AS MEDIDAS POLÍTICO-JUDICIÁRIAS MODERNAS EM PORTUGAL E NO BRASIL DE 1750 A 1850: UM REFORÇO À TRADIÇÃO?

Autores

  • Rafael Parisi Abdouch Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo de São Francisco).

Palavras-chave:

Constituição. Tradição. Portugal. Brasil. Ordem.

Resumo

Neste artigo, pretendo mostrar que tanto em Portugal, como no Brasil, no período compreendido entre 1750 a 1850, houve importantes reformas modernizantes, incompatíveis com a ordem jurídico-política tradicional herdada do período medieval e, assim, demonstrar a possibilidade de fazer-se uma leitura do período diferente da que fizeram Garriga e Slemian, para quem as mudanças político-jurídicas e legislativas ocorridas no período tenham reforçado a tradição antes que rompido com ela. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AQUINO, Tomás de. Suma Teológica, v. VI. São Paulo: Loyola, 2005.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução: António de Castro Caeiro. São Paulo: Atlas, 2009.

_______. A política. São Paulo: Ícone, 2009.

BECCARIA, Cesare. Dei delitti e delle pene. Milão: Einaudi, 1973.

BILLIER, Jean-Cassien; MARYIOLI, Aglaé. História da filosofia do direito. Barueri: Manole, 2005.

CRISTIANI, Claudio Valentim. O direito no Brasil colonial. In: Fundamentos de história do direito, por Antonio Carlos Wolkmer (org.). Belo Horizonte: Del Rey, 2003.

DENIPOTI, Cláudio. O embaixador, o livreiro e o policial: circulação de livros proibidos e medo revolucionário em Portugal na virada do século XVIII para o XIX. Varia Historia, janeiro-abril, 2014, pp. 129-150.

FALCON, Francisco José Calazans. Da Ilustração à Revolução - percursos ao longo do espaço - tempo setecentista. Acervo - Revista do Arquivo Nacional, janeiro - junho, 1989, pp. 53-87.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: edusp, 2009.

GARRIGA, Carlos. Os limites do reformismo bourbônico: a propósito da administração da justiça na América espanhola. Almack, n. 6, 2013a, pp. 38-60.

_______. Cabeza moderna, cuerpo gótico: la Constitución y el orden jurídico. Anuario de Historia del Derecho Español, tomo LXXXI. Madri: Librería del Boletín Oficial del Estado, 2011, pp. 99-162.

_______. Orden jurídico e independencia política: Nueva España, 1808-México, 1821. In: ANNINO, Antonio (coord.). La revolución novohispana, 1808-1821, por Antonio Annino. Cidade do México: CIDE, FCE, INEHRM, Fundación Cultural de la Ciudad de México, 2010, pp. 35-124.

GARRIGA, Carlos; SLEMIAN, Andréa. "Em trajes brasileiros": justiça e constituição na América ibérica (C. 1750-1850).” Revista de História São Paulo, julho - dezembro, 2013, pp. 181-221.

HESPANHA, António Manuel. Cultura jurídica europeia: síntese de um novo milénio. Coimbra: Almedina, 2012a.

______. Direito comum e direito colonial. Panóptica - direito, sociedade e cultura, 2006a, pp.63-94.

______. As cores e a instituição da ordem no mundo do Antigo Regime. Philosophila, 2006b, pp. 69-86.

______. Modalidades e limites do imperialismo jurídico na colonização portuguesa. Quaderni fiorentini: per la storia del pensiero giuridico moderno, 2012b, pp. 101-135.

______. “A mobilidade social na sociedade de Antigo Regime.” Tempo, 2006c, pp.121-143.

HOBBES, Thomas. Leviathan. Mineola, New York: Dover Publications, 2006.

KANN, Bettina; LIMA, Patrícia Souza (org.). D. Leopoldina: cartas de uma imperatriz. São Paulo: Estação Liberdade, 2006.

LOPES, José Reinaldo de Lima. Do ofício ao cargo público - a difícil transformação da burocracia prebendária em burocracia constitucional. Almanack, 2012, pp. 30-35.

______. As palavras e a lei: direito, ordem e justiça na história do pensamento jurídico moderno. São Paulo: 34/EDESP, 2004.

______. “Governo misto e abolição de privilégios: criando o judiciário imperial (capítulo 5).” In: OLIVEIRA, Cecília Helena de Salles; BITTENCOURT, Vera Lúcia Nagib; COSTA, Wilma Peres (org.). Soberania e conflito: configurações do Estado Nacional no Brasil do século XIX, São Paulo: Hucitec/FAPESP, 2010, pp. 149-184.

LOPES, José Reinaldo de Lima; QUEIROZ, Rafael Rabelo; ACCA, Thiago dos Santos. Curso de história do direito. São Paulo: Método, 2009.

NEVES, Lúcia Maria B. Pereira das; BESSONE, Tânia. O medo dos "abomináveis princípios franceses": a censura dos livros nos inícios do século XIX no Brasil. Revista do Arquivo Nacional, janeiro-junho, 1989, pp. 113-119.

PAIM, Antonio. Historia das ideias filosóficas no Brasil. São Paulo: edusp/Grijalbo, 1974.

PESSO, Ariel Engel. A constituição de Cádis entre a tradição e a modernidade. Revista dos Estudantes de Direito da Universidade de Brasília, n. 12, 2016. Disponível em: <http://www.periodicos.unb.br/index.php/redunb/article/view/21732/15487>. Último acesso em 30 de janeiro de 2017.

SEÑA, Jorge F. Malem. “¿Pueden las malas personas ser buenos jueces?” Doxa, 2001, pp. 379-403.

SLEMIAN, Andréa. A primeira das virtudes: justiça e reformismo ilustrado na América portuguesa face à espanhola. Revista Complutense de Historia de América, 2014, pp. 69-92.

VERNEY, Luis Antonio. Verdadeiro método de estudar: para ser útil à república, e à Igreja, proporcionado ao estilo, e necessidade de Portugal. Valensa [Nápoles]: Oficina de Antonio Balle, 1746.

VILLEY, Michel. Filosofia do direito: definições e fins do direito. São Paulo: Atlas, 1977.

VOLTAIRE. Oeuvres Complètes de Voltaire: Dictionnaire Philosophique III, seconde parte. Vol. 31. Paris: P.F. Dupons, 1819.

Downloads

Publicado

27-12-2017

Como Citar

PARISI ABDOUCH, Rafael. AS MEDIDAS POLÍTICO-JUDICIÁRIAS MODERNAS EM PORTUGAL E NO BRASIL DE 1750 A 1850: UM REFORÇO À TRADIÇÃO?. Revista dos Estudantes de Direito da Universidade de Brasília, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 74–94, 2017. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/redunb/article/view/13483. Acesso em: 23 abr. 2024.