciência e profissão, v. 36, p. 63-75, 2016.
BATISTA, Vera Malaguti. Difíceis Ganhos Fáceis: Drogas e Juventude Pobre no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Revan, 2003.
BARROS, Rodolfo Arruda Leite de. Uma leitura de Golden Gulag: rediscutindo a economia política da pena e uma aproximação com o debate sobre a expansão prisional no estado de São Paulo. Sociedade e Estado, v. 31, p. 799-819, 2016.
BRANT, Vinicius Caldeira. O trabalho encarcerado. Rio de Janeiro: Forense, 1994.
BRASIL. Lei de Execução Penal (Lei n.7.210/1984). Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm. Acesso em 04 abr. 2024.
BRASIL. Decreto Nº 9.450, de 24 de julho de 2018. Institui a Política Nacional de Trabalho no âmbito do Sistema Prisional. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/d9450.htm. Acesso em 04 abr. 2024.
BRASIL. Ministério da Justiça e de Segurança Pública. Relatório Final do Grupo de Trabalho para estudo e análise de alternativas para administração penitenciária pelos sistemas de cogestão, privatização e parceria público-privada. Brasília, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/senappen/pt-br/pt-br/composicao/cnpcp/relatorio-cogestao-ppp-2021/relatorio-final-cogestao-ppp-2021.pdf Acesso em 02 dez. 2023.
BRASIL, Ministério da Justiça e Segurança Pública. Relatório de Informações Penais (RELIPEN). 14º ciclo - período de janeiro a junho de 2023. Disponível em: https://www.gov.br/senappen/pt-br/servicos/sisdepen/relatorios/relipen/relipen-1-semestre-de-2023.pdf Acesso em 22 nov. 2024.
BRASIL, Ministério da Justiça e Segurança Pública. Relatório de Informações Penais ( RELIPEN). 16 º ciclo - período de janeiro a junho de 2024 . Disponível em: https://www.gov.br/senappen/pt-br/servicos/sisdepen/relatorios/relipen/relipen-1-semestre-de-2024.pdf Acesso em 22 nov. 2024.
CARVALHO, Salo de. Penas e Medidas de Segurança no Direito Penal Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2013,
CHRISTIE, Nils. Crime Control as Industry: towards GULAGS, Western Style. London and New York: Routledge, 1993.
CURIEL, Ochy. Construindo metodologias feministas desde o feminismo decolonial. Descolonizar o feminismo, 2019.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. Neoliberalismo e subjetivação capitalista. Revista Olho da História, v. 22, 2016.
DAVIS, Angela. Estarão as prisões obsoletas? Trad. Marina Vargas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2018.
DEMO, Pedro. Metodologia científica em ciências sociais. São Paulo: Atlas, 2009.
EAGLETON, Terry. Ideologia: uma introdução. São Paulo: Boitempo, 2019.
FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
FOUCAULT, Michel. O nascimento da biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
GAGO, Verónica. A razão neoliberal: economias barrocas e pragmática popular. Trad. Igor Peres. São Paulo: Editora Elefante, 2018.
GILMORE, Ruth Wilson. Golden gulag: prison, surplus, crisis, and opposition in globalizing. Los Angeles (CA): University of California Press, 2007.
GODOI, Rafael. Fluxos em cadeia: as prisões em São Paulo na virada dos tempos. Boitempo Editorial, 2017.
GOFFMAN, Erving. Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva, 1961.
GUAL, Ramiro; Sozzo, Máximo. Sindicalización y trabajo de los presos. Resistencia, acción colectiva y lenguaje de los derechos en las prisiones federales en Argentina. Delito y Sociedad, núm. 57, e0113, Enero-Junio, 2024.
LAVAL, Christian. Foucault, Bourdieu e a questão neoliberal. Trad. Márcia Pereira Cunha, Nilton Ken Ota. São Paulo: Elefante, 2020.
MATOS, Lucas Vianna. Entre o discurso e a prisão: elementos para uma análise do trabalho prisional no Brasil contemporâneo. REDES [Revista Eletrônica Direito e Sociedade]. Canoas, vol.4, n.1, maio de 2016.
MELOSSI, Dario; PAVARINI, Massimo. Cárcere e Fábrica. As origens do sistema penitenciário (séculos XVI-XIX). Rio de Janeiro: Revan, 2006.
MINHOTO, Laurindo Dias. As prisões do mercado. Lua Nova, no 55-56, 2002.
ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise de discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, 2009.
__________. Michel Pêcheux e a Análise do Discurso. In: Estudos da Lingua(gem).Vitória da Conquista, nº1, p. 9-13. 2005.
PASTORAL CARCERÁRIA. Luta antiprisional no mundo contemporâneo: um estudo sobre experiências de redução da população carcerária em outras nações, 2008. Disponível em: https://carceraria.org.br/wp-content/uploads/2018/09/relatorio_luta_antiprisional.pdf Acesso em 22 nov. 2024.
RUSCHE, George; KIRCHHEIMER, Otto. Punição e estrutura social. Rio de Janeiro: Revan, 2004.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ). Apac: a dignidade como ferramenta de recuperação do preso. 23 out. 2022. Disponível em: <https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/2022/23102022-Apac-a-dignidade-como-ferramenta-de-recuperacao-do-preso.aspx#:~:text=Criada%20em%201972%2C%20em%20S%C3%A3o,parte%20delas%20em%20Minas%20Gerais> Acesso em 25 nov. 2024.
WACQUANT, Loic. O lugar da prisão na nova administração da pobreza. Novos Estudos CEBRAP, 80, Março/2008.
WANDERER, Bertrand. Do senso comum jurídico às funções latentes do trabalho prisional brasileiro. Universitas Jus, v. 23, n. 1, 2012.
ZAFFARONI, Eugênio Raul et al. Direito Penal Brasileiro: Primeiro Volume: Teoria Geral do Direito Penal. Rio de Janeiro: Revan, 2011.
Descàrregues
Publicades
Com citar
Número
Secció
Llicència
Drets d'autor (c) 2024 Luciana Fernandes, Ana Luisa Barreto, Renata Saggioro Davis
Aquesta obra està sota una llicència internacional Creative Commons Reconeixement-NoComercial 4.0.