Submissões

O cadastro no sistema e posterior acesso, por meio de login e senha, são obrigatórios para a submissão de trabalhos, bem como para acompanhar o processo editorial em curso. Acesso em uma conta existente ou Registrar uma nova conta.

Condições para submissão

Como parte do processo de submissão, os autores são obrigados a verificar a conformidade da submissão em relação a todos os itens listados a seguir. As submissões que não estiverem de acordo com as normas serão devolvidas aos autores.
  • A contribuição é original e inédita, e não está sendo avaliada para publicação por outra revista; caso contrário, deve-se justificar em "Comentários ao editor".
  • O arquivo da submissão está em formato Microsoft Word (.doc/.docx)
  • Onde disponível, os URLs para as referências foram fornecidos.
  • O texto está em espaçamento 1,5 cm; usa uma fonte de 12-pontos; emprega itálico em vez de sublinhado (exceto em endereços URL); as figuras e tabelas estão inseridas no texto, não no final do documento na forma de anexos.
  • O texto segue os padrões de estilo e requisitos bibliográficos descritos em Diretrizes para Autores, na página Sobre a Revista.
  • A contribuição possuir o máximo de 3 autores.
  • O arquivo com o texto da contribuição não identifica o(s) a(s) autor(a)(es)
  • Os autores estão identificados e qualificados em folha de rosto em arquivo separado.
  • O resumo contém entre 100 e 250 palavras seguido de 4 a 6 palavras-chave
  • A contribuição tem entre 15 a 45 páginas.

