A ética da sabotagem da Animal Liberation Front
DOI:
https://doi.org/10.26512/rbb.v4i3-4.7887Palavras-chave:
Ética Animal. Frente para a Libertação Animal. Sabotagem. Violência.Resumo
Este trabalho parte do caráter protetor da Ética para analisar as ações de sabotagem da Animal Liberation Front (ALF), que implica destruição de propriedade e libertação de animais não-humanos de situações de vulneração. As considerações de Engelhardt e Diamond ajudaram a contextualizá-las em um mundo moral paradoxalmente pluralista e unívoco. Singer, Regan, Derrida e Smuts, fundamentam a necessidade do reconhecimento moral de seres sencientes, suscetíveis, capazes de relacionamentos intra e inter- espécies. Esse reconhecimento é essencial para a constatação de uma possível Ética da Sabotagem, entendida como uma legítima ética prática de prevenção e libertação de situações de vulneração e combate a agentes exploradores. A análise de Engelhardt, da relação/conflito entre estranhos morais, personificados, aqui, pela ALF e os proprietários/agentes exploradores e a diferenciação feita por Schramm entre violência como forma de agressão e como forma de resistência, são pontos primordiais para concluir que essas ações são prima facie moralmente legítimas.
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