Diretrizes para Autores

1 Normas para publicação

  • 1.1 O envio dos artigos pressupõe a aceitação regras para publicação e avaliação de artigos. Da mesma forma, implica a cessão dos direitos autorais do material enviado para a Revista Latino-americana de Criminologia. Os editores ficam autorizados a proceder modificações e correções para a adequação do texto às normas de publicação e decidir as características editoriais e gráficas, os modos de distribuição e disponibilização, bem como a data em que o artigo será veiculado.
  • 1.2 Os textos enviados deverão ser inéditos, independente da forma de publicação, impressa e/ou eletrônica, e sendo vedada a análise de artigos submetidos simultaneamente a mais de um periódico.
    • 1.2.1 Vale ressaltar que ineditismo não deve ser confundido com originalidade, podendo o tema tratado pelo artigo já ter sido abordado por outros autores(as) e/ou publicações;
    • 1.2.2 Não são considerados inéditos os textos publicados em anais de eventos científicos, ressalvados os resumos.
    • 1.2.3 Serão considerados inéditos os artigos que consistam em versões reduzidas de dissertações de mestrado ou teses de doutorado, embora publicados integralmente em bancos de teses de programas de pós-graduação e os publicados anteriormente em anais de eventos científicos, mas que apresentem efetivos aprimoramentos em razão de debates e estudos posteriores (destacar tais modificações à equipe editorial no e-mail da submissão).
    • 1.2.4 Traduções de artigos também poderão ser submetidas à apreciação do periódico, desde que acompanhadas da autorização de seus respectivos autores e, quando necessário, do periódico que detenha seus direitos de publicação. No entanto, a decisão sobre a sua publicação ou não será prerrogativa da coordenação da Revista.
  • 1.3 Os artigos deverão ser enviados exclusivamente através da plataforma criada para a avaliação cega dos textos, que devem estar nos formatos *.doc ou *.docx.
  • 1.4 Os artigos devem possuir o máximo de 3 autores, sendo ao menos um doutor.
  • 1.5 O texto dos artigos deve ser enviados sem a identificação dos autores. Os autores devem ser identificados e qualificados folha de rosto elaborada em arquivo separado e anexada na 2ª etapa da submissão (Transferência do manuscrito).
    • 1.5.1 As qualificações dos autores devem obedecer ao seguinte critério: iniciar com a titulação acadêmica (da última para a primeira); caso exerça o magistério, inserir os dados pertinentes, logo após a titulação; em seguida, completar as informações adicionais (associações ou outras instituições de que seja integrante e seu respectivo estado da federação e a cidade); finalizar com a função ou profissão exercida (que não seja na área acadêmica). Deverá ser indicado o número identificador ORCID, e-mail para contato e link para o currículo LATTES.
  • 1.6 Os artigos poderão estar em qualquer idioma, contanto que esteja escrito segundo as regras cultas de cada língua.
    • 1.6.1 São elementos obrigatórios: introdução, desenvolvimento, conclusão e referências. Além disso, o texto deve conter título no idioma do artigo; título em inglês e espanhol; identificação dos autores; resumo no idioma do artigo; palavras-chave no idioma do artigo; resumo em inglês e espanhol; palavras-chave em inglês e espanhol; sumário. Caso o idioma principal do artigo não seja o português, serão também necessários título, resumo e palavras-chave em português.
    • 1.6.2 Os resumos deverão conter entre 100 e 250 palavras, seguidos de 4 a 6 palavras-chave.
    • 1.6.3 Os trabalhos deverão ter de 15 a 45 páginas. Deverá ser utilizada a fonte Times New Roman, tamanho 12, no corpo do texto. Ainda, deverá ser utilizado espaçamento entrelinhas de 1,5, com margens superior e inferior e laterais 2,0 cm. A formatação do tamanho do papel deverá ser A4 e o texto deverá estar justificado. Casos excepcionais em relação ao número de páginas serão objeto da análise preliminar.
    • 1.6.4 Caso os autores queiram dar destaque ao texto, deverão utilizar negrito, reservando o itálico para palavras, expressões e citações em língua diferente da original do artigo. O uso de aspas deverá ser feito para a citação de outros autores.
    • 1.6.5 Constitui elemento pós-textual obrigatório: referências, contendo apenas aquelas que foram efetivamente citadas no desenvolvimento do texto.
    • 1.6.6 As referências bibliográficas e citações deverão ser feitas de acordo com a NBRs 6023:2018 e 10520:2023 da ABNT.
      • 1.6.6.1 As Referências devem vir no corpo do texto, no sistema autor/data/página (Bertúlio, 2019, p. 40). As referências bibliográficas completas deverão constar apenas da lista de REFERÊNCIAS, ao final do texto. Exemplo: BERTÚLIO, Dora Lúcia de Lima. Direito e Relações Raciais. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2019.
    • 1.6.7 Solicita-se que o autor informe em nota de rodapé qualquer financiamento ou benefícios recebidos de fontes comerciais (por ex., se o artigo é fruto de parecer contratado), e que declare não haver conflito de interesses que comprometam a cientificidade do trabalho apresentado.
    • 1.6.8 As referências legislativas ou jurisprudenciais devem conter todos os dados necessários para sua adequada identificação e localização. Em citações de sites de internet deve-se indicar o link, introduzido pela expressão “Disponível em:” e a data de acesso, precedida da expressão “Acesso em:”. As datas devem seguir o padrão de abreviação universal ABNT. Exemplo: 20 ago. 2012; 15 set. 2018; 22 mar. 2019 etc.
    • 1.6.9 Sugere-se que esquemas, organogramas, tabelas e gráficos sejam inseridos no texto por meio de imagens, de modo a evitar distorções na posterior diagramação.
  • 1.7 A equipe da Revista não complementará os requisitos de publicação e os trabalhos enviados sem o integral cumprimento não serão aceitos para análise.

2. Análise e seleção dos trabalhos

  • 2.1 Recebido o trabalho, os autores serão informados. Será realizada pelos editores uma avaliação preliminar dos elementos materiais e formais, bem como acerca do ineditismo, da originalidade e da relevância do artigo.
  • 2.2 Atendidos os requisitos mínimos, a avaliação será realizada pelo sistema double-blind peer-review. Em caso de divergência entre os avaliadores originais, o trabalho será encaminhado para um terceiro avaliador.
  • 2.3 O resultado da análise será informado aos autores, que terão acesso aos pareceres, suprimida a identificação dos avaliadores.
  • 2.4 Sendo o artigo aprovado, com ou sem condições, os editores avaliarão a pertinência e a oportunidade para a publicação. A decisão final sobre a publicação do texto será dos editores da Revista.
  • 2.5 A par do sistema de pareceres double-blind peer-review, em casos excepcionais, serão aceitos trabalhos de autores convidados quando se considerar sua contribuição científica de grande relevância para o escopo da revista.
  • 2.6 A Revista disponibilizará um correio eletrônico para consultas em caso de dúvidas.

3. Pressupostos de Integridade Ética em Pesquisa

  • 3.1 Autoria: Todas as pessoas que contribuíram para a pesquisa devem ser indicadas.
  • 3.2 Vedação de Plágio: Quando uma ideia ou uma formulação utilizada no trabalho não sejam evidentemente de domínio público na área de pesquisa em questão, presume-se que se trata de contribuição original. Se não for esse o caso, a ideia ou formulação devem ser expressamente creditadas, sob pena de plágio.
  • 3.3 Vedação de Autoplágio: Quando trabalho idêntico ou substancialmente semelhante tiver sido publicado em outro veículo de comunicação, ainda que em outro idioma, esse fato deve ser declarado expressamente no texto e informado ao editor no momento da submissão. A falta de menção expressa a esse fato caracterizará o autoplágio e a submissão será recusada.
  • 3.4 Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE): Sempre que, em virtude do objeto ou outras circunstâncias de pesquisa, for possível a identificação dos entrevistados, será exigida a apresentação de TCLE dos entrevistados que puderem ser identificados.
  • 3.5 Responsabilidade com Dados
    • 3.5.1 Fontes: Sempre que se faz referência a dados é necessário que seja apontada a sua fonte.
    • 3.5.2 Termo de Confidencialidade: Sempre que um trabalho fizer uso de dados obtidos através de TC, é preciso que os autores enviem o termo no ato da submissão do trabalho para que se possa apurar sua observância.
    • 3.5.3 Manipulação: Sempre que se utilizarem métodos de correção estatística, eles devem ser identificados e justificados.
  • 3.6 Responsabilidade editorial
    • 3.6.1 O parecer cego deve ser feito com rigor, objetividade, imparcialidade e presteza. O interesse em realizar a melhor avaliação deve prevalecer em face de outros interesses, como o cumprimento estrito de prazos estipulados. As divergências de juízos não devem ser tomadas como razões suficientes para a emissão de parecer desfavorável.
    • 3.6.2 O revisor deve tratar com confidencialidade e não fazer uso próprio das informações a que tenha tido acesso no exercício de sua função de avaliador.
    • 3.6.3 O revisor deverá abster-se de sua função de avaliador, por potencial conflito de interesse, quando mantiver colaboração científica regular, em atividade de pesquisa, publicação, orientação ou tutoria, ou quando tiver relação familiar ou afetiva com algum dos pesquisadores responsáveis pela proposta submetida à  sua avaliação.

4. Revisão, diagramação e publicação

  • 4.1 Finalizado o processo editorial de seleção dos artigos, os trabalhos aprovados e selecionados para o respectivo volume são enviados para a revisão e diagramação.
  • 4.2. São realizadas a revisão gramatical e ortográfica, bem como a formatação (diagramação) dos arquivos. Em seguida, em data próxima à publicação, haverá novo contato com o autor para a análise das sugestões de correção pós-revisão e verificação da formatação, com prazo de 3 (três) dias para resposta. Em caso de inércia, as correções sugeridas pela revisão serão integralmente aceitas. Nesse momento, solicita-se que o autor se abstenha de realizar alterações profundas no texto, mas somente realize a revisão sugerida e atualizações indispensáveis.
  • 4.3 No que tange à revisão de ortografia, a correção ortográfica (ortografia, acentuação, hifenização etc.) será feita de acordo com o mais recente Acordo Ortográfico (2009) em vigor (obrigatório desde 01/01/2016), até mesmo para citações de originais anteriores ao Acordo. Exceção é feita a documentos antigos em contextos nos quais a preservação da grafia original tem importância e significado historiográfico e/ou linguístico etc.
  • 4.4 Em seguida, os artigos, com as aprovações e rejeições dos autores às sugestões de revisão, são encaminhados para a diagramação final e publicação.

5. Critérios de espera e preferência para publicação

  • 5.1 A publicação dos trabalhos aprovados pelo controle por pares e selecionados pelos editores do periódico segue a ordem cronológica de submissão e aprovação, com exceção de autores convidados. Contudo, em razão das regras impostas pela comissão Qualis/CAPES, existem critérios para avaliação e publicação preferencial, que podem ser atendidos pelos autores visando à  maior agilidade na publicação de seu trabalho.
  • 5.2 Em razão das regras de exogenia, artigos de autores representantes do Distrito Federal são limitados a 25% do total de trabalhos publicados por volume, de modo que há uma fila específica para artigos que se enquadrem em tal circunstância;
  • 5.3 Diante das regras de qualidade impostas, cada volume publicado conterá preferencialmente entre 50 a 60% dos artigos com autor (ao menos um) que possua titulação de doutor, de modo que há limitação à publicação de trabalhos sem autoria de autor com essa titulação;
  • 5.4 Artigos em coautoria entre professores permanentes de Programas de Instituições de Ensino Superior de diferentes unidades da federação, com filiação devidamente identificada;
  • 5.5 Artigos originais de profissionais vinculados a Instituições de Ensino Superior estrangeiras;
  • 5.6 Artigos em inglês, espanhol ou em outras línguas, ainda que o autor seja brasileiro;
  • 5.7 Artigos resultantes de pesquisas financiadas por órgãos de fomento devidamente identificados no texto.
  • 5.8 Além de tais hipóteses, podem ser publicados com preferência trabalhos que abordem temática de iminente atualidade e que possam se tornar obsoletos em razão do decurso da demora para publicação. Tal situação é determinada pela equipe editorial da Revista e também pode ser sugerida pelos pareceristas em suas avaliações.
  • 5.9 Vale ressaltar, contudo, que os critérios expostos neste tópico determinam a preferência do artigo no processo de avaliação e publicação, mas não são requisitos indispensáveis. Por exemplo, embora textos com autoria de escritor com titulação de doutor tenham preferência, não há impedimento para publicação de artigos sem tal característica. Todos serão submetidos ao controle por pares, que adotará idênticos parâmetros na seleção, visando à  produção científica de qualidade no periódico.
  • 5.10 Conforme regra da Qualis/CAPES, o percentual de artigos de autores convidados fica limitado a 25% por volume.
  • 5.11 A Revista poderá publicar volumes especiais ou dossiês específicos em seus volumes ordinários, em razão da relevância e da pertinência da temática, conforme decisão da equipe editorial e de seu conselho editorial. O volume ou dossiê poderá ficar sob responsabilidade de um editor associado que possua relevante conhecimento sobre o tema. Em tal situação, haverá divulgação de edital contendo as informações necessárias, como regras e prazos para submissão. De todo modo, haverá o controle por pares (double blind peer review).

Dossiê: Tecnologias de poder e controle na sociedade da informação

Tecnologias de poder e controle na sociedade da informação

Chamada nº 01 / Volume nº 01 - 2021

O estudo do controle social foi um dos elementos centrais na história da Criminologia desde a década de sessenta do século passado. Durante esses anos os novos pensadores dedicaram grandes esforços na definição do controle social e ao estudo de sua implementação no campo da polí­tica criminal. Foram formulados teorias e postulados que, agora, enfrentam novos desafios com a configuração, a partir dos anos noventa, do que conhecemos com a sociedade da informação. Com a sociedade em rede os fluxos de comunicação surgem como um elemento central nas estratégias discursivas e no conjunto de questões em torno ao controle social; elementos que podemos rastrear tanto no populismo punitivo como na configuração das opiniões públicas.

A acelerada sociedade da informação coloca novos horizontes para o estudo do controle social. As disputas de narrativas têm lugar no campo da inteligência artificial, onde as bolhas de dados e opiniões distorcem os discursos e a percepção dos fatos delitivos. Fluxos de comunicação puseram em crise a tradicional separação entre esfera pública e privada. A invasão da privacidade aparece como traço definidor do novo controle social. Neste contexto, a chamada pó-verdade tem um forte impacto no exercí­cio de poder, tanto em contextos democráticos frágeis, como nas democracias consolidadas.

Vimos essas tendências acelerarem-se em muitos paí­ses de repente com a gestão da pandemia da Covid-19. A crise sanitária descortinou as desigualdades sociais e também o potencial das novas tecnologias da informação no controle dos cidadãos, com um ní­vel de sofisticação até agora desconhecido no campo das ciências sociais. Sua aplicação vai desde a identificação de indiví­duos suspeitos de contaminação até o rastreio daquelas atividades consideradas impróprias desde o ponto de vista dos controladores. Os algoritmos baseados em "padrões de poder" são a nova ferramenta do controle que castigam aos coletivos considerados suspeitos e que estão fora deste discurso moral dominante. A proteção da privacidade surge como o grande tema da sociedade hiperconectada.

Este momento de grandes desafios exige um debate sobre os pressupostos te´´oricos dos modelos de controle social e as estratégias que sustentam as atuais polí­ticas criminais. Neste sentido, para este dossiê, estamos particularmente interessados em:

  1. Textos com dados empí­ricos sobre os usos da inteligência artificial no controle social e controle penal;
  2. Artigos que condensem resultados de pesquisas sobre meios de comunicação e violência na América Latina;
  3. Ensaios teóricos sobre sociedade do risco e polí­tica criminal atuarial;
  4. Estudos de casos sobre controles eletrônicos de liberdade utilizados para gerir a privação de liberdade no âmbito da justiça criminal;
  5. Avaliações de experiências com o uso de tecnologias de controle nos casos de violência de gênero, como os botões antipânico, braceletes ou tornozeleiras eletrônicas;
  6. Estudos sobre a relação entre mí­dia, (in)segurança cidadã e conformação da opinião pública no âmbito criminológico.

Diante deste contexto e desta problemática a Revista Latino Americana de Criminologia (RELAC) convida pesquisadores/as que apresentem seus artigos para este dossiê até 8 de fevereiro de 2021.

Coordenadores:
Professora Dra. Cristina Zackseski (Universidade de Brasí­lia)
Professor Dr. Francesc Barata Villar (Universidade Ramon Llull)

Editor assistente:
Welliton Caixeta Maciel (doutorando FD / UnB)

Dossiê: As vozes das redes, das ruas e dos movimentos sociais [...]

As Vozes das Redes, das Ruas e dos Movimentos Sociais Contra a Violência Policial e o Racismo Institucional

Chamada nº 02 | Volume nº 01 | Número 2

Embora nascida como um discurso conservador destinado a justificar e aprimorar as estratégias de conformismo e exclusão social, a Criminologia na América Latina conheceu momentos de autocrítica e de crítica ao poder. As correntes criminológicas críticas (Criminologia da Liberação, Criminologia da Dependência, Criminologias Feministas, Criminologia Crítica) e os movimentos de política criminal alternativos (Abolicionismo, Garantismo, Realismo Marginal, Movimento Antimanicomial, Justiça Consensual, e, ainda, relativos à Criança e Adolescente e à Justiça Indígena) fizeram com que a Criminologia fosse reconhecida em diversos centros de estudo da América Latina como uma ciência politicamente engajada e comprometida com o fim da violência punitiva, institucional e estrutural. Nas últimas décadas, o campo científico conheceu maior desenvolvimento quer pela abertura de novos cursos de mestrado e doutorado, quer pela entrada de novos segmentos sociais na academia, quer pelo aprimoramento das metodologias de investigação e de novas fontes de financiamento para pesquisa. No cerne da crítica latino-americana esteve a denúncia do caráter desigual do sistema penal e seus altos índices de violência. Todavia, a elaboração acadêmica hegemônica muito pouco avançou no diálogo contemporâneo com movimentos sociais, sobretudo aqueles relacionados às formas de exclusão racial e suas dimensões de classe, geração, gênero e sexualidade, nos grandes centros urbanos, nas regiões de fronteiras e de conflito armado. Neste contexto, após a filmagem da violência mortal praticada em Minneapolis pelo policial Derek Chauvin contra George Floyd, inúmeras cidades estadunidenses foram palco de protestos contra a violência policial. Em meio à Pandemia de Coronavírus, a onda de protestos, sobretudo pela liderança de mulheres negras, se estendeu pelas redes e alcançou a América Latina, dando visibilidade a inúmeros movimentos sociais negros e feministas que há décadas denunciam a violência policial, com suas dinâmicas locais e internacionais. Esse cenário foi capaz de evidenciar a tensão entre a produção acadêmica hegemônica e os trabalhos que dialogaram com as demandas desses grupos sociais.

Qual o futuro da pesquisa em Criminologia na América Latina diante desse cenário? O que já foi construído e o que foi silenciado? Para onde podemos avançar?

Para os fins aqui propostos, interessam, por exemplo, textos que versem sobre:

  1. Genocídio, sua dimensão conceitual e interfaces entre criminologia e relações étnico-raciais;
  2. Aspectos quantitativos do racismo institucional, especialmente a análise dos homicídios de jovens e dos massacres em região de conflito;
  3. Epistemologias Decoloniais e dimensões históricas do sistema penal, destacando-se a violência institucional contra grupos tradicionais e territórios ancestrais;
  4. Intersecionalidades e opressão racial, com especial atenção às relações entre raça, etnia, gênero e orientação sexual no genocídio da população negra, no hiperencarceramento, na violência policial e na política de drogas;
  5. Novas racionalidades para a criminologia? O papel dos movimentos sociais de denúncia ao racismo institucional e à violência policial, contribuições dos movimentos sociais para o debate sobre criminologia e relações raciais (ex: movimento de mães que denunciam a morte dos filhos negros);
  6. Atuação dos movimentos sociais na construção de políticas públicas contra a violência policial e o racismo institucional, bem como o impacto da ascensão dos movimentos políticos autoritários na América Latina na desarticulação de políticas públicas de contenção da violência policial;
  7. As relações entre ativismo digital, estratégias políticas e tecnológicas para a denúncia da violência policial;
  8. Estratégias jurídicas e de gestão, em perspectiva comparada e internacional, para a contenção da violência policial.

Diante deste contexto e desta problemática a Revista Latino Americana de Criminologia (RELAC) convida pesquisadores/as que apresentem seus artigos para este dossiê até 15 de agosto de 2021.

Coordenadores:
Dina Alves (IBCCrim)
Evandro Piza Duarte (UnB)
Thula Pires (PUC-RIO)
Tukufu Zuberi (UPenn)

Editoras assistente:
Isabela Miranda (UnB)
Walkyria Chagas (UnB)

Dossiê: Política de Desencarceramento e Questão Penitenciária

Política de Desencarceramento e Questão Penitenciária

Chamada nº 03 | Volume nº 02 | Número 1

Coordenadores
Dra. Carolina Costa Ferreira (IDP)
Dr. Jackson da Silva Leal (UNESC)
Dr. Luiz Antônio Bogo Chies (UCPel)

Editora assistente
Júlia Silva Vidal (Doutoranda - UnB)

Período de Avaliação
Até 30 de junho de 2022

Esse dossiê se apresenta como um espaço de confluências de pesquisas e construções teóricas para pensar a questão prisional a partir de duas abordagens. A primeira delas é a perspectiva crítica mais radical, de ordem estrutural, abordando a política que ocasionou no encarceramento em massa brasileiro e latino-americano no período neoliberal. A segunda abordagem, em uma perspectiva mais estratégica, visa pensar as políticas que se inserem no campo dos serviços penitenciários e que tem buscado servir como mecanismos de abertura e saída gradual da prisão; visando práticas concretas de lidar com a dinâmica da violência prisional.
O tema é tratado a partir desses dois vértices, portanto, com vistas a congregar pesquisas de distintas perspectivas, campos e lentes analíticas, para que se possa constituir um mosaico mais amplo, variado, e com isso contribuir com a perspectiva de análise da crítica prisional de longo alcance, sem deixar de lado as práticas estratégicas para reduzir a prisão o sofrimento produzido por ela.
A urgência de uma política e perspectiva desencarceradora passa pela construção de um horizonte que se permita prescindir da prisão, mas que também se constitua enquanto campo estratégico, ou seja, não se dá apenas encerrado no plano das ideias nas torres de marfim da academia. Por isso esse dossiê busca abordar a problemática desde essas dimensões: estrutural e estratégica.
As prisões latino-americanas destacam-se pela precariedade das possibilidades legais de execução das penas. Os problemas que já eram conhecidos se tornaram ainda mais prementes desde o início das contaminações pelo Covid-19, e com o processo de privatização da prisão e da segurança pública é de fundamental importância não negligenciar essas mudanças a ponto de reconstituir a fábula da boa prisão. Porém, também importa dar a devida atenção a algumas possibilidades de saída antecipada e de comunicação com os reclusos e toda a sofisticação tecnológica surgida e que tem potencial de alterar procedimentos e perspectivas na execução penal.
Estamos interessados, portanto, em artigos que possam contribuir para o tema e apresentem resultados de pesquisa sobre:
a) Encarceramento em massa e neoliberalismo;
b) Progressão de regime e saídas antecipadas da prisão (com e sem monitoração eletrônica);
c) Atuação da sociedade civil junto ao universo carcerário;
d) Remição de pena pelo trabalho, estudo e leitura;
e) Visitas virtuais e ampliação do direito à comunicação dos reclusos e familiares;
f) Gestão da lotação prisional pela gestão de vagas.

Dossiê: Transgressões, conflitos e controle: [...]

Transgressões, conflitos e controle: os povos originários entre os sistemas jurídicos próprios e o direito estatal

Chamada nº 04 | Volume nº 02 | Número 2

Coordenadores
Dra. Ela Wiecko Volkmer de Castilho (UnB)
Dr. Luiz Eloy Terena (École des Hautes Études en Sciences Sociales)

Editores assistentes
Júlia Silva Vidal (Doutoranda - UnB)
Tédney Moreira da Silva (Doutorando - UnB)

Período de Avaliação
Até 30 de Setembro de 2022

Os estudos sobre a questão criminal envolvendo indivíduos e coletividades indígenas é praticamente inexistente na América Latina. O interesse, no Brasil, iniciou nos anos 2000 quando pesquisadores da Associação Brasileira de Antropologia perceberam o fenômeno de processos criminais contra indígenas e de seu encarceramento provisório com desconsideração de suas identidades étnicas. Por sua vez, pesquisadores do Direito passaram a refletir especialmente sobre os limites da responsabilidade penal dos indígenas e sobre as sanções a eles aplicáveis. A partir daí novos temas vêm emergindo. De um lado, por exemplo, a constatação de que as coletividades indígenas exercem e sempre exerceram  uma gestão, em seus territórios, das transgressões aos seus costumes ou ao direito estatal; que  têm produzido inclusive normas escritas de procedimento para apuração de responsabilidade penal de seus membros; que têm aplicado sanções; possuem critérios para encaminhar casos às autoridades estatais; que têm experiências de policiamento, que a violência contra as mulheres nas comunidades indígenas é grande. De outro lado, a verificação de como o sistema de justiça criminal opera com estereótipos classistas e raciais e com o paradigma integracionista, mesmo após a Constituição de 1988 que consagrou o paradigma da diversidade cultural. Assim,o presente dossiê, sob um título que busca abarcar o maior número de questões de natureza criminológica: “Transgressões, conflitos e controle: os povos originários entre os sistemas jurídicos próprios e o direito estatal” visa a         estimular a produção de artigos científicos, relatórios de pesquisa, resenhas, estudos de caso  e registros fotográficos que dêem visibilidade a todas essas questões já identificadas e a outras menos conhecidas.  Sendo a criminologia uma ciência interdisciplinar o dossiê é aberto aos saberes produzidos na/pela academia na área das chamadas ciências humanas, sociais e sociais aplicadas, como também pela episteme dos povos originários e por outras linguagens, como desenhos e fotografias. A perspectiva criminológica a ser adotada é crítica, demandando a desconstrução das categorias da colonialidade do poder,do saber e de gênero. bem como da construção de caminhos de uma interculturalidade em termos de não dominação de uma cultura sobre a outra. Propõe-se como temas, entre outros:(i) as transgressões aos costumes ou  às normas estabelecidos pelos povos originários; (ii) as respostas (procedimentos e sanções) dos povos originários às transgressões (iii) conflitos entre os costumes/sistemas jurídicos dos povos originários e o sistema jurídico do Estado; (iv) gestão da punição; (v) responsabilização penal de indígenas pelos sistemas jurídicos próprios ou pelo Estado; (vi) perícia antropológica; (vi) encarceramento, provisório ou definitivo, de indígenas; (vii) penas alternativas;  (ix) práticas restaurativas; (x) violências cometidas contra os indígenas e por indígenas; (xi) violência de gênero (estupro, violência doméstica e familiar); (xii) polícia indígena, (xiii) racismo institucional, (xii) uso da língua nativa nos procedimentos legais e direito a intérprete.

